63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 1. Gerontologia
“SIGNIFICADOS DA VELHICE: IMAGENS E PERCEPÇÕES DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS IDOSOS E ALUNOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO” - ESTUDO 3 : “SIGNIFICADOS QUE PROFESSORES IDOSOS ATRIBUEM A SUA PRÓPRIA VELHICE”
BRUNA BAUMGARTNER 1
REGINA CÉLIA GORODSCY 2
RUTH GELEHRTER DA COSTA LOPES 3
SANDRA MACEDO BETTOI 4
1. Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde - PUC/SP
2. Profa.Dra./Orientadora - Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde - PUC/SP
3. Profa.Dra./Co-orientadora - Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde - PUC/SP
4. Profa.Ma./Co-orientadora - Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde - PUC/SP
INTRODUÇÃO:
O fenômeno do envelhecimento é assunto em pauta nas discussões atuais, visto que estamos vivendo cada vez mais. Deste fenômeno, emergem importantes questões relativas a esta faixa etária. Uma delas diz respeito às percepções e imagens que se tem acerca da velhice. Diversos estudos sugerem o caráter psicossocial da auto-imagem, a qual se forma pela expressão de valores introjetados. Foi objetivo, portanto, deste projeto compreender como o contexto de vida pode interferir na imagem que uma pessoa constrói de si própria. Pretendeu-se neste estudo verificar os significados da velhice para professores idosos de cursos de Graduação e/ou Pós-Graduação, do campus Monte Alegre da PUC-SP, visando contribuir para a reflexão deste micro cosmos social.
METODOLOGIA:
Foram sujeitos 26 professores com idade igual ou superior a 60 anos: 18 sujeitos do sexo feminino e 8 do sexo masculino. A coleta de dados foi realizada através de um questionário auto-aplicável composto por 35 questões, entre as quais, algumas perguntas eram fechadas e outras abertas. Os dados foram tabulados através do sistema de análise que fundamenta os programas SPSS.13 e Sphinx, analisados e interpretados.
RESULTADOS:
Os dados apontaram que a maioria dos professores participantes não se considera idoso e quase a metade deles afirma que a velhice é marcada por coisas boas e ruins de maneira igualitária. A velhice foi identificada como um momento com um saldo de ganhos maior que as perdas, mesmo estas sendo citadas. Notou-se uma postura ativa e desejante do grupo estudado, visto que, os professores apontaram uma grande porcentagem de referências positivas ao próprio futuro. Quanto à visão social, metade dos participantes afirmou que existe preconceito, em relação aos idosos, no Brasil, no entanto, não soube especificar se há muito ou pouco preconceito. Uma velhice ideal, para os professores idosos, seria aquela em que pudessem aproveitar as relações com suas redes sociais, sendo especialmente, lembrados os integrantes da família e amigos. Tais resultados estão alinhados com o que vem sendo construindo acerca do envelhecimento na contemporaneidade, em que segundo Ávila et al (2007) é possível identificar o surgimento de novas condutas, hábitos, crenças e imagens que alteram significativamente as concepções tradicionalmente associadas à etapas mais tardias da vida.
CONCLUSÃO:
Este estudo possibilitou conhecer a visão de professores com mais de 60 anos, do campus Monte Alegre da PUC-SP acerca da velhice e do envelhecimento. Notamos uma vida ativa e engajada destes professores que não se vêem inseridos nas representações sociais, usualmente conhecidas, acerca da velhice, e por isso, não se reconhecem e não gostam de serem reconhecidos como idosos. Os participantes negam existir um único modelo de velhice: percebem que são várias as maneiras de envelhecer, baseando-se na experiência pessoal para desconstruir o modelo imposto. Evidenciou-se uma necessidade urgente de construir novos conceitos e novas imagens que possibilitem a aceitação do nascimento da velhice. Velhice, aqui, como um a fase da vida, que representa a transformação e a continuação de um percurso.
Palavras-chave: Envelhecimento, Psicogerontologia, Auto-imagem.