63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
MAPEAMENTO DAS ÁREAS MUNICIPAIS QUEIMADAS NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAIBUNA MG/RJ ATRAVÉS DO PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT 5
Deborah Cristina Gomes de Oliveira 1
Rosana Lino de Faria 1
Ricardo Tavares Zaidan 2
1. LGA - Depto. de Geociências, ICH/UFJF
2. Prof. Dr. / Orientador – LGA - Depto. de Geociências, ICH/UFJF
INTRODUÇÃO:
As queimadas geram diversos prejuízos econômicos, paisagísticos e ecológicos, podendo ocorrer em unidades de conservação, áreas de preservação e reflorestamento, margens de estradas, proximidades de aglomerados urbanos, dentre outras localidades. Com o lançamento dos primeiros satélites operacionais de sensoriamento remoto (SERE) na década de 70, evidenciou-se o uso de imagens orbitais no estudo das queimadas. Mas foi somente a partir da década de 80, que a dimensão mundial de ocorrências de queimadas chamou a atenção da comunidade científica e da população em geral, com os possíveis efeitos do uso indiscriminado do fogo sobre o clima, manutenção da biodiversidade, na conservação dos solos, entre outros. Desta forma, o presente trabalho fundamentado nas técnicas de (SERE) e análise de imagens de satélite LANDSAT 5, esta focado na geração de um Mapeamento das Áreas Municipais Queimadas na Região da Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna (BHRP) – MG/RJ através da utilização da Classificação Supervisionada pelo método da Máxima Verossimilhança Gaussiana (MAXVER). Neste contexto, o estudo busca definir uma metodologia para a identificação de áreas degradadas pela prática de queimadas, como base para a construção de um futuro projeto de Monitoramento de Áreas Queimadas da BHRP – MG/RJ.
METODOLOGIA:
A escolha da Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna - MG/RJ para o estudo se deu pelo fato de haver grande ocorrência de queimadas na região, e pelo fato de não existir na literatura aplicações efetivas sobre este fenômeno para a área em questão. Desta forma para obter a cobertura da Bacia foram utilizadas às cenas 217-75, 217-76 (05/09/08) e 218-75, 218-76 (12/09/08), este período foi escolhido por corresponder a um mês com pouca ou quase nenhuma presença de nebulosidade e hidrologicamente mais seco do ano. Em seguida foi gerado o mosaico e a correção geométrica das cenas em questão, sendo o primeiro desempenhado pelo software ENVI e o segundo pelo software ARCGIS. Posteriormente foram realizados recortes das cenas com o polígono vetorial, utilizando conjuntamente os limites municipais que contem a BHRP – MG/RJ, destacando a área de estudo. A seguir foram realizadas composições coloridas com as imagens das bandas R(TM5) G(TM4) B(TM3) com intuito de facilitar a extração das informações, o reconhecimento dos objetos e a melhor seleção das amostras de treinamento. Para a obtenção do Mapeamento das Áreas Municipais Queimadas foi aplicada a Classificação Supervisionada, através do método MAXVER desempenhada pelo software ENVI.
RESULTADOS:
Após o pré-processamento e classificação supervisionada das imagens digitais do satélite Landsat TM5 foi gerado o Mapeamento das Áreas Municipais Queimadas na Região da BHRP – MG/RJ na data de setembro do ano de 2008. Apartir da analise do mapa notou-se que as queimadas não estão distribuídas de forma simétrica quanto ao seu posicionamento e tamanho da área queimada, por toda a extensão da Bacia, mas sim concentradas em alguns locais. Dentre os trinta e sete municípios que compõem a BHRP – MG/RJ dez se destacaram pelo grande número de ocorrência de queimada, sendo: Juiz de Fora, Mar de Espanha, Simão Pereira, Santana do Deserto, Lima Duarte, Belmiro Braga, Valença, Matias Barbosa, Guarará e Bicas nesta ordem, sendo Juiz de Fora o que possui maior extensão e ocorrência de queimadas. Outros dez municípios se destacam por apresentarem o menor número de ocorrência de queimadas, sendo: Barra do Pirai, Itatiaia, Bocaiana de Minas, Resende, Bom Jardim de Minas, Quatis, Coronel Pacheco, Passa Vinte, Olaria e Santa Rita do Jacutinga nesta ordem. Após a verificação tal resultado mostrou que a Bacia vem sofrendo acentuadamente com as ações das queimadas podendo ser tanto de origem natural como antrópica, e concentrando-se principalmente na sua porção nordeste.
CONCLUSÃO:
Conclui-se com o presente trabalho, que o processamento digital de imagens de satélites se mostra como uma importante ferramenta de análise de fenômenos da superfície terrestre como as queimadas. Nota-se que os municípios que mais vem sofrendo com as ações das queimadas se encontram na porção nordeste da Bacia. A classificação supervisionada por assinatura espectral se mostrou eficaz ao permitir o reconhecimento dos padrões característicos das queimadas, através da coleta de amostras homogêneas que compõem uma determinada classe, mas percebe-se que existem áreas que a classificação considera como sendo queimadas as quais não são. Portanto a modelagem não apresentou tanta eficácia necessitando a aplicação de novos procedimentos. Assim a proposta seria de classificar a bacia através do uso e ocupação do solo, incluindo as queimadas como sendo uma das classes de estudo, e não classificar apenas as áreas queimadas como anteriormente, remodelando a forma de trabalhar.
Palavras-chave: Queimadas, Processamento Digital de Imagens, Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna..