63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural

REVISITANDO A REALIDADE EDUCACIONAL DE COMUNIDADES RURAIS DO PLANALTO SANTARENO

Ana Hiarley Castro Silva 1 Patrícia Mascarenhas dos Santos 1 Paula de Souza Ferreira 1 Rayana Silva Frota 1 Solange Helena Ximenes-Rocha 2

1. Acadêmicas de Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, UFOPA 2. Profa.Dra./Orientadora – FormAzon - UFOPA

INTRODUÇÃO:

A pesquisa Revisitando a Realidade Educacional de Comunidades Rurais do Planalto Santareno, foi realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa Formação de Professores na Amazônia Paraense – FORMAZON, teve por objetivo identificar as necessidades educacionais dos moradores das comunidades de Murumuru, Tiningú, Açaizal da Sagrada Família, Comunidade da Secretaria e Comunidade da Boa Esperança a partir da representação que estes têm da escola. Há muito a discutir sobre as especificidades da escola do campo, pois a mesma se insere em um contexto social que a todo instante se recria e se reinventa na medida em que tentamos desvendá–lo. Estudar a escola tem se constituído um desafio para educadores que buscam mudanças na direção de um ensino de qualidade. Esta necessidade se torna evidente, pois percebe-se que a área rural vem sendo relegada ao abandono no que se refere às políticas públicas fomentadas pelo poder público. Dentro dessa ótica a representação social auxilia na explicação de um fenômeno, construído coletivamente pelos sujeitos, sem, no entanto, deixar de perceber o caráter individual que fazem dele. Em se tratando de mudanças na educação, a escola do campo precisa ser englobada nessa perspectiva, visando mudar a realidade empreendida nas escolas localizadas nessa região.

METODOLOGIA:

A pesquisa realizou-se no período de Maio de 2010 à Fevereiro de 2011, a abordagem de pesquisa foi de natureza qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram os moradores das comunidades de Murumuru, Tiningú, Açaizal da Sagrada Família, Comunidade da Secretaria e Comunidade da Boa Esperança, localizadas no Planalto Santareno. As atividades de coletas de dados se desenvolveram através de entrevistas semi-estruturadas e conversas informais com os moradores das comunidades que foram gravadas, digitadas e posteriormente analisadas à luz do referencial teórico adotado

RESULTADOS:

No decorrer das entrevistas tivemos acesso a dados importantes das comunidades como: histórico da comunidade, histórico da escola, sua principal fonte de renda, entre outros, dados esses que nos auxiliaram a perceber a representação educacional dos moradores das comunidades. Para os moradores a escola é vista como um meio de ascensão social, coberta por um leque de possibilidade para mudanças na vida social em comunidade e para a preparação individual de cada morador. Percebemos um anseio por parte dos moradores dessas comunidades por uma escola de qualidade, e a constante luta por melhorias significativas neste espaço, como a implantação de escolas que atendam a educação infantil até o ensino médio, uma vez que assim se evitaria o êxodo rural. Para os entrevistados, a escola de certa forma se organizou no que diz respeito a estrutura arquitetônica, nível de escolarização, corpo docente e materiais pedagógicos, mas para os mesmos há muito o que melhorar para que sua realidade seja reconhecida como uma fonte de riquezas que despertam conhecimentos contextualizados e propícios para a vida em qualquer sociedade.

CONCLUSÃO:

Os resultados nos fazem concluir que os moradores das comunidades pesquisadas, percebem a escola como um local propício para o aprendizado, onde se aprende a ler e a escrever e a possibilidade do acesso a conhecimentos mais específicos através da inclusão de novas tecnologias, como o computador. Verificou-se a partir dos relatos uma melhoria significativa no que tange a infra-estrutura e materiais pedagógicos. Os comunitários afirmam já ter melhorado bastante a educação oferecida às pessoas do campo tendo em vista o que se tinha antigamente. Para os entrevistados os professores estão mais capacitados, destacando que muitos são de outra localidade e a quantidade de alunos atendidos pela escola aumentou, pois as etapas de escolarização se estenderam até o Ensino Médio. Salientaram também a questão do uso do ônibus como um aspecto positivo que veio colaborar na educação das crianças do campo, pois através dele as crianças são conduzidas de suas comunidades para a escola, o que até um tempo atrás não acontecia. Os moradores entrevistados destacam que a questão da valorização e conscientização de suas origens é um fator que deve ser revisto na escola, haja vista muitos serem remanescentes quilombolas da região do planalto santareno.

Palavras-chave: Realidade Educacional, Escolas do Campo, Representação Social.