63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química |
O USO DE JOGOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTA PARA REVISÃO DE CONTEÚDOS DE QUÍMICA: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA NO ÂMBITO DO PIBID/UFU. |
Rívia Arantes Martins 1 Matheus Ferreira Mota 2 Rosane Mayara Andrade Costa 2 José Gonçalves Teixeira Júnior 3 |
1. Profª.Esp. / Supervisora Subprojeto PIBID/UFU - Química/Pontal/Escola Estadual Coronel Tonico Franco 2. Licenciando / Bolsista Subprojeto PIBID/UFU - Química/Pontal/Universidade Federal de Uberlândia - Campus Pontal 3. Prof. Msc. / Coordenador Subprojeto PIBID/UFU - Química/Pontal |
INTRODUÇÃO: |
O Programa de Avaliação de Aprendizagem Escolar (PAAE) está inserido no Sistema Mineiro de Avaliação (Simave) e com auxílio da Superintendência de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) têm a função de analisar a evolução da aprendizagem dos estudantes a partir de uma avaliação diagnóstica. Normalmente, esta avaliação é aplicada no início ano letivo, após uma revisão do assunto abordado no 9° ano do Ensino Fundamental. Posteriormente, a partir dos resultados desse diagnóstico, os professores propõem novas reformulações e intervenções pedagógicas para melhorar o desempenho dos alunos. Neste trabalho, analisa-se a inclusão de jogos didáticos de Química, na perspectiva de Kishimoto (1996) que defende o uso dos jogos didáticos, justificando que estes favorecem o aprendizado pelo erro, estimulando a exploração e a resolução de problemas, pois cria um clima adequado para a investigação e a busca de soluções, justamente por ser livre das pressões habituais das avaliações. Os jogos foram elaborados pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), do subprojeto Química/FACIP e, aplicados a uma turma do primeiro ano do Ensino Médio, em aulas de revisão dos conteúdos para a realização da avaliação do PAAE. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi desenvolvido pela professora de Química de uma escola estadual, da cidade de Ituiutaba-MG, em parceria com bolsistas do PIBID/Química. A metodologia foi aplicada durante quatro aulas, em uma turma do 1° ano, do ensino médio, com 44 alunos, com o intuito de revisar o conteúdo já ministrado no 9° ano e incentivá-los a obter um bom desempenho na avaliação de aprendizagem escolar. Na primeira aula foi desenvolvido o jogo Dominó das Substâncias, abordando o assunto “Materiais e suas Constituições”. Na segunda aula, foi aplicado o Bingo Periódico, que relaciona conceitos da Tabela Periódica, como os símbolos dos elementos, história da construção e constituição da Tabela Periódica. Na terceira aula, foi trabalhado o jogo Verdade Química, o qual se constitui basicamente como um jogo de perguntas e respostas relacionadas ao conteúdo “Constituição da matéria”. Na sequência, foram realizadas atividades experimentais, a fim de propiciar uma discussão de fenômenos com aspectos microscópicos e suas explicações teóricas. Para comparação dos resultados da metodologia proposta, o número de acertos em três questões que tratavam dos temas trabalhados nos jogos, foram comparadas em duas classes distintas, A e B, onde apenas em uma delas foram aplicados os jogos didáticos. |
RESULTADOS: |
Na sala A, onde foi aplicada a metodologia aqui descrita, 32 alunos realizaram a avaliação, já na sala B, onde não foram aplicados os jogos, apenas 24 alunos participaram da avaliação. A análise da questão, que abordou conceitos sobre as propriedades dos materiais e o reconhecimento de métodos físicos de separação, mostrou que 41% dos alunos da sala A responderam corretamente, enquanto que apenas 12% na sala B. Na questão que enfatiza as propriedades dos materiais e analisa a habilidade de conceituar elemento químico, indicou uma taxa de respostas corretas de 46% da sala A e 25% na sala B. E a questão que apresenta como tema energia envolvida nas transformações dos materiais e habilidade identificar espécies presentes em transformações de oxidação-redução, 50% dos alunos em A e 33% em B responderam corretamente a questão. Analisando esses dados, percebe-se que na sala A, os jogos proporcionaram um melhor aproveitamento e com isso pode-se afirmar que o uso de jogos é útil e satisfatório como forma de revisão. Vale ressaltar que os resultados ainda não são os esperados, pois houve um aproveitamento menor que 50%. Isso pode ter causa no alto nível de exigência das questões e na dificuldade dos alunos em relacionar as questões com as atividades desenvolvidas. |
CONCLUSÃO: |
Com este trabalho foi possível verificar que o uso de jogos didáticos no ensino de química proporcionou um momento de aprendizado de forma dinâmica e divertida. A comparação dos resultados da prova do PAAE das duas turmas mostra a grande diferença no rendimento dos alunos, e deste modo, deixa claro como o recurso utilizado permitiu um melhor aproveitamento e desempenho. O desenvolvimento dos jogos, nesta perspectiva, permitiu a exploração e resolução de problemas de conteúdos abordados na avaliação, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, vale ressaltar que muitas das questões da prova do PAAE exigem a compreensão de conceitos que não são trabalhados no ensino fundamental e que, por isso, torna-a ainda mais difícil para os alunos que ingressam no ensino médio. Outros problemas percebidos, são a falta de motivação dos alunos para realizá-las, muitas vezes por não entender sua razão ou simplesmente por não conseguirem respondê-la. Percebe-se que esta é uma avaliação que está longe da realidade vivenciada por alunos e professores nas escolas. Os professores se esforçam para que as mesmas possam ser realizadas, mas não recebem qualquer tipo de auxílio para melhorar a situação. |
Palavras-chave: avaliação, jogos didáticos, PIBID. |