63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química |
APLICAÇÃO DE SEMENTES NATIVAS DA REGIÃO AMAZÔNICA COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE SISTEMAS CRISTALINOS DE EMPACOTAMENTO DE ÁTOMOS |
Irizádina Maria da Silva 1 Édipo Correa Pompeu 1 Franciele Militino Bissoli 1 Renato André Zan 2 Filomena Maria Minetto Brondani 2 Nathalia Vieira Barbosa 2 |
1. FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE (FAEMA) 2. Químico-mestre em quimica -docente/FAEMA |
INTRODUÇÃO: |
No âmbito da ludicidade, ensinar exige alegria e esperança. Portanto, temos que criar ambientes que favoreçam o aprendizado, tornando o ensino interessante e de fácil assimilação. Um ensino em que se possa contextualizar o conteúdo ensinado em sala de aula com aprendizagem significativa presente no cotidiano dos alunos. Deve-se preparar os alunos para observar, discutir e transformar, só assim, serão capazes de resolver problemas relacionados à educação e a sociedade em geral. Buscando formas alternativas de ensino, capaz de retirar o rótulo de disciplina complicada e desagradável e desenvolver uma aprendizagem significativa e cognitiva, em que os alunos consigam relacionar a química com seu dia a dia, despertando a curiosidade e simpatia pelo conteúdo, o NPPQ (Núcleo de Práticas Pedagógicas em Química) da FAEMA–Faculdade de Educação e Meio Ambiente, vem através desse trabalho continuar a aplicação de sementes nativas da região amazônica no ensino de química, onde num primeiro momento o núcleo utilizou as sementes para o desenvolvimento de modelos de geometria molecular, e agora teve como finalidade a aplicação das sementes para elaborar modelos de estudos de sistemas cristalinos de empacotamento de átomos dentro da disciplina de química inorgânica. |
METODOLOGIA: |
Dando continuidade aos trabalhos relacionados ao uso de sementes nativas no ensino de química e tendo o intuito de valorização da biodiversidade da região amazônica procuramos utilizar sementes nativas da região na representação dos átomos na elaboração dos modelos de sistemas cristalinos de empacotamento. As sementes foram adquiridas por meio de um artesão, que nos forneceu as mesmas já beneficiadas, pintadas e polidas. Para montar os sistemas cristalinos foram utilizadas as sementes de buriti, tucumã entre outras, palitos de bambu e cola. As sementes foram separadas por cor e tamanho, e determinou-se que cada semente com cor diferenciada representava um átomo especifico. As sementes foram furadas com o auxilio de furadeira e brocas de diâmetros diferentes, levando-se em conta o tamanho e rigidez das sementes. Os modelos construídos de sistemas de empacotamento foram: cúbicos (3), tetragonal (2), ortorrômbico (4), hexagonal (1), trigonal (1), monoclínico (2) e triclínico (1), fechando assim o modelo das 14 celas de Bravais distribuídas segundo os sete sistemas citados. |
RESULTADOS: |
Um dos pilares fundamentais do estudo de química inorgânica e de minerais, e um dos elementos determinantes na sua classificação, é a determinação da sua estrutura cristalina, já que esse fator determina, a composição química, a generalidade das propriedades do material e fornece indicações claras sobre os processos e ambientes geológicos que estiveram na sua origem, bem como o tipo de rochas de que poderá fazer parte. Neste contexto, estrutura cristalina significa o arranjo espacial de longo alcance em que se encontram os átomos ou moléculas nos compostos químicos e nos minerais. Na natureza existem 14 arranjos básicos tridimensionais de partículas (átomos ou moléculas), designados por redes de Bravais, agrupados em 7 sistemas distintos, que permitem descrever todos os cristais até agora encontrados. É portanto de suma importância o estudo dentro do curso de química e também se encaixa num dos conteudos mais dificeis de se transmitir para o aluno, nesse sentido a elaboração desses sistemas cristalinos através de sementes nativas deu uma nova possibilidade de ensino desse conteudo dentro do curso de química, onde conseguisse sair do abstrato e passasse a um estudo em 3D dos sistemas, mostrando realmente ao aluno como são esses sistemas, onde o mesmo pode tocar nos modelos. |
CONCLUSÃO: |
Com esse trabalho pode-se observar que apesar das dificuldades encontradas no ensino de sistemas cristalinos de empacotamento dentro da disciplina de química inorgânica, é possível aos professores obterem materiais que possibilitem um melhora significativa no ensino-aprendizagem, a fim de proporcionar aos alunos um entendimento dos conceitos sobre sistemas cristalinos de empacotamento tidos como complicados e de difícil entendimento. Também pode-se destacar a facilidade de obtenção do material e de sua versatilidade, tendo também com esse trabalho relacionar a biodiversidade, conceito esse muito falado nos nossos dias. |
Palavras-chave: biodiversidade, sistemas cristalinos, sementes nativas. |