63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE in vitro DA FARINHA DO RESÍDUO DO PROCESSAMENTO DA ACEROLA (Malpighia emarginata)
Cecília Teresa Muniz Pereira 1
Cleiane Régia dos Passos Silva 2
Carlyanne Nascimento Costa 1
Alessandro de Lima 3
Adeval Alexandre Cavalcante Neto 1
Herica Rocha Esposito 4
1. Departamento de Ensino - IFMA Campus Codó
2. Secretaria Estadual de Educação - PI
3. Departamento de Ensino - IFPI Campus Teresina
4. Aluno do curso integrado de agropecuária - IFMA Campus Codó
INTRODUÇÃO:
A aceroleira (Malpighia emarginata) é uma planta frutífera originária das Antilhas que se encontra dispersa em várias regiões do mundo, estabelecendo-se particularmente em ecossistemas tropicais e subtropicais do continente americano, sendo seu fruto uma excepcional fonte de vitamina C, além de conter carotenóides e fitoquímicos, como flavonóides (antocianinas) (BLISKA;LEITE, 1995).
Durante a industrialização dessa frutífera há geração de resíduos que são ricos em compostos funcionais como os compostos capazes de degradar os radicais livres presentes nos organismos, podendo atuar eficientemente como antioxidantes (CAETANO et. al., 2009). Em virtude disso, o presente trabalho objetivou avaliar a atividade antioxidante da farinha do resíduo de acerola como forma de buscar o reaproveitamento do mesmo.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí/Campus Teresina. O resíduo utilizado para a produção da farinha foi obtido de uma fábrica de polpa de frutas na cidade de Teresina-PI, sendo seco em estufa e triturado em liquidificador, até obtenção da farinha. Para o preparo do extrato aquoso da farinha, utilizou-se 100 ml de água destilada e 5g de farinha, que foram homogeneizados em erlenmeyer durante 1 hora, com posterior filtração e armazenamento sob refrigeração até o momento das análises. O preparo dos extratos alcoólico e hidroalcoólico seguiu a mesma metodologia, tendo apenas como diferencial o solvente. A determinação dos fenólicos totais seguiu a metodologia descrita por Swain e Hills (1959). A atividade antioxidante foi avaliada através do método de captura do radical DPPH, conforme Brand-Wyllians (1995). Todas as determinações foram realizadas em triplicata.
RESULTADOS:
As médias encontradas para os fenólicos totais foram de 66,91mg/100g para o extrato alcoólico, 61,97 mg/100g para o extrato aquoso e 88,38 mg/100g para o extrato hidroalcoólico, mostrando assim que a solução hidroalcoólica apresentou um melhor poder extrator para os compostos fenólicos da farinha. Com relação a atividade antioxidante os valores foram 359,42; 418,48; 471,42 expressos em EC50 em µg/mL, respectivamente para os extratos alcoólico, aquoso e hidroalcólico. O extrato alcoólico foi o que apresentou menor valor de EC50, portanto melhor capacidade de seqüestro do radical DPPH. Um extrato que apresenta alto potencial em seqüestrar radicais livres possui baixo valor de EC50, possuindo assim melhor ação antioxidante.
CONCLUSÃO:
A farinha de resíduo de acerola mostrou-se uma importante fonte de compostos fenólicos totais apresentando, conseqüentemente, um bom potencial antioxidante, podendo contribuir no aporte destes na dieta. Com o alto descarte de resíduos agroindustriais, principalmente no processo de frutas como a acerola, a farinha de resíduos é uma alternativa viável para a diminuição do desperdício, podendo ser utilizada para o enriquecimento de produtos alimentícios.
Palavras-chave: acerola, resíduo, atividade antioxidante.