63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 5. Ciências Florestais
DIFERENÇAS ESPECTRAIS NA REGIÃO DO VISÍVEL EM MUDAS DE Matayba eleagnoides Radlk. SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
Luana Dessbesell 1
Daniele Guarienti Rorato 2
Adriana Falcão Dutra 3
Maristela Machado Araujo 4
Rudiney Soares Pereira 5
Lucas Alexandre Kervald 6
1. Graduanda do sétimo semestre da Engenharia Florestal da UFSM, Santa Maria, RS.
2. Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da UFSM, Santa Maria, RS.
3. Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da UFSM, Santa Maria, RS.
4. Engenheira Florestal Prof. Dra. Departamento de Ciências Florestais/ UFSM, Santa Maria, RS.
5. Engenheiro Florestal Prof. Dr./ Orientador/ Departamento de Engenharia Rural/ UFSM, Santa Maria, RS.
6. Graduando do quinto semestre da Engenharia Florestal da UFSM, Santa Maria, RS.
INTRODUÇÃO:
O sensoriamento remoto permite obter informações de como a vegetação processa a radiação eletromagnética e sua distribuição nos diferentes tipos de vegetação, estágios fenológicos e condições de estresse. A folha é a principal estrutura capaz de absorver radiação eletromagnética. A quantificação da energia absorvida, transmitida e refletida pelas folhas, pode ser obtida por sensores resultando em valores de reflectância em cada comprimento de onda. Estudos relacionando a espectroradiometria com espécies florestais são escassos, necessitando informações sobre os processos envolvidos na absorção, alocação e distribuição da radiação. Espécies nativas como a Matayba eleagnoides (camboatá-branco), pertencem ao grupo ecológico das secundárias, caracterizando-se como de luz difusa ou esciófila, quando jovem, regenerando à sombra. Assim, observa-se que a espécie apresenta plasticidade quanto à demanda de luz, associada ao estágio de desenvolvimento. Dessa forma, o objetivo do estudo foi avaliar diferenças espectrais, por meio da análise foliar de mudas de Matayba eleagnoides expostas a diferentes níveis de sombreamento, através das médias dos valores de reflectância na região do visível, visando o conhecimento da variação da reflectância.
METODOLOGIA:
O material foi coletado no Viveiro Florestal, Departamento de Ciências Florestais, da Universidade Federal de Santa Maria, em mudas de Matayba eleagnoides com 13 meses. Os tratamentos testados com tela de nylon tipo Sombrite® em diferentes níveis de sombreamento, T1 - 0% (Testemunha); T2 - 25%; T3 - 50%; T4 - 75%. Foram coletadas cinco folhas de cada tratamento, de forma aleatória, apenas observando a sanidade. Imediatamente após a coleta, as folhas foram encaminhadas ao Laboratório de Sensoriamento Remoto da UFSM, onde realizou-se a leitura em espectroradiômetro FieldSpec®3, sendo repetida três vezes a leitura para cada folha. Os dados foram convertidos para o programa Excel, para posterior processamento no Software R, versão 2.8.0, 2008. Para a avaliação dos dados definiu-se a média das leituras para cada tratamento e selecionou-se o intervalo da região do visível (450 a 690 nm). Em planilha foi determinada a reflectância média de cada tratamento, representada pela média aritmética do conjunto de leituras, além de análises gráficas das curvas de reflectância. Para verificar se as reflectâncias médias de cada tratamento apresentam diferenças significativas, aplicou-se a análise de variância, teste de normalidade e teste de Tukey para comparações de múltiplas médias.
RESULTADOS:
A partir da análise de variância e Teste Tukey HSD verifica-se que as diferenças entre as médias de reflectância são altamente significativas. Pode-se observar que há diferenças significativas entre as reflectâncias médias dos diferentes níveis de sombreamento das mudas de Matayba elaegnoides em no mínimo um par de médias, para o intervalo de comprimento de onda analisado. Tanto visivelmente, através dos gráficos gerados no Excel, quanto pelo teste de Tukey HSD pode-se observar da maior para menor diferenciação, a um nível de 5% de erro, a seguinte ordem: T2 - T4; T3 - T4; T2 - T1; T1 - T4; T2 - T3; T3 - T1 respectivamente. Na região do visível ocorre uma alta absorção associada à presença de pigmentos nos cloroplastos, isso pode ser considerado um bom indicativo na diferenciação de tratamentos. Pesquisadores avaliando regiões espectrais do visível em folhas cloróticas (submetidas a estresse) observaram uma reflectância elevada, isso, segundo eles, dá-se devido à diminuição de produção de clorofila que faz com que a planta absorva menor quantidade de energia.
CONCLUSÃO:
Nas condições em que o experimento foi conduzido, pode-se inferir que na região do visível a análise foliar de Matayba elaegnoides difere significativamente em todos os tratamentos, tendo uma melhor distinção para os pares T2 (25%) - T4 (75%); T3 (50%) - T4 (75%); T2 (25%) - T1 (0%). A escolha do intervalo referente ao espectro visível foi satisfatória, confirmando que há variação na refletância com os diferentes níveis de sombreamento.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto, Espectroradiometria, Camboatá-branco.