63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública |
TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E O ENLACE COM OS CUIDADOS FAMILIARES A PESSOA IDOSA PORTADORA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA |
Jonatas Fonseca dos Reis 1 Luzia Wilma Santana da Silva 2 Camila Fabiana Rossi Squarcini 3 Geisa Albertino Ferreira Santos 4 Renata Luisa de Carvalho Silva 5 Leonardo José Morais Santos 6 |
1. Disc. do curso de Educação Física – Univ. Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB 2. Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Saúde – UESB 3. Profa. MSc. Depto. de Saúde - UESB 4. Discente do curso de Educação Física - UESB 5. Discente do curso de Enfermagem - UESB 6. Discente do curso de Fisioterapia - UESB |
INTRODUÇÃO: |
O crescimento da população mundial com faixa etária igual ou superior a 60 anos vem aumentando progressivamente nas últimas décadas, e não diferentemente em países em desenvolvimento, a exemplo o Brasil. No entanto, países como o nosso ainda tem um largo caminho a percorrer no que se refere a atender esta demanda que se mostra em serviço de saúde e sociais, uma vez que com o aumento da longevidade há possibilidades de problemas anatomo-fisiológicos característicos desta faixa etária, mesmo num envelhecimento saudável, e dentre eles, destaca-se as doenças cardiovasculares, sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) considerada a mais prevalente nesta população, tornando-se um problema de saúde pública. Nesse contexto, o exercício físico tem sido utilizado como uma forma de tratamento-controle não-farmacológico para a HAS. Para tanto, é fundamental que a família esteja envolvida no processo de cuidado para potencialização do tratamento. Apesar disso, não foram observados estudos em que a família participe junto com o idoso do exercício físico. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a pressão arterial e a dimensão morfológica (composição corporal e distribuição de gordura) de idosos com HAS após participarem de um programa de exercício físico aeróbio junto com seu familiar. |
METODOLOGIA: |
Estudo de abordagem quanti-qualitativa, realizado na UESB, Jequié-BA, no período de setembro a dezembro/2010. Participaram do estudo 31 idosos com HAS, com idade média de 62,5 (± 8,0) anos, junto com seu familiar cuidador. Após aprovado pelo CEP-UESB (n°214/2008), os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Antes e após o treinamento físico foram coletados: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura e do Quadril, Relação Cintura e Quadril (RCQ), Dobras Cutâneas e Pressão Arterial (PA). Foi também utilizado registros em diário de campo para maior enriquecimento da análise qualitativa. O programa de exercício físico aeróbio teve duração de três meses, realizados no final da tarde, três vezes por semana e com intervalo de repouso de 24h, no qual o familiar participou junto com o idoso. Além disso, os participantes foram acompanhados por uma equipe multiprofissional, sendo avaliada PA antes e após cada aula para garantir a segurança na execução das atividades. Após determinar média e desvio padrão, foi utilizado Teste T de Student ou Teste Wilcoxon, a depender da normalidade dos dados. Foi utilizado Programa Statistical Package for the Social Sciences 13.0 for Windows e adotado p > 0,05. |
RESULTADOS: |
No que se refere à PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) do idoso que participou de um programa de exercício físico junto com a família, verificou-se redução significativa dos valores após o treinamento. A PAS passou de 136,13 mmHg (±14,30) para 128,06 mmHg (±14,70) e a PAD passou de 81,29 mmHg (±9,57) para 75,48 mmHg (±9,61). Para o IMC, foi também observada queda estatisticamente significante quando comparados com o período pré-treinamento, sendo: antes 27,93 (±4,57) e depois 27,60 (±4,61). As circunferências diminuíram apesar de apenas a do quadril ter apresentado queda significante (-1,52 cm). Já a RCQ apesar de também ter sido observada ligeira redução, está não apresentou significância. Ainda, com essa variável observa-se que os idosos participantes do estudo encontram-se dentro da zona de risco (0,86cm ± 0,09) para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares conforme preconizado pelo American College of Sports Medicine (2003). No que concerne às dobras cutâneas chamou a atenção o fato de apenas a subescapular das oito dobras avaliadas apresentar redução significante após o treinamento (antes 28,81mm ± 6,24 e depois 27,84mm ± 7,21), e o fato de algumas dobras apresentarem aumento significativo, a exemplo as dobras do tríceps, bíceps, peitoral e coxa. |
CONCLUSÃO: |
A partir dos resultados encontrados conclui-se que o programa de exercício físico aeróbio praticado regularmente junto com a família contribui para controle-tratamento da PA das pessoas idosas e melhora algumas funções morfológicas (IMC, circunferência quadril). Destaca-se assim, a contribuição da família, pois esta se mostrou como co-participante do programa e promotora de saúde de seus entes familiares. Entretanto, em decorrência da não significância de alguns dados, a exemplo da dobras cutâneas e do RCQ, visto ser esta uma dos indicadores favoráveis na diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares, novos estudos precisam ser conduzidos. Nessa perspectiva, almeja-se a seguir focar em duas frentes: aumentar o período de treinamento físico aeróbio para que seja superior a três meses ou ainda incluir no treinamento físico o exercício localizado, tornando o programa de exercício físico mais diversificado, no qual a família sempre estará como participante e não coadjuvante no tratamento das doenças crônico-degenerativas de idosos. |
Palavras-chave: Idoso, Família, Exercício Físico Aeróbio. |