63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia |
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE ATITUDES ALIMENTARES DE RISCOS ENTRE HOMENS E MULHERES COM ALTOS NÍVEIS DE DEPENDÊNCIA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS |
Elaine Fernanda da Silva 1 Aliane Ramalho da Silva 1 Daniel Alves Rosa 2 |
1. Instituto de Ciências Biológicas – Universidade Federal de Goiás - UFG 2. Prof. Dr. Orientador – Instituto de Ciências Biológicas – UFG |
INTRODUÇÃO: |
A prática regular de exercícios físicos ocasiona em benefícios à saúde, sejam eles físicos ou psicológicos. No entanto, há indivíduos que se envolvem na prática regular de exercícios físicos de maneira compulsiva. Observa-se neles uma preocupação excessiva com as rotinas de exercícios físicos, sintomas de abstinência quando não conseguem se exercitar, além de relatarem problemas sociais decorrentes do seu comprometimento com os exercícios. Essa hiperatividade pode ser classificada em duas vertentes, a dependência primária e a secundária. Na dependência secundária os sintomas de dependência de exercício encontram-se associados com os de transtornos alimentares. No entanto, há evidência de que nem todos os indivíduos com sintomas de dependência de exercícios físicos apresentam sintomas de transtornos alimentares, o que caracteriza a existência de uma dependência de exercício “primária”. Outros indivíduos apresentam somente comportamentos condizentes com transtornos alimentares. Diante disso, o objetivo da pesquisa foi analisar a prevalência de atitudes alimentares de riscos entre homens e mulheres praticantes regulares de atividade física da cidade de Goiânia-GO e correlacionar esta prevalência com os altos níveis de dependência de exercícios físicos. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa foi realizada com a aplicação de dois questionários: Escala de Dependência de Exercícios (EDE) e o Eating Attitides Test (EAT-26). O EAT-26 foi utilizado para avaliar atitudes alimentares de risco e seu índice de gravidade. O EDE avalia a rotina de exercício e o estado emocional causado pelo comprometimento do indivíduo às atividades físicas. Dos 182 indivíduos analisados, apenas 100 apresentaram características de dependência de exercícios e desordens alimentares, ocorrendo de modo associado ou não um ao outro. Esses indivíduos foram classificados em três grupos distintos: Dependência de Exercício Secundária (DES): indivíduos que apresentaram escores maiores ou igual a 21 no EAT-26 e escores igual ou acima do percentil 75 na EDE; Dependência de Exercício Primária (DEP): indivíduos com escores menores que 21 no EAT-26, mas com escores iguais ou acima do percentil 75 na EDE; Atitudes Alimentares de Risco (AAR): indivíduos com escores maiores ou igual a 21 no EAT-26, porém com escores abaixo do percentil 75 na EDE. Na análise estatística, utilizou-se o teste de Pearson para verificar a existência de correlação entre os questionários e o teste de Qui-quadrado para verificar a significância de diferenças entre a proporção de homens e mulheres dentro de cada grupo. |
RESULTADOS: |
Dos 100 indivíduos que compuseram a amostra final 44 eram mulheres e 56 homens. Dos indivíduos pertencentes ao grupo de Dependência de Exercício Secundária (DES) há uma maior prevalência de mulheres do que homens. O mesmo ocorrendo no grupo Atitudes Alimentares de Riscos (AAR). No entanto, dos indivíduos pertencentes ao grupo de Dependência de Exercício Primária (DEP) todos são do gênero masculino. O teste de Pearson mostrou uma correlação positiva significativa entre a pontuação total na EDE e o EAT-26 apenas para as mulheres (r=0,38, p<0,01). Buscando avaliar quais fatores estariam associados a maior prevalência de mulheres nos grupos DES e AAR foi feita uma categorização das variáveis: tipo de atividade física (corrida/caminhada ou outros), duração das sessões de atividade física (até 60min ou > 60min), frequência semanal de atividade física (2-4 dias/sem ou 5-7 dias/sem) e a quantidade de anos envolvidos com a prática de atividade física (até 5 anos ou > 5 anos). No entanto, o teste de Qui-quadrado não apresentou diferenças significativas para estas variáveis. Estes fatores não podem, então, ser atribuídos para explicar a maior prevalência das mulheres em uma forma “secundária” de dependência de exercícios físicos. |
CONCLUSÃO: |
O presente estudo demonstra que os sintomas de dependência de exercícios físicos podem se manifestar de forma associada (secundária) ou não (primária) com comportamentos condizentes com transtornos alimentares. Observou-se que, na população geral, a forma secundária de dependência de exercícios físicos é mais prevalente entre as mulheres e que somente os homens apresentaram uma forma “primária” de dependência de exercícios, da qual os fatores etiológicos ainda precisam ser elucidados. |
Palavras-chave: Exercício físico, Comportamento alimentar, Transtornos alimentares.. |