63ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

ESTUDO MICROBIOLÓGICO DE UM EQÜINO COM FERIMENTO NO MEMBRO ANTERIOR DIREITO- RELATO DE CASO.

Ricardo Marques Monteiro 1 Sara de Carvalho Barros 1 Taiã Mairon Peixoto Ribeiro 2 Wagner dos Santos Mariano 3 Joab Oliveira Virgílio e Silva 4

1. Bolsistas do PET/CIÊNCIAS NATURAIS/UFT. Acadêmicos do 4° período do curso de licenciatura em biologia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) 2. PET/CIÊNCIAS NATURAIS/UFT. Acadêmicos do 4° período do curso de licenciatura em química da Universidade Federal do Tocantins (UFT) 3. Tutor do PET/CIÊNCIAS NATURAIS/UFT. Biólogo, MSc. em Fisiologia, Docente do Curso de Licenciatura em Biologia da Universidade Federal do Tocantins. 4. Engenheiro Químico. Universidade Federal do Tocantins.

INTRODUÇÃO:

As bactérias são células procariontes, constituindo os menores seres e os mais simples do ponto de vista estrutural. A limitação do tamanho provavelmente se deve à inexistência de compartimentos intracelulares separados por membranas. A prevenção da colonização de microrganismos patogênicos em potencial pela microbiota endógena de determinada região anatômica é denominada antagonismo microbiano. O antagonismo microbiano é um exemplo de mecanismo inespecífico de defesa do hospedeiro. Sabe-se que as microbiotas endógenas da pele, da cavidade oral, do trato respiratório superior e do cólon têm função importante como mecanismo inespecífico da defesa do hospedeiro, impedindo que patógenos e patógenos em potencial colonizem estes locais. O presente trabalho analisou a presença de microorganismos no ferimento de um eqüino.

METODOLOGIA:

O animal se feriu em briga com outro animal de sua espécie. O eqüino encontrava-se com 07 anos de idade, pelagem castanha escuro e o proprietário comentou que ele era utilizado em serviços e provas competitivas. Enquanto os eqüinos debatiam-se, um deles cortou o membro anterior direito no arame que dividia o piquete, liberando-se por conta do local em que estava enrolado. Posteriormente, o animal ferido foi colocado em quarentena realizando os seguintes procedimentos: Lavagem no local do ferimento com água e solução de iodo (20%); coleta de microorganismos para análise em meios de culturas e microscópio; aplicação de antibiótico, anti-térmico e anti-tetânico; retirada do excesso de pele com cauterização dos vasos sanguíneos e aplicação de pomada cicatrizante. Estas ações ocorreram nas três primeiras semanas após a lesão.

RESULTADOS:

Na natureza, as bactérias são incolores, transparentes e difíceis de serem observadas. Devido às propriedades de suas paredes, as bactérias são divididas em dois grandes grupos: As Gram-Positivas e as Gram-Negativas. A parede das células Gram-positivas é simples, sendo formada apenas por uma espessa camada de petidoglicanas situada entre a membrana plasmática e a cápsula, que fica mais externamente. A parede das bactérias Gram-negativas é muito complexa, sendo formada pelas seguintes camadas, de dentro para fora: 1) Uma camada de petidoglicanas, mais delgada do que das bactérias gram-positivas; 2) Uma camada de lipoproteínas; 3) A membrana externa, de estrutura trilaminar, como as das demais membranas celulares; e 4) A camada de lipopolissacarídeos.Após período de incubação em estufa de cultivo microbiológico (38oC) foi possível verificar a presença de colônias com alos irregulares, coloração branco leitoso nos dois meios de cultura (Manitol e Mueller Hinton) e após o teste de Gram verificou-se morfologia de cocos e diplococos. Utilizou-se Swab para a coleta microbiológica. Em Ágar Mueller Hinton colonizou bactérias Catalase positiva e cocos e diplococos Gram negativo e Gram positivo. Em Ágar Manitol houve a colonização de bactérias Cocos e Diplococos Gram negativa e Catalase negativas.

CONCLUSÃO:

Após as três primeiras semanas do ferimento verificou-se que não havia mais necessidade da pomada e começamos tratar a lesão com casca de Barbatimão (Stryphnodendron barbatiman Mart.) novamente foi feita uma coleta microbiológica no ferimento que ainda não estava totalmente cicatrizado e como resultado verificou-se a ausência de diplococos apresentando apenas a presença de cocos gram positivos catalase negativo nos dois meios de cultura (Mueller Hinton e Manitol). Até a última análise do animal (março de 2009) o ferimento havia desinchado apresentando sinais normais de cicatrização.

Palavras-chave: Microbiologia, relato de caso, infecção bacteriana.