63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS NO PÓLO DE FRUTICULTURA DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA, BAHIA
Tayron Sousa Amaral 1
Suzany Aguiar Leite 1
Ana Elizabete Lopes Ribeiro 1
Weber Marcilio Malheiro Aguiar 2
Maria Heloisa da Silva Teixeira Brandão 2
Maria Aparecida Castellani 3
1. Depto.de Fitotecnia e Zootecnia, Laboratório de Entomologia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2. Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia – ADAB
3. Profa. Dra./ Orientadora - Depto.de Fitotecnia e Zootecnia - UESB
INTRODUÇÃO:
A ampla utilização de agrotóxicos no sistema produtivo rural é um problema para a saúde do aplicador, produção de alimentos e para o meio ambiente. A crescente conscientização sobre o risco associado ao uso de agrotóxicos vem aumentando as exigências de mercado por produtos sadios e livres de resíduos de agrotóxicos. O município de Livramento de Nossa Senhora, BA, destaca-se por ser um importante pólo de fruticultura irrigada visando à exportação. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico quanto ao uso de agrotóxico nas principais culturas da região.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no pólo de Fruticultura de Livramento de Nossa Senhora, BA. Foram aplicados 600 questionários a produtores de três das principais culturas deste pólo, totalizando 330 em plantio de manga, 240 de maracujá e 30 de banana, correspondendo a aproximadamente 20%, 20% e 15% dos produtores da região, respectivamente. Estes foram selecionados por amostragem pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia – ADAB. As propriedades amostradas foram georeferenciadas. Dentre os itens avaliados, os principais foram relacionados à “aplicação de agrotóxicos”, à “orientação e à assistência técnica”, à “utilização do receituário agronômico”, ao “uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI”, ao “local de lavagem do EPI”, à “realização da tríplice lavagem”, à “perfuração do fundo das embalagens utilizadas”, ao “destino final das embalagens” (lava e devolve, queima, ou deixa no campo), ao “destino dos resíduos de pulverizadores” e “cumprimento do período de carência dos produtos”.
RESULTADOS:
A maioria dos produtores de maracujá (90%) e manga (59%) faz uso de agrotóxicos. O uso é menor entre os de banana (7%). A orientação técnica é pouco expressiva na região, apenas 14% (banana), 67% (manga) e 41% (maracujá), sendo que a assistência técnica pela revenda comercial correspondeu a 52%, 47% e 84% respectivamente. Observou-se que apenas 28%, 59% e 38% dos produtores de banana, manga e maracujá, respectivamente, utilizam o receituário agronômico. A maioria dos produtores de banana (70%) e maracujá (61%) não usa o EPI completo, enquanto que em manga 58% afirmaram utilizá-lo. O maior índice de lavagem do EPI em tanque de uso doméstico foi de 81% para os produtores de maracujá. Mais de 90% do total de produtores realizam a tríplice lavagem, porém apenas a minoria (menos de 25% em cada cultura) perfura o fundo das embalagens. Cerca de 90% (banana e manga) e 64% (maracujá) dos produtores lavam e devolvem as embalagens, persistindo, no entanto, o comportamento de deixá-las no campo (4% – manga e 21% – maracujá) ou queimá-las na propriedade (banana – 7%, manga – 6% e maracujá – 15%). Os resíduos de agrotóxicos são aplicados nos próprios pomares (mais de 90%). A maioria dos produtores de banana e manga (93%) e maracujá (62%) cumpre o período de carência dos produtos.
CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos indicam que ainda há a necessidade de ações de educação sanitária no pólo de fruticultura de Livramento de Nossa Senhora, estado da Bahia, e de assistência técnica continuada aos fruticultores pelos órgãos públicos, em especial àqueles de maracujá.
Palavras-chave: agrotóxicos, assistência técnica, tríplice lavagem.