63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 1. Administração Geral e Gestão Estratégica
ANÁLISE DO DESEMPENHO-PAÍS POR MEIO DO ESTUDO DE INDICADORES DE INFRAESTRUTURA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Rui Fernando Correia Ferreira 1
Humberto Fernandes Villela 2
Carlos Alberto Gonçalves 3
1. Faculdade de Ciências Empresariais – Universidade FUMEC/MG
2. Prof. Me. / Faculdade de Ciências Empresariais – Universidade FUMEC/MG
3. Prof. Dr. – Orientador / Programa de Mestrado FACE - Universidade FUMEC/MG
INTRODUÇÃO:
Este estudo procura analisar indicadores sobre o desempenho de países, relacionando indicadores de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), patentes, infraestrutura e inovação de países da União Européia, Brasil, Japão e Estados Unidos. O estudo sobre a inovação, competitividade do país, teoria evolucionária, relacionamentos entre governo-universidade-indústria são objetos de estudo e interesse de diversos pesquisadores, organizações e políticas governamentais visando o crescimento econômico e desenvolvimento da nação.
O objetivo geral do estudo é buscar explicações sobre o desempenho de países, relacionando indicadores de investimento em P&D (pesquisa & desenvolvimento), patentes e inovação de países da União Européia (EU), Brasil, Japão e Estados Unidos (EUA).
Os objetivos específicos são compreender quais são os fatores estruturais que influenciam no desempenho de determinado país; Analisar o relacionamento das variáveis: competitividade e desempenho do país, investimentos em pesquisa e desenvolvimento (criação de conhecimento e patentes) no Modelo Diamante, de Porter, sobre a competitividade das nações e a Teoria Evolucionária de Castellacci.
METODOLOGIA:
Para a realização da pesquisa, foram utilizadas variáveis proxy que explicam os construtos-chave da pesquisa (Desempenho-país, Inovação Tecnológica) a partir das definições e conceitos desses construtos. Os indicadores foram levantados nas bases de dados secundários do World Bank, da Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD); Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO); World Intellectual Property Organization (WIPO); Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Inicialmente, foram feitas análises descritivas das variáveis do estudo e, posteriormente, análises multivariadas e de modelagem de equações estruturais. Foram testados quatro modelos baseados nas proposições de Castellacci, com variações dos países utilizados. Posteriormente, testaram-se quatro modelos fundamentados nos construtos do diamante do Porter, também com diferentes amostras de países.
A pesquisa dividiu-se em três fases: (I) Qualitativa, onde foram selecionadas as variáveis proxy que explicam os construtos-chave (Desempenho-país, Inovação Tecnológica); (II) Levantamento dos indicadores nas bases de dados secundários; (III) Realização de análises multivariadas, análises cluster, regressões lineares múltiplas, a fim de testar a aderência dos modelos.
RESULTADOS:
A primeira modelagem de equações estruturais (MEE) de cada modelo avaliou os resultados com todos os países (amostra completa). Em seguida, retiraram-se das análises os Estados Unidos (EUA), depois o Japão e, por fim, o Brasil, o que permite inferências sobre o efeito desses países na avaliação da competitividade, inovação e desempenho das nações.
Avaliou-se a validade convergente, empregou-se, para tal, a Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Obteve-se evidência da validade convergente para a maior parte das medidas avaliadas. Dois modelos do Diamante de Porter (Com todos os países; Sem o Brasil), não obtiveram validade convergente para os indicadores do construto Condições de demanda. Sendo assim, para esses dois modelos em questão, o construto foi retirado das análises.
Avaliou-se a validade discriminante dos modelos, onde percebe-se que todas as escalas utilizadas para os construtos dos modelos apresentaram diferenças significantes (ao nível de 1%), indicando que medem conceitos distintos. Por fim, avaliou-se a validade nomológica dos modelos, validando as hipóteses. Desta forma, percebe-se que os modelos avaliados possuem ajuste médio e que os valores encontrados para o modelo do Diamante de Porter são sensivelmente melhores do que os do modelo Evolucionário de Castellacci.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que, as amostras que apresentaram melhor ajuste ao modelo de Porter foram às amostras completas e a amostra sem o Brasil. É possível que o modelo em questão se ajuste melhor a amostras com grande quantidade de países desenvolvidos, pois ambos os modelos com melhor ajuste contam com EUA e Japão, além da UE.

Nos modelos Diamante de Porter, verificou-se no modelo com a amostra completa (todos os países), foi rodado sem o construto Condições de demanda, que não apresentou validade convergente. As correlações entre os demais construtos foram moderadas, mas todas positivas e significativas. Isso indica que as medidas estão associadas e, à medida que uma aumenta, a outra também aumenta.
Contudo, é possível inferir que a presença do Brasil, como país emergente, faça pouca diferença para o ajuste do modelo, como mostram os valores muito similares entre a amostra completa e a amostra sem o Brasil. Também, é possível que, nos modelos de Castellacci, o Japão seja um dos grandes responsáveis pelo surpreendente impacto negativo do Contexto Sistêmico na Criação do Conhecimento nos resultados. Entretanto, a Criação de Conhecimento possui forte impacto na Competitividade Internacional.
Palavras-chave: Inovação tecnológica, Competição entre nações, Desenvolvimento Econômico.