63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública |
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E AUTONOMIA FUNCIONAL EM IDOSOS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA |
Saulo Sacramento Meira 1 Marília de Andrade Fonseca 2 Alba Benemérita Alves Vilela 3 Samária Ali Cader 4 Estélio Henrique Martin Dantas 5 |
1. Graduando de Fisioterapia - Depto de Saúde - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 2. Profa. Ma - Depto de Saúde - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 3. Profa. Dra. - Depto de Saúde - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 4. Profa. Dra. - Depto de Saúde - Universidad Católica Nuestra Señora de la Asunción 5. Profa. Postdoc. - Depto de Saúde - Universidad Catolica San Antonio de Murcia. |
INTRODUÇÃO: |
O envelhecimento constitui, fisiologicamente, modificações morfofuncionais em diversos sistemas orgânicos, entre eles o aparelho respiratório. Tais modificações favorecem a inatividade e conseqüentemente o aparecimento de diversas patologias. No sistema respiratório, a rigidez aumentada da caixa torácica resulta numa diminuição da complacência dinâmica, promovendo maior participação do diafragma e dos músculos abdominais e menor dos músculos torácicos na respiração. Sabe-se que a institucionalização costuma trazer consigo uma série de prejuízos, tais como perdas de autonomia, identidade e a segregação geracional. Os idosos ao ingressarem nos asilos começam a apresentar limitações intelectuais e físicas que são evidentes na realização das atividades da vida diária, sendo que o ócio, a falta de terapia ocupacional, a indisposição física e o desinteresse, colaboram significativamente para estas limitações, levando muitas vezes à invalidez e ao profundo abatimento moral, contribuindo para o surgimento das doenças crônico-degenerativas associadas a outras patologias, que podem ser responsáveis pela perda progressiva de autonomia funcional. O objetivo do estudo foi avaliar a força muscular respiratória e a autonomia funcional de idosos institucionalizados. |
METODOLOGIA: |
A amostra foi dividida por gênero: mulheres (n=20, idade=72,45±7,04 anos) e homens (n=20, idade=74,08±8,76 anos) em instituições de longa permanência. Os dados obtidos foram feitos a partir de uma avaliação semi-estruturada, contendo dados para a identificação do idoso, avaliação funcional respiratória. .Para a avaliação da força muscular respiratória, interpretadas pelas pressões respiratórias máximas (Pimáx e Pemáx) foi utilizado o Manovacuômetro (Analógico com intervalo operacional de -150 a +150 cmH2O; Critical Med/USA-2002) e comparadas com valores para normalidade proposto por Neder (1999). Para a avaliação da autonomia funcional foi utilizado o protocolo de GDLAM. Este consta de cinco testes aferidos por tempo em segundos, que se relacionam com os principais movimentos da vida diária dos idosos como, caminhar 10m - C10m, levantar-se da posição sentada – LPS, levantar-se da posição decúbito ventral – LPDV, levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa – LCLC e o teste de vestir e tirar uma camiseta – VTC, os quais são utilizados para se calcular o índice de GDLAM (IG). |
RESULTADOS: |
Utilizou-se a média ± desvio-padrão para descrição dos dados. Nos resultados, observou-se diminuição das pressões respiratórias máximas (Pimáx e Pemáx, respectivamente) para ambos os gêneros: mulheres (-42,18±27,06 cmH2O e 38,73±9,73 cmH2O) e homens (62,00±28,39 cmH2O e 69,08±28,93 cmH2O). Na análise da força muscular respiratória das idosas, pôde-se verificar que a Pimáx encontra-se com uma média abaixo do esperado (- 72,7 ± 3,9 cmH2O) e a Pemáx revela-se muito abaixo da média esperada (69,6 ± 6,7 cmH2O) segundo Neder et al.24. Também, a Pimáx dos idosos mostrou valores muito abaixo dos preditos por Neder et al. apesar dos idosos não apresentarem nenhuma sintomatologia relacionadas a diminuição de força muscular inspiratória. Portanto, sabe-se que esta diminuição de força pode trazer prejuízos ao idoso, frente às doenças advindas com o avançar da idade, como as cardiopatias, pneumopatias e riscos cirúrgicos. Estudo realizado por Villas Boas & Ferreira em instituições de longa permanência sobre a ocorrência de infecções em idosos, mostrou que 50% das infecções observadas eram do sistema respiratório. Semelhantemente, a avaliação da autonomia funcional, considerada fraca. |
CONCLUSÃO: |
Conclui-se, portanto que os idosos apresentaram diminuições significativas das pressões respiratórias máximas e baixos escores para autonomia funcional, mesmo estando assintomáticos. Deve-se estar atentos para as emergentes complicações que poderão surgir. Assim, esse estudo deve ser considerado como apenas um começo para futuras investigações, sugerindo que estudos prospectivos também sejam aplicados com o objetivo de avaliar idosos em outras instituições de longa permanência, a fim de conhecer as habilidades físicas e funcionais de outras realidades em instituições asilares, a fim de subsidiar o planejamento de ações voltadas para a promoção da saúde desta população. Também vale ressaltar a necessidade de estudos que proponham estratégias interdisciplinares com o intuito de retardar o aparecimento de complicações intrínsecas ao envelhecimento é de suma relevância. Diante do exposto, é recomendável a realização de estudos multicêntricos, fator ressaltante para discussões posteriores, pois é sabido que as diferenças regionais e culturais nesta população podem divergir nos resultados encontrados. |
Palavras-chave: Idosos, Funcionalidade, Promoção da saúde. |