63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social |
MEDIAÇÕES FAMILIARES, JOVENS ESTUDANTES E AS COTAS NA UFG |
Darlyene Iviane da Costa Silva 1 Edna Mendonça Oliveira de Queiroz 2 |
1. Bolsista de Iniciação Científica do CNPQ – Faculdade de Educação – UFG 2. Profa. Dra./ Orientadora – Faculdade de Educação – UFG |
INTRODUÇÃO: |
O presente trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa “Mediações familiares, jovens estudantes e as cotas na UFG”, vinculada ao projeto denominado “Programa UFGInclui: mediações familiares e formação dos jovens”, o qual visa investigar a participação da família como principal instância de mediação na vida de jovens que experienciam a proposta de um processo de inclusão no ensino superior participando de programa ligado às ações afirmativas. Trata-se de desvendar as relações entre o jovem e a família apreendendo como a instituição familiar, no processo de formação do jovem, media seu modo de pensar e agir, de modo a apreender os sentidos que dão aos processos produzidos no âmbito dos mecanismos de inclusão/exclusão. Para tanto indagou-se como a produção acadêmica no Brasil nos últimos cinco anos têm tratado as relações entre o jovem e a família, em especial o jovem que ingressa na universidade pública por meio das ações afirmativas. O exame destas questões contribui para fundamentar os estudos que buscam apreender os processos psicossociais constitutivos da experiência dos alunos ingressantes na UFG pelo Programa UFGInclui. |
METODOLOGIA: |
Buscou-se realizar um levantamento de dissertações e teses defendidas no período de 2004-2008 nos programas de pós-graduação em Psicologia e Educação das universidades brasileiras (77 instituições no ano de 2009) cadastradas no portal on line da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para realizar o levantamento, foram elencadas três palavras-chave para busca dos resumos das produções: jovens, ações afirmativas e cotas, as quais foram lançadas na página específica de busca do banco de teses/dissertações. A proposta consistiu em verificar nos resumos, por meio de leitura integral destes, se o trabalho trata do tema de interesse da pesquisa. |
RESULTADOS: |
O levantamento realizado resultou em um banco de dados composto de 1583 trabalhos dos quais apenas sete (0,4% do total) atenderam aos critérios elencados pela pesquisa, ou seja, tratam da temática ações afirmativas, jovens cotistas e discutem questões familiares entremeadas a este processo. Essa escassa produção revela o pequeno interesse que o assunto tem despertado no meio acadêmico no Brasil, o que aponta para a necessidade de pesquisas sobre essa temática. Para além dos dados quantitativos, buscou-se, com base na leitura e análise dos resumos, identificar as tendências da produção acadêmica do período estudado acerca da temática. Os resultados mostram a concentração dos temas na discussão das cotas raciais para negros. De modo geral, as inquietações que norteiam as produções selecionadas referem-se às experiências vividas pelos jovens frente ao preconceito, à discriminação racial e de gênero, ao sentido de pertença racial antes e após o ingresso na universidade, ao perfil dos estudantes cotistas e ao desempenho acadêmico dos mesmos. |
CONCLUSÃO: |
Este trabalho limita-se a apresentar os resultados parciais desta pesquisa, visto que a segunda fase do estudo prevê a leitura do material bibliográfico selecionado e o preenchimento de planilhas de documentação, previamente elaboradas e testadas, as quais subsidiarão a análise da temática em questão. Observou-se que a discussão sobre jovens, família e ações afirmativas está sendo tratada de forma ainda tímida pelas produções acadêmicas nas áreas de Psicologia e Educação, o que, provavelmente, se deve ao fato de as políticas de ações afirmativas serem um assunto ainda recente no Brasil. Deste modo, constata-se a necessidade de adensar os estudos sobre o tema, concorrendo para a sistematização de conhecimentos sobre as relações entre o jovem e a família para a melhor compreensão dos intrincados processos vividos pelos jovens que vivenciam os mecanismos de “inclusão/exclusão”. É ainda importante considerar que o incremento das discussões sobre as ações afirmativas podem instigar uma reflexão cada vez mais crítica das questões estruturais complexas desta sociedade concernentes aos processos de exclusão e desigualdade. |
Palavras-chave: Jovens, Mediações familiares, Ações afirmativas. |