63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 1. Silvicultura |
EFEITO DE DIFERENTES AMBIENTES E EMBALAGENS DE ARMAZENAMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DA PALMEIRA CARANAÍ (Chelyocarpus chuco). |
Adriano Santos da Silva 1,2 João Lopes Firmino 1,3,4 Marilene de Campos Almeida 3 Antonio Ferreira de Lima 1,2 Clebyane de Souza Barbosa 1,2 Evandro José Linhares Ferreira 1,2 |
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/Núcleo de Pesquisa do Acre 2. Herbário do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre 3. Laboratório de Sementes Florestais do Parque Zoobotânico da UFAC 4. Mestre/Orientador INPA/ACRE |
INTRODUÇÃO: |
A caranaí (Chelyocarpus chuco (Mart.) H. E. Moore) é uma espécie de palmeira inerme, cespitosa e de médio porte que pode alcançar até 12 m de altura. Possui 10-15 folhas palmadas e suas inflorescências intrafoliares apresentam 7-9 ramos principais que originam 211-348 raquilas. Cada cacho com frutos maduros pesa entre 1,82-4,60 kg e produz 601-863 frutos globosos cujo epicarpo liso torna-se verde-amarelados quando os frutos amadurecem. A espécie tem grande potencial para uso ornamental em razão de sua beleza e porte. Entretanto, ela tem sido cultivada apenas esporadicamente em razão das poucas informações sobre as formas adequadas de conservação das sementes, os melhores substratos para germinação e o sistema ideal de produção de mudas. Essa deficiência de informações técnicas representa uma barreira para inserir a espécie, a curto e médio prazo, em sistemas de cultivos comerciais na região – incluindo os sistemas agroflorestais. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou determinar métodos adequados de armazenamento que favoreçam a manutenção da qualidade fisiológica de sementes de Chelyocarpus chuco. |
METODOLOGIA: |
Os frutos usados neste estudo foram selecionados aleatoriamente de cinco cachos colhidos em setembro de 2010 em uma área florestal localizada no km 79 da estrada AC-40, próximo à cidade de Plácido de Castro, Acre (10°20'07''S; 67°11'08'W'). Os ensaios de germinação foram realizados em casa de vegetação e os de conservação no Laboratório de Sementes Florestais do Parque Zoobotânico (PZ), localizados no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco, Acre (10º02'11"S; 67º47'43"W; altitude: 152 m). As pesagens foram feitas em balança com precisão de 0,01 g e as medidas (mm) com paquímetro de precisão. Para os ensaios de conservação foram utilizadas embalagens permeáveis (sacos de papel), semipermeáveis (saco plástico) e impermeáveis (lata). As sementes foram armazenadas em condições ambientais de laboratório (temp. média=24ºC e umidade relativa do ar=50-70%) e em geladeira (temp. média=8ºC e umidade relativa do ar=60%) por um período de 45 dias. Foi realizado o teste padrão de germinação e calculada a velocidade de germinação (IVG). As sementes foram germinadas em bandejas plásticas contendo areia como substrato, com 4 repetições de 25 sementes, totalizando 100 sementes por cada tratamento. A análise dos dados foi feita nos programas Microsoft Excel 2007 e BioEstat 5.0. |
RESULTADOS: |
Na variável germinação observa-se que em ambiente de geladeira o percentual de germinação das sementes armazenadas foi de 71% nas embalagens de papel e 81% nas embalagens de plástico e lata. Estes valores são superiores aos observados quando os mesmos tipos de embalagens foram armazenados em condições de laboratório: 1% para embalagem de papel, 54% para a embalagem de plástico e 63% para a embalagem de lata. É importante ressaltar que os índices de germinação das sementes armazenadas em condições de laboratório foram piores do que os obtidos para o tratamento testemunha (68%). O menor valor de IVG foi observado na embalagem de papel armazenada em condições laboratoriais (0,003). Para todos os outros tratamentos, incluindo a testemunha, os valores de IVG variaram entre 0,012 e 0,016. |
CONCLUSÃO: |
Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que aos 45 dias de armazenamento, o ambiente e embalagem ideais de armazenamento das sementes de Chelyocarpus chuco são, respectivamente, a geladeira e sacos plásticos ou latas. O fato do ambiente em geladeira ter resultado em maiores percentuais de germinação do que o ambiente laboratorial, para todas as embalagens utilizadas no experimento, decorre das condições mais estáveis de armazenamento, especialmente a baixa temperatura e umidade praticamente inalterada, em contraste com temperaturas mais elevadas e condições de umidade muito variáveis no ambiente laboratorial. Deve-se também ressaltar que a capacidade de germinação das sementes de palmeiras depende do grau de dessecamento que elas podem suportar sem que isso altere o protoplasma de suas células. |
Palavras-chave: Chelyocarpus chuco, sementes, armazenamento. |