63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública |
CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE PROSTITUTAS SOBRE PAPANICOLAOU |
Priscila Fontenele de Paula 1 Érica de Alencar Rodrigues Neri 2 Jardeliny Corrêa da Penha 3 Maria Sauanna Sany de Moura 4 Ana Karina Bezerra Pinheiro 5 Priscila de Souza Aquino 6 |
1. Acadêmica do 6° semestre de Enfermagem – Depto de Enfermagem - UFC 2. Enfermeira/Graduada pela Universidade Federal do Piauí - UFPI 3. Enfermeira/Graduada pela Universidade Federal do Piauí - UFPI 4. Acadêmica do 7º semestre de Enfermagem - Depto de Enfermagem – UFPI 5. Profa. Dra. – Depto de Enfermagem - UFC 6. Profa. Dra./Orientadora - Depto de Enfermagem - UFC |
INTRODUÇÃO: |
A prostituição, uma anosa atividade comercial, é permeada de fatores de riscos, pois, ao manterem relações com múltiplos parceiros e não tomando os cuidados necessários, as prostitutas comprometem sua saúde sexual e reprodutiva, podendo adquirir e contribuir para a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis e Aids, bem como desenvolver o câncer de colo de útero. Dessa forma, é relevante a realização de estudos que abordem os fatores de risco para câncer de colo uterino nessa população, pois medidas de prevenção e orientação poderão ser realizadas, visando a detecção precoce. Assim, o estudo objetivou avaliar o conhecimento, a atitude e a prática de prostitutas do interior piauiense acerca do exame Papanicolaou, bem como identificar os fatores de risco para o câncer de colo do útero existentes neste grupo. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de abordagem quantitativa, realizado no período de abril a novembro de 2010. Participaram da pesquisa 77 prostitutas cadastradas em uma Associação de Profissionais do Sexo do Estado do Piauí. A coleta de dados aconteceu nos meses de agosto a outubro do referido ano, nos domicílios e locais de trabalho daquelas mulheres, por meio da aplicação do inquérito CAP (Conhecimento, Atitude e Prática), o qual continha questões objetivas sobre conhecimento, atitude e prática diante do exame Papanicolaou, bem como dados sociodemográficos e aspectos sexuais e reprodutivos, utilizando-se da técnica de entrevista. Os dados foram tabulados no Excel e analisados pelo Programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 17.0. No que concerne à ética do estudo, o mesmo fora submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sendo aprovado sob protocolo nº 0177.0.045.000-10 na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. |
RESULTADOS: |
Percebe-se que há uma deficiência de conhecimento sobre o exame Papanicolaou entre as participantes da pesquisa, pois a maioria já ouviu falar do exame, 76 (98,7%), mas não sabe ao certo a sua finalidade e nem os cuidados necessários antes de realizá-lo, pois 43 (55,8%) mulheres não souberam citar ao menos um cuidado. Foi observada a existência de uma atitude especialmente apropriada, pois a quase totalidade afirmou que faria o exame com mais frequência, 75 (97,4%), e no máximo uma vez por ano, demonstrando a crença na importância do exame para a manutenção de sua saúde, mesmo possuindo baixo conhecimento sobre ele. A prática foi considerada adequada em 59 (76,6%) entrevistadas. Este foi o percentual de prostitutas que mencionou fazer o exame em uma frequência de, no máximo, três anos, ao mesmo tempo em que afirmaram que o último exame foi realizado há menos de três anos. Além da multiplicidade de parceiros, os fatores de risco mais encontrados foram baixa condição socioeconômica, 45 (58,4%), início sexual precoce, 51 (66,2%) e tabagismo, 45 (58,4%). O uso de contraceptivos orais foi referido por 22 (47,8%) entrevistadas e apenas 9 (11,7%) mulheres referiram história de DST, o que pode ser devido ao desconhecimento das manifestações dessas doenças. |
CONCLUSÃO: |
É visto que há necessidade de maior envolvimento dos gestores na formulação de estratégias educativas que minimizem o déficit de conhecimento da população feminina acerca do exame Papanicolaou, em especial para as mulheres prostitutas, que diariamente estão expostas e vulneráveis a adquirirem DST/Aids. Assim, faz-se importante uma atuação multiprofissional, composta por pessoas capacitadas e com disponibilidade de atuação conjunta com outras instituições, inclusive as de ensino, podendo contribuir, desta forma, para informar as prostitutas sobre a patologia e os riscos que levam ao seu desenvolvimento, conscientizando-as sobre sua condição de saúde e sobre um exame que, além de detectar precocemente lesões cancerígenas no colo do útero, é rápido, não dispendioso e indolor. |
Palavras-chave: Papanicolaou, Fatores de risco, Câncer de colo do útero. |