63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
HANSENÍASE: UMA DOENÇA HIPERENDÊMICA NO INTERIOR DO MATO GROSSO
Denise Silva Nogueira 1
Josilene Dalia Alves Martins 2
Karine Soletti 3
Laura Fernanda Pereira Silva 4
Déborah Aparecida de Souza 5
1. Acadêmica do sétimo período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso
2. Acadêmica do sétimo período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso
3. Acadêmica do sétimo período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso
4. Acadêmica do sétimo período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Mato Grosso
5. Faculdade de Medicina/Universidade Federal de Uberlândia
INTRODUÇÃO:
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de origem bacteriana causada pelo Mycobacterium leprae de alta infectividade e baixa patogenicidade. É uma doença polimorfa, pois a expressão das manifestações clínicas reflete a relação entre o hospedeiro e o parasita. Considerada um grande problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. No Brasil, a incidência de hanseníase é muito superior ao preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que o coloca em primeiro lugar no mundo em números de casos novos detectados e em segundo lugar em números absolutos. Os princípios fundamentais de controle da hanseníase são: a detecção oportuna de casos novos e tratamento imediato com a poliquimioterapia. As ações preventivas promocionais e curativas relacionadas à hanseníase vêm sendo realizadas pelas Equipes de Saúde da Família (ESF), onde o enfermeiro é responsável por capacitar, através de educação continuada, e orientar a equipe quanto sinais e sintomas, tratamento, mecanismo de transmissão, bem como a realização de busca ativa de casos e de comunicantes. Objetivou-se neste trabalho investigar os índices de incidência de hanseníase no município de Barra do Garças-MT no período de 2005 a 2009.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, sendo que os dados referentes ao período de 2005 a 2010 foram coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e por meio de busca ativa no banco de dados de registro de hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças, tabulados em planilhas eletrônicas do Software Microsoft Excel 2003® e calculada a incidência.
RESULTADOS:
De 2005 a 2009 foi traçado um perfil epidemiológico da hanseníase onde foram notificados 561 casos no município de Barra do Garças. A taxa de incidência no ano de 2005, no referido município, foi em torno de 35,09/10.000 habitantes, índice bem superior ao preconizado pelo Ministério da Saúde que é de 1/10.000 habitantes. Desta forma, Barra do Garças classifica-se como área hiperendêmica, colocando-a como primeira prioridade no plano de erradicação da doença no estado de Mato Grosso. Nos anos posteriores houve um declínio na incidência conforme pode ser observado: 2006 (22,54/10.000 habitantes), 2007 (18,18/10.000 habitantes), 2008 (16/10.000 habitantes), 2009 (10,18/10.000 habitantes). Apesar de ainda continuar acima do preconizado, o declínio acentuado na incidência é um fator preocupante, pois casos novos podem não estar sendo diagnosticados ou o são tardiamente.
CONCLUSÃO:
A situação de hiperendemicidade da região salienta a necessidade de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, a fim de diminuir a incidência da doença. Há necessidade urgente de medidas que revelem o lado oculto do “iceberg epidemiológico” da doença, pois, a maior compreensão dos mecanismos de transmissão da infecção, da efetividade dos métodos de prevenção e controle, são essenciais na eliminação da infecção pelo M. leprae.
Palavras-chave: Hanseníase, Mycobacterium leprae, Incidência.