63ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

PRODUÇÃO DE MANJERICÃO (Ocimum basilicum L.) CULTIVADO SOB DUAS OU TRÊS FILEIRAS NO CANTEIRO, SOLTEIRO OU CONSORCIADO COM ALFACE (Lactuca sativa L.)

André Carlesso 1 Arthur Kenji Mendes Maeda 1 André Trento Luciano 1 Maria do Carmo Vieira 2 Néstor Antonio Heredia Zárate 3 Wander Luiz Farias Gonçalves 4

1. Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD 2. Profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Ciências Agrárias– UFGD 3. Prof. Dr./Co-orientador - Faculdade de Ciências Agrárias– UFGD 4. Bolsista Apoio Técnico CNPq – FCA-UFGD

INTRODUÇÃO:

Ocimum basilicum L. (Lamiaceae), conhecida popularmente como manjericão, é originária do sudeste asiático e da África Central, tem porte arbustivo e ciclo anual ou perene, dependendo do local em que é cultivada. É comercialmente utilizada como aromatizante ou condimento preparado com suas folhas verdes e aromáticas, que podem ser usadas frescas ou secas. Como fitoterápico, é utilizado contra problemas nas vias respiratórias, infecções bacterianas e parasitas intestinais, além de melhorar a digestão dos alimentos. A alface (Lactuca sativa) é a hortaliça folhosa de maior importância no Brasil, com uma área plantada de 35.000 ha e consumida principalmente na forma de saladas. Seu cultivo é feito de maneira intensiva e geralmente praticada pela agricultura familiar, sendo responsável pela geração de cinco empregos diretos por hectare. Diversos autores abordam a importância dos sistemas de cultivos múltiplos tanto como peça fundamental na manutenção de pequenas propriedades agrícolas, em países subdesenvolvidos, quanto como componente de sistemas agrícolas mais sustentáveis. Estudos realizados apontam que os consórcios de plantas medicinais com hortaliças possibilitam maior produção. Com base nisso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de biomassa de manjericão, sob duas ou três fileiras no canteiro, consorciado ou não com alface.

METODOLOGIA:

O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Medicinais-HPM, da Universidade Federal da Grande Dourados, em Latossolo Vermelho Distroférrico, de textura muito argilosa e topografia plana. O manjericão e a alface foram alocados no campo em experimento conjunto, sendo constituídos cinco tratamentos da seguinte forma: duas fileiras solteiras de manjericão (M2) espaçadas de 0,50 m; três fileiras solteiras de manjericão espaçadas de 0,33 m (M3); quatro fileiras solteiras de alface espaçadas de 0,25 m (A4); duas fileiras solteiras de manjericão consorciadas com quatro fileiras de alface (M2A4) e três fileiras de manjericão consorciada com quatro fileiras de alface (M3A4). ). O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com oito repetições. Os espaçamentos entre as plantas de alface foram de 0,20 m e de manjericão, de 0,30 m. A área total de cada parcela foi de 3,6 m2 (2,4 m de comprimento e 1,5 m de largura) e a área útil, de 2,4 m2 (2,4 m de comprimento e 1,0 m de largura). Foram usadas sementes adquiridas no comércio local, sendo as de manjericão do tipo folhas grandes e a alface lisa ´Elizabeth’. As plantas de alface foram colhidas aos 48 dias após o transplantio e as de manjericão, em duas épocas, aos 96 e 113 dias após o transplante. Usou-se teste F e tukey a 5%.

RESULTADOS:

As áreas foliares e as produções de massas frescas de folhas e de inflorescências do manjericão não foram influenciadas pelo consórcio nem pelos arranjos de plantas na primeira época de colheita, sendo em média de 2154 cm² planta-1, 365 g/4 plantas e 178 g/4 plantas, respectivamente. Na segunda época de colheita houve efeito significativo do arranjos de plantas, sendo as plantas cultivadas sob duas fileiras mais produtivas, com 2077 cm² planta-1, 373 g/4 plantas e 269 g/4 plantas, de área foliar e massas frescas de folhas e inflorescências, respectivamente. As produções das cabeças comerciais (CCcom) e não-comerciais (CNcom) da alface não foram influenciadas significativamente pelo consórcio nem pelo número de fileiras de manjericão, sendo, em média de 2120 kg/parcela de CCcom , 2463 kg/parcela de CNcom, 10 plantas/parcela de CCcom e 30 plantas/parcela de CNcom. Pelas Razões de Área Equivalente de 1,48 do arranjo M2A4 e de 1,58 para M3A4 na primeira colheita e de 1,68 para M2A4 e de 1,58 para M3A4 na segunda colheita, concluiu-se que o consórcio foi eficiente, sendo recomendável o arranjo de duas fileiras de manjericão alternadas com quatro fileiras de alface.

CONCLUSÃO:

Considerando-se os valores da Razão de Área Equivalente maior que 1,0, concluiu-se que o consórcio manjericão com alface é viável. Recomenda-se o arranjo de duas fileiras de manjericão alternadas com quatro fileiras de alface.

Palavras-chave: Planta medicinal, Associação de culturas, Razão de área equivalente.