63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS: CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Sandra Regina Longhin 1,2
Alessandro Silva de Oliveira 3
Danielly Machado Alves de Araújo 4
1. Profa Dra/ Orientadora - Coordenação de Química - IFG campus Goiânia
2. Pontifícia Universidade Católica de Goiás
3. Prof. MSc/Co-orientador - UniAnhanguera
4. Acadêmico de Técnico em Controle Ambiental - IFG campus Goiânia
INTRODUÇÃO:
Atualmente a indústria de eletroeletrônicos tem faturado muito em virtude do enorme consumo desses equipamentos. Usufruir dos avanços da tecnologia se torna cada dia mais necessário às pessoas e facilita consideravelmente nosso dia-a-dia. O consumo desenfreado e inconsciente ditado pelas inovações constantes está se tornando um dos maiores problemas ambientais nos dias de hoje pelo fato de que grande parte desses produtos caem rapidamente na obsolescência e são encaminhados à destinos inadequados que, por sua vez, poluem e prejudicam o meio ambiente. Em sua composição a maior parte dos eletroeletrônicos apresenta elementos tóxicos denominados metais pesados. Quando descartados, por exemplo, em aterros sanitários, os metais pesados percolam no solo, poluindo extensas áreas, mesmo em poucas quantidades, inclusive os corpos d'água a que entrarem em contato. Os efeitos mais comuns que esses tóxicos causam aos seres vivos são: distúrbios renais e neurológicos, alterações genéticas e no metabolismo, cânceres etc. Assim, esse projeto tem como objetivo contribuir com questões relativas ao meio ambiente, identificando e quantifico os resíduos de eletroeletrônicos gerados nos laboratórios do IFG – Goiânia. Pretende também orientar a destinação correta para os mesmos e elaborar um material informativo que conscientize os consumidores da necessidade de descarte correto deste tipo de resíduo.
METODOLOGIA:
Em uma primeira etapa foram pesquisados os laboratórios do IFG campus Goiânia que utilizam equipamentos eletrônicos diversos. Após a definição destes, um levantamento quanto a diversidade e quantidade de equipamentos que encontravam-se nesses laboratórios foi realizada. Após esta etapa, fez-se uma entrevista investigativa com os técnicos responsáveis pelos espaços laboratoriais com o objetivo de constatar-se o destino dos equipamentos com defeitos, inservíveis e os fora de uso. A avaliação dos resíduos eletroeletrônicos quanto a presença de metais pesados foi realizada e a toxicidade desses componentes pesquisada em literatura da área. Após esta etapa, elaborou-se um material informativo com dados referentes aos resíduos e esclarecimentos quanto ao impacto ambiental gerado pelo descarte inadequado.
RESULTADOS:
A aplicação dos questionários aos responsáveis pelos laboratórios do Instituto, apontou para um dado importante, o desconhecimento quanto as questões legais de armazenamento e descarte de eletroeletrônicos. Os equipamentos com defeito são encaminhados para a assistência técnica, onde é realizada uma avaliação e, em caso de concerto, o reparo é realizado e o mesmo retorna ao uso. Quando não há possibilidade de concerto, este é identificado como “inservível” e encaminhado ao patrimônio. Para os entrevistados, “a maioria dos aparelhos levados à assistência têm concerto e continua no Instituto em uso, somente em raros casos é que o material é tido como de defeito permanente”. Esta informação não se confirma pois foram quantificados equipamentos inservíveis “amontoados” em uma sala, cerca de 30 teclados, 15 monitores e 20 CPU. Um caso preocupante são os equipamentos fora de uso dos laboratórios de química, entre eles encontra-ser um raio-X com fonte identificada como radioativa através de um pictograma. A pesquisa em literatura indicou a presença de metais pesados na constituição dos eletroeletrônicos inservíveis. O quantitativo estimado de elementos tóxicos indica a necessidade de um descarte adequado dos mesmos em função da possibilidade de contaminação ambiental.
CONCLUSÃO:
Os resíduos eletroeletrônicos gerados nos laboratórios do IFG necessitam ser adequadamente armazenados em função do impacto ambiental provocados pelos metais que os constituem . Há a necessidade também da definição de uma metodologia para recolhimento e destino de forma que não ocorram problemas como a contaminação ambiental. Considerando-se que cada computador para ser produzido consome 2 toneladas de insumos (matéria prima, energia e água), e que para um pequeno chip são consumidas 72 g de substâncias químicas e 32 L de água, torna-se necessário o reuso dos mesmos minimizando assim a retirada de matéria prima do ambiente. Além desses pontos, é preciso divulgar no meio acadêmico estas informações através de folders informativos pois a responsabilidade de geração de resíduos pertence a todos.
Palavras-chave: resíduo eletroeletrônico, metais tóxicos, impactos ambientais.