63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) |
HISTÓRIAS DE VIDA E IDENTIDADE DE PROFESSORES QUE TRABALHAM EM PSICOLOGIA. |
Waldisney Nunes de Andrade 1 Eltongil Brandão Barbosa 2 Wagner dos Santos Mariano 3 |
1. Bolsista do PET/CIÊNCIAS NATURAIS/UFT. Acadêmico do curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal do Tocantins (UFT). 2. Licenciado em Letras. Mestrando em Educação da FAED - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). 3. Orientador e Tutor do PET/CIÊNCIAS NATURAIS. Biólogo, Professor Assistente da Universidade Federal do Tocantins (UFT). |
INTRODUÇÃO: |
O termo identidade pode se relacionar com atributos próprios de um indivíduo, por exemplo, nome, idade, profissão, características físicas e interiores, etc.; todavia, tal conceituação, que permeia o senso comum, é muito simplista quando se coloca a identidade como base de uma investigação científica. Faz-se necessário, portanto, sairmos da base comum e mesmo metafórica do termo e caminharmos em direção a sua conceituação científica. Verifica-se, a partir de estudos que tratam desse tema, a identidade, que ela não é vista exclusivamente sob uma ótica; várias áreas do conhecimento, principalmente no que concerne às ciências humanas, têm trabalhado na construção de tal conceito. As histórias de vida e os estudos autobiográficos como metodologias de investigação científica na área de educação ganharam visível impulso no Brasil nos últimos quinze anos. Em comparação com o período anterior, a década de 1990 traz grandes mudanças, apresentando um crescimento vertiginoso dos estudos que fazem uso dessas metodologias, genericamente denominadas de autobiográficas. Com intuito de traçar elementos que balizam a gênese e a formação de professores universitários, esta pesquisa tem por objetivo verificar através das histórias de vida e das memórias dos docentes, informações que possam imprimir características identitárias relevantes para fundamentar os estudos futuros sobre o ensinar a ensinar. |
METODOLOGIA: |
Sabemos que muitos profissionais que se inserem na universidade, como professor, não possuem uma história de formação profissional voltada para os saberes próprios ao ensino e que, no âmbito da universidade, é escasso o investimento no processo de desenvolvimento profissional, indagamos: Como o professor universitário adquire saberes sobre a sua profissão, mais especificamente, sobre o ensinar? Que estratégias utilizam nesse processo de tornar-se professor? Quais conhecimentos/saberes constrói em seus processos de socialização profissional. Os preceitos da história oral e de identidade foram os alicerces deste trabalho, para tanto utilizou-se um questionário contendo questões abertas, dentre as questões abordadas destacam: o curso de graduação e o de pós-graduação cursado; motivação e expectativas para o magistério; relações familiares e interpessoais; início, desenvolvimento e influências profissionais. O presente estudo foi realizado com três professores do curso de Psicologia de uma Faculdade Privada do Município de Dourados (MS). Dentre os entrevistados havia: duas professoras psicólogas (uma com mestrado em Educação e a outra com mestrado em Psicologia) casadas e um professor viúvo, graduado em psicologia e direito (na época da pesquisa o mesmo, cursava o mestrado em psicologia). Todos eram docentes do mesmo curso e as entrevistas ocorreram entre outubro e dezembro de 2008. |
RESULTADOS: |
A fonte oral se constitui como base primária para a obtenção de toda a forma de conhecimento, seja ele científico ou não. O relato oral tem sido, através dos séculos, a maior fonte humana de conservação e difusão do saber, ou seja, a maior fonte de dados para a ciência em geral; a palavra antecedeu o desenho e a escrita. Esta, quando inventada, não foi mais do que uma cristalização do relato oral. De acordo com os dados coletados foi possível perceber: dois dos entrevistados não objetivavam a docência inicialmente e que durante a graduação surgiu o interesse. Uma das entrevistadas já pensava em docência desde o Ensino Médio. As professoras entrevistadas demonstraram maior clareza, segurança e se explicitaram melhor em suas respostas e no desenvolvimento da entrevista do que o professor. A influência e o exemplo de familiares com relação ao incentivo a docência foi demonstrado apenas pelas professoras. Todos os entrevistados cursaram pós-graduação (lato-sensu & stricto- sensu) com intuito de trabalhar como professores no Ensino Superior e desenvolver pesquisas na área. |
CONCLUSÃO: |
As informações obtidas durante esta pesquisa mostram que um professor universitário nasce gradualmente: inicialmente no curso de graduação, através dos exemplos dos seus professores; Durante os cursos de pós-graduação, que possuem em suas grades estágios de docência, porém a prática diária parece ser a principal escola de formação de professores. |
Palavras-chave: Histórias de vida, Identidade, Professor Universitário. |