63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva |
ASSOCIAÇÃO ENTRE MALOCLUSÃO NA DENTIÇÃO PERMANENTE E FATORES SOCIAIS EM ESCOLARES |
Daniela Nobre Vasconcelos 1 Maria de Fátima Nunes 2 Sandra Cristina Guimarães Bahia Reis 3 Maria Inêz Barbosa 4 Érika Fernandes Soares 5 Maria do Carmo Matias Freire 6 |
1. Faculdade de Odontologia-Universidade Federal de Goiás 2. Faculdade de Odontologia-Universidade Federal de Goiás 3. Secretaria Estadual de Saúde de Goiás 4. Secretaria Municipal de Saúde de Goiás 5. Secretaria Municipal de Saúde de Goiás 6. Drª./ Orientadora-Faculdade de Odontologia-Universidade Federal de Goiás |
INTRODUÇÃO: |
A incidência de anomalidades dentofaciais tem aumentado progressivamente, alcançado um número preocupante no panorama nacional, uma vez que as crianças brasileiras apresentam um dos mais altos índices de extrações dentárias prematuras, sem manutenção do espaço perdido. Para que medidas de prevenção possam ser efetuadas, torna-se necessário o conhecimento da prevalência das maloclusões através de levantamentos epidemiológicos. O monitoramento da condição de saúde bucal e sua relação com nível socioeconômico é de extrema importância para o planejamento e avaliação das ações de saúde no nível local, além de ampliar o conhecimento sobre esta questão no Brasil. A pesquisa torna-se relevante, uma vez que, conhecendo a condição de saúde bucal dos escolares por Distrito Sanitário do município, poder-se-á propor melhorias nas políticas públicas no sentido adequar, promover ou mesmo institucionalizar ações estatais na saúde bucal. O objetivo do trabaho foi conhecer a prevalência de maloclusão dentária em escolares de 12 anos e sua associação com fatores sociais no município de Goiânia-GO, em 2010. |
METODOLOGIA: |
Realizou-se um estudo transversal em que o delineamento foi de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde (Projeto SB BRASIL 2010). O desenvolvimento do estudo seguiu os requisitos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde do Brasil. Obteve-se uma amostragem por duplo estágio (conglomerados). A amostra foi constituída de 2.075 escolares (taxa de resposta=79,65%), selecionados aleatoriamente em 39 escolas das redes pública e privada de ensino do município. Os exames bucais foram feitos nas escolas por seis equipes (compostas de cirurgiã-dentista e auxiliar de saúde bucal) previamente calibradas da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, sob luz natural, com a utilização do Índice de Estética Dental- DAI. Os fatores sociais foram o sexo, a cor ou raça dos escolares, a escolaridade da mãe e o tipo de escola (pública e privada). A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (Parecer no 226/2010). Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste do qui-quadrado. |
RESULTADOS: |
A prevalência de maloclusão foi de 39,4% (n=818) no total da amostra. As frequências das classes do DAI foram: 20,1% (n=417) definida; 10,6% (n=219) severa e 8,8% (n=182) muito severa. Em relação às condições do Índice, 36,6% dos escolares apresentaram Apinhamento e Espaçamento no Segmento Incisal, 12,5% Diastema Incisal, 46,3% Desalinhamento Maxilar Anterior, 36,4% Desalinhamento Mandibular Anterior, 95,2% Overjet Maxilar Anterior, 1,6% Overjet Mandibular Anterior, 5,1% Mordida Aberta Vertical Anterior, 45,2% Relação Molar Ântero-Posterior não normal. A maloclusão foi mais frequente em escolares na rede pública (78,4%) que na rede privada (21,6%) e entre aqueles cujas mães apresentavam menor escolaridade (p=0,000). Nível de significância verificado após a utilização do teste do qui-quadrado. Comparativamente a estes resultados um perfil nacional a respeito dos problemas oclusais foi obtido através do projeto SB Brasil 2003. Verificou-se que aos 12 anos de idade 58,14% da população brasileira apresentava algum tipo de anomalidades dentofacial. No Brasil como um todo, 21% das crianças de 12 anos de idade apresentaram anomalias dentofaciais muito severas ou incapacitantes. Há uma tendência secular de incremento na prevalência e severidade desta condição. |
CONCLUSÃO: |
A prevalência de maloclusão dentária foi superior a um terço do total de escolares com predomínio dos níveis definida e severa. A associação com fatores sociais mostra a importância destes no planejamento das ações voltadas à saúde bucal da criança. |
Palavras-chave: maloclusão, condição socioeconômica, saúde bucal. |