63ª Reunião Anual da SBPC |
H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Linguística - 4. Sociolingüística |
Análise de orientações teóricas sobre a variação linguística nas práticas docentes do ensino de língua materna |
Adna Maely dos Santos Oliveira 1 Fátima Cristina Pessoa 2 Marília de Nazaré Ferreira 3 |
1. Laboratório de Ciências da Linguagem - Faculdade de Letras - UFPA 2. Profa.Dra./Orientadora - Instituto de Letras e Comunicação - Faculdade de Letras - UFPA 3. Profa.Dra./ Co-orientadora - Laboratório de Ciências da Linguagem - Faculdade de Letras - UFPA |
INTRODUÇÃO: |
Nos últimos anos, estudiosos da linguagem, têm realizado investigações científicas tentando apontar o lugar da inserção de uma postura de respeito à diversidade linguística na prática docente. Tais pesquisas têm demonstrado que embora qualquer falante tenha consciência da grande variação que há nos usos da língua, em sala de aula, as práticas de ensino ainda tendem a desconsiderar a diversidade sociolinguística dos educandos, que antes de tudo são falantes e dominam uma determinada variedade linguística. Como forma de conscientização, já consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), quando são apresentados os objetivos do Ensino de Língua Portuguesa, a instrução devida de como deve ser trabalhada a questão da variação linguística em sala de aula. Mesmo diante desta conscientização, muitas dificuldades têm sido encontradas no cenário escolar atual para a efetivação de práticas de ensino que estabeleçam uma perfeita integração com a proposta para o ensino de língua disposta nos PCN. Considerando essa realidade, o presente trabalho pretende fazer um levantamento de referências na área de estudos sociolinguísticos, com o objetivo primeiro de avaliar de que forma estudiosos têm orientado sobre a postura do educador frente ao fenômeno da variação linguística no ambiente escolar. |
METODOLOGIA: |
A metodologia utilizada na produção deste trabalho foi basicamente a pesquisa bibliográfica, cujos textos principais são os de Bagno (1999) e Possenti (1987). Podem ser divididas as etapas de produção deste trabalho da seguinte forma: A primeira etapa da elaboração deste trabalho consistiu na da coleta de materiais bibliográficos a respeito do tema proposto, os quais foram indicados pelas orientadoras desta pesquisa. A segunda etapa consistiu na leitura e análise crítica das referências bibliográficas levantadas. Neste momento buscaram-se os fundamentos teóricos sobre a variação linguística e o posicionamento de renomados estudiosos da linguagem a respeito desse fenômeno e suas implicações no ensino de língua portuguesa no cenário escolar atual. A terceira e última etapa da preparação deste trabalho incidiu na produção do resumo submetido à comissão de Avaliação e produção do banner de apresentação. |
RESULTADOS: |
Mesmo com a existência das recomendações citadas e de estudos de gramáticos e linguistas já consagrados pelas instâncias de legitimação, como Marcos Bagno, Evanildo Bechara, Sírio Possenti, entre muitos outros, ainda são raras as pesquisas voltadas para as questões mais pedagógicas do processo de ensino-aprendizagem e a diversidade linguística em sala de aula. E dessa forma, na falta de resposta para uma pergunta muito relevante nesta discussão - como ensinar a língua materna em um cenário de diversidade lingüística? - os educadores, muitas vezes, preferem desconsiderar esse cenário, nem tanto por desconhecimento, mas descomprometimento por não encontrar em suas práticas de ensino um lugar de reconhecimento para essa diversidade. |
CONCLUSÃO: |
Percebe-se a partir do levantamento da bibliografia de apoio e essencialmente com embasamento nos teóricos utilizados neste estudo, que cada vez mais tem sido aclamada uma postura de respeito ao fenômeno da diversidade, nos mais diversos âmbitos, em especial, quando se trata do cenário escolar, um espaço heterogêneo por natureza. Nesse sentido, como propõem Bagno (1999) e Possenti (1996), o profissional da educação precisa ter sensibilidade para reconhecer os fenômenos linguísticos que ocorrem em sala de aula, reconhecendo o perfil sociolinguístico de seus alunos para, junto com eles, empreender uma educação em língua materna considerando o saber usar a língua em situações que envolvem, antes de tudo, a competência comunicativa do falante. Admitindo o conhecimento linguístico prévio dos aprendizes e possibilitando no espaço escolar a ampliação incessante dos seus repertórios verbais e de suas competências comunicativas, na construção de relações sociais permeadas pela linguagem cada vez mais democráticas e não discriminadoras. |
Palavras-chave: variação, ensino, língua materna. |