63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental |
DIAGNÓSTICO DOS REAGENTES PASSIVOS E EM USO PRESENTES NOS LABORATÓRIOS DE MEIO AMBIENTE DO IFG |
Sandra Regina Longhin 1,2 Alessandro Silva de Oliveira 3 Dayanne Kássia Mendes 4 |
1. Profa Dra/ Orientadora - Coordenação de Química - IFG campus Goiânia 2. Pontifícia Universidade Católica de Goiás 3. Prof. MSc/Co-orientador - UniAnhanguera 4. Acadêmico de Técnico em Controle Ambiental - IFG campus Goiânia |
INTRODUÇÃO: |
A cada dia que passa tem-se observado em todo o mundo uma crescente conscientização por parte das indústrias químicas, das instituições acadêmicas e dos órgãos governamentais a respeito da necessidade de um tratamento eficaz ou de uma adequada disposição final de qualquer tipo de resíduo. As instituições de ensino, responsáveis pela formação de seus estudantes e, conseqüentemente, pelo seu comportamento como cidadãos, devem também estar preocupadas com este problema. As IE que utilizam de reagentes químicos para as aulas experimentais, têm sido confrontadas com o problema relacionado com o tratamento e à disposição final dos resíduos gerados. Esses resíduos apresentam baixo volume, mas grande diversidade de composições o que dificulta a tarefa de estabelecer um tratamento químico e/ou uma disposição final padrão para todos. A legislação ambiental enfatiza que a responsabilidade sobre resíduos começa desde a sua geração e vai até a disposição final. O descarte dos resíduos laboratoriais vem ganhando destaque graças ao interesse recente pela Química limpa. Assim, este trabalho tem como objetivo identificar os reagentes químicos passivos e em uso nas nas aulas experimentais realizadas nos laboratórios da Coordenação de Meio Ambiente e a forma de gerenciamento dos mesmos. |
METODOLOGIA: |
A metodologia adotada foi de uma pesquisa in loco, tendo como alvo os laboratórios de Tratamento de águas e efluentes da Coordenação de Meio Ambiente, onde se encontra o curso Técnico de Controle Ambiental. No espaço físico ocupado pelos laboratórios encontra-se também o almoxarifado de reagentes sólidos e líquidos onde todos os reagentes, sejam eles em uso ou passivo, encontram-se armazenados. Em uma primeira etapa foi realizado um inventário dos reagentes em uso, de acordo com as aulas experimentais realizadas nos laboratórios da coordenação de meio ambiente; o levantamento abrangeu as disciplinas de: Análises físico-químicas de Água, Análises Microbiológicas, Tratamento de Águas e Tratamento de Efluentes. Após esta etapa, os dados foram devidamente tabulados. A partir desta tabulação, avaliou-se o destino dos reagentes e resíduos das aulas experimentais. |
RESULTADOS: |
Os dados obtidos mostram que dos 108 reagentes armazenados no almoxarifado, apenas 32,4% são utilizados em aulas experimentais os demais, 68,6% podem ser considerados passivo. Uma observação importante é que existem reagentes com prazo de validade vencida e outros ainda sem identificação que são mantidos estocados no mesmo espaço que reagentes em uso. Outro fato preocupante é que observou-se no almoxarifado a alocação de reagentes de forma aleatória e não de acordo com a periculosidade e afinidade química, podendo promover reações indesejadas e perigosas, levando inclusive ao risco de explosões em função da reatividade de gases liberados. Dentre as aulas experimentais realizadas, apenas uma executa a segregação dos resíduos, a de determinação da DBO, promovendo o recolhimento dos mesmos e encaminhando-os para o tratamento. Assim, entende-se que há a necessidade de um gerenciamento dos reagentes em uso, do passivo e dos resíduos gerados em aulas pois a execução de análise físico-química de águas e efluentes consome diversas substâncias entre elas sulfato de manganês, azida sódica, dicromato de potássio, sulfato de mercúrio, ácido sulfúrico entre outras e entre o passivo destaca-se a presença de óxido mercúrio, clorito de zircônio, hexano, formaldeído e amianto purificado. |
CONCLUSÃO: |
Os dados obtidos levam a uma situação preocupante, considerando-se a necessidade de implantar um plano de gerenciamento de resíduos químicos (PGRQ) com urgência para assim atender a condição de gerador responsável. Na comunidade acadêmica, os alunos do curso técnico em Controle Ambiental estão questionando “Mas por que a maioria dos professores não incentiva o gerenciamento desses resíduos? Por que não aprender com os princípios da Química limpa?” Como explicar a eles os 68,6 % de regentes passivo que estão estocados, em más condições? Por que não dar um destino adequado a esses reagentes? A atitude de gerenciar os resíduos químicos levará a minimização dos impactos ambientais e especialmente a formação de profissionais comprometidos com as questões ambientais e com a sociedade como um todo, objetivo maior na formação de um Técnico em Controle Ambiental. |
Palavras-chave: resíduos laboratoriais, resíduos químicos, gerenciamento de resíduos. |