63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia |
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MOLUSCICIDA DE Schinus terebinthifolia R. SOBRE OVOS DE Achatina fulica |
Welington Vicente Braga 1 Ana Carolina Freitas Lopes 1 Larissa Vasconcelos Carvalho 1 Alexandre Horacio Couto Bittencourt 2 Môniva Irani Gouveia 2 |
1. Graduando no curso de Farmácia - Faculdade de Minas - FAMINAS 2. Prof. Msc./ Orientador - Faculdade de Minas - FAMINAS |
INTRODUÇÃO: |
Achatina fulica, é espécie pertencente ao grupo dos moluscos pulmonados terrestres, conhecida como caramujo gigante africano. Sua introdução no Brasil se deu visando o cultivo e comercialização de “escargots”, a partir de meados de 1988. Sem sucesso na sua comercialização, os moluscos foram abandonados em terrenos baldios e se espalharam por quase todas as regiões brasileiras. A invasão ambiental pela espécie é preocupante. Como controles tradicionais, destacam-se o uso de produtos cujos princípios ativos são substâncias sintéticas, que apresentam vários problemas como: o efeito residual longo, elevado impacto ambiental, altos custos de síntese e comercialização. Em virtude desses problemas tem-se observado o estímulo a pesquisas que busquem alternativas aos moluscicidas sintéticos, como os biocidas de origem vegetal, que tem tornado-se alvo de pesquisas por apresentarem características como: custo mais exeqüível, facilidade de aplicação e baixo índice de toxidez para o ambiente. A aroeira, Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), originária da América do Sul é encontrada desde o Ceará até o Rio Grande do Sul. Trabalhos científicos mostram que a Aroeira possui compostos secundários que atuam frente a mecanismos patogênicos. O objetivo do trabalho foi verificar o potencial biocida da folha e da casca de Schinus terebinthifolius Raddi sobre eclosão de ovos de A. fulica. |
METODOLOGIA: |
A metodologia consiste na aspersão de extratos da planta (casca e folhas) diretamente sobre ovos de A. fulica.O experimento foi realizado no laboratório de parasitologia da FAMINAS – MURIAÉ. Os ovos foram obtidos a partir de matrizes criadas na FAMINAS. Em recipiente plástico, contendo 100 g de terra vegetal, foram depositados 10 ovos do molusco separados em três blocos: dois blocos para o controle foram borrifados com água (3 mL) - um em temperatura ambiente e outro em estufa de ventilação a 23°C - e um terceiro borrifado com extrato aquoso (3 mL) de Schinus terebinthifolius Raddi, preparado na proporção de 100 g de droga vegetal para 100 mL de água (folhas e cascas). Foi realizada uma sequência para extrato da folha e outra para extrato da casca da aroeira. Conduziu-se o experimento por 14 dias até que os ovos da estufa eclodissem. |
RESULTADOS: |
A partir da observação dos experimentos, obteve-se 87% de eclosão dos ovos colocados em estufa de ventilação, já no controle em condições ambientais a eclosão foi de 70%. Utilizando os extratos aquosos da folha de aroeira não houve eclosões, o que corresponde a 100% de efeito biocida; já para a casca da planta, a eclosão foi de 30%. Esta pesquisa representa uma amostra do que pode ser uma possível alternativa para o controle dos moluscos A. fulica. |
CONCLUSÃO: |
Apesar dos dados obtidos indicarem um potencial biocida da planta estudada estudos posteriores serão realizados para comprovar essas propriedades, com a possibilidade da criação de um produto com potencial biocida para uso da população em geral. |
Palavras-chave: biocida, Aroeira, Achatina fulica. |