63ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia

Influência da luminosidade na taxa germinativa de Inga thibaudiana Dc. em viveiro, Nova Xavantina- MT.

Bianca de Oliveira 1 Paulo Sérgio Morandi 2 Simone Matias de Almeida Reis 2 Mariângela Fernandes Abreu 2 Claudinei Oliveira dos Santos 2 Ben Hur Marimon-Junior 3

1. Graduando em Ciências Biológicas 2. Mestrandos no Programa de Pós-graduação Ecologia e Conservação – UNEMAT-NX 3. Prof. Dr./Orientador - Depto.de Ciências Biológicas – UNEMAT-NX

INTRODUÇÃO:

Os estudos sobre preservação, conservação e recuperação de florestas nativas no Brasil têm se intensificado nos últimos anos. Ainda assim, as respostas fisiológicas de espécies nativas do Brasil Central ao desenvolvimento em condições controladas, especialmente em relação aos diferentes níveis de sombreamento, ainda não são suficientes para contemplar toda a diversidade arbórea no Brasil. Esse tipo de informação é essencial para que se desenvolvam tecnologias aplicáveis aos projetos de recuperação de florestas degradadas, ou mesmo para servir de referência aos estudos sobre a fisiologia das espécies arbóreas nativas em relação à luz do ambiente. Dessa forma, como há interesse na utilização do ingá (Inga thibaudiana Dc.) para recuperação de áreas degradadas e recomposição de matas ciliares, é necessário formas corretas de manejo e conservação das sementes, visando otimizar a produção de mudas em viveiro. As sementes de ingá são sensíveis à desidratação e apresentam baixa longevidade. Estas características são encontradas em várias espécies tropicais, dificultando a conservação das sementes pós-colheita, mesmo por curtos períodos de tempo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da luminosidade na germinação de sementes de Inga thibaudiana nos diferentes níveis de sombreamento.

METODOLOGIA:

Os trabalhos foram conduzidos no viveiro florestal da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Nova Xavantina–MT (14º41’S e 52º20’W), localizado no Parque Municipal do Bacaba (PMB). O clima da região é do tipo Aw de Köppen, com duas estações bem definidas, sendo uma seca, de Abril a Setembro, e outra chuvosa, de outubro a Março. As sementes foram coletadas no PMB, selecionando-se as sadias e sem sinais de predação, a fim de garantir o vigor germinativo. A semeadura foi realizada diretamente em sacos de polietileno preto de 15 x 30 cm com perfurações laterais, utilizando-se substrato de serragem de madeira curtida e Latossolo Vermelho na proporção de 2:1, respectivamente, com adição de calcário dolomítico e adubo NPK, nas condições normais de produção de mudas em viveiro com semeadura direta nos recipientes. As sementes foram submetidas aos tratamentos 0% (Pleno sol), 30%, 50%, 70% e 90% de sombreamento proporcionado por tela de sombreamento de nylon em casa de vegetação. Para cada tratamento foram avaliados 50 indivíduos que receberam irrigações diárias, registrando-se o tempo decorrido desde a semeadura até a germinação.

RESULTADOS:

As sementes iniciaram a emergência aos 14, 16 e 18 dias após o plantio para todos os níveis de sombreamento. Os maiores picos de germinação foram registrados aos 14 e 18 dias após a semeadura. O tratamento a 30% de sombreamento apresentou a maior taxa germinativa (86%) e os menores foram registrados em pleno sol (34%) e 90% de sombreamento (34%). Já nos sombreamentos intermediários de 50% e 70% a germinação foi de 64% e 52%, respectivamente. Estes resultados confirmam a característica de espécie adaptada a condições intermediárias de luz e umidade. Fica evidente que o ingá não suporta os extremos para uma eficiente germinação das sementes, preferindo condições ecológicas semelhantes às encontradas nas matas de galeria do bioma Cerrado, onde é nativa (clareiras com 30% de sombra). É recomendável, desta forma, sombreamento a 30% para que o maior sucesso germinativo seja obtido, garantindo um bom estande de produção de mudas e diminuindo custos.

CONCLUSÃO:

O sucesso germinativo e a velocidade de emergência de sementes de Inga thibaudiana nas condições do presente trabalho podem proporcionar economia de recursos e otimizar o processo produtivo de mudas desta importante espécie utilizada na recuperação de áreas degradadas no Brasil Central.

Palavras-chave: Germinação, Viveiro, Recuperação de áreas degradadas.