63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
AVALIAÇÃO DA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE BURITI
Maria Luiza Grigio 1
Cassia Rejane do Nascimento 2
Ataiza de Andrade Sousa 3
Vanessa Oliveira de Brito 3
Octaviano Grigio Júnior 4
José Beethoven Figueiredo Barbosa 5
1. Mestranda POSAGRO - UFRR
2. Graduanda em Agronomia UFRR
3. Graduada em Agronomia UFRR
4. Graduando em Zootecnia UFRR
5. Prof. Dr./Orientador - Depto de Fitotecnia - UFRR
INTRODUÇÃO:
O buriti (Mauritia flexuosa L.), pertencente a família Arecaceae, é uma espécie frequente nas regiões alagadas e úmidas do Centro, Norte e Nordeste do Brasil. Na Região das savanas setentrionais da Amazônia, surge principalmente nas regiões baixas e úmidas com grande importância ambiental e estratégica na preservação da fauna, vez que seus frutos são fonte de alimentos para várias aves e mamíferos. A propagação desta palmeira é por sementes.
A dormência é um fator interno da semente que tem importante relevância no estudo da germinação, pois atinge diretamente a produção de mudas e o desconhecimento das causas da dormência como também o conhecimento de pré-tratamentos que favoreçam a germinação são de grande importância para o desenvolvimento da espécie estudada, visto que a formação das mudas de buriti é limitada pela dificuldade de germinação das sementes, devido à impermeabilidade do invólucro do fruto à água.
Frente à necessidade de facilitar e uniformizar a germinação das sementes de buriti, o presente trabalho teve como objetivos avaliar a superação da quebra de dormência das sementes de buriti, verificando a viabilidade e o vigor da plântula.
METODOLOGIA:
Foram utilizados frutos maduros de buriti, provenientes do município de Boa Vista-RR. Após a colheita os frutos foram transportados para o Laboratório de Sementes da UFRR, despolpados e postos para secar a sombra por 72 horas. Após esse período as sementes foram submetidas aos tratamentos pré-germinativos: T1 - testemunha (semente intacta); T2 - escarificação mecânica com lixa número 50 na região do embrião; T3 - corte com lâmina na região do embrião; T4 – extração do tegumento, com exceção da região do embrião; T5 - semente submetida a 65 ºC em estufa por 24 horas e T6 - semente completa ou fruto intacto.
As variáveis estudadas foram: germinação e índice de velocidade de germinação das sementes, onde as observações e contagens foram feitas aos 30, 38 e 46 dias, após o plantio. E no fim do experimento foi feita a classificação das sementes não germinadas (em sementes duras e mortas) e das plântulas (plântulas normais e anormais).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições de 20 sementes cada. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e a classificação das sementes não germinadas e das plântulas foram expressos em porcentagem, com base na amostra estudada.
RESULTADOS:
Para a variável germinação e o índice de velocidade de germinação houve diferença estatística significativa entre os tratamentos, sendo que pra variável germinação, assim como para o índice de velocidade de maturação, o T3, onde houve corte com lâmina na região do embrião, foi o que apresentou maior eficiência significativa em relação aos demais tratamentos, enquanto que nos T5 e T6 não houve germinação.
Quanto à classificação das sementes não germinadas, no T1 96% das sementes foram classificadas como sementes duras, no T2 97%, no T3 94%, no T4 96% e no T5 90%, isso se deu pelo fato delas não terem absorvido água o que pode ser um indicativo de dormência física, devido à dureza do tegumento e espessura do endosperma. Enquanto que no T6 100% das sementes foram classificadas como mortas, esse fato possivelmente ocorreu porque o fruto estava intacto, e a casca juntamente com a polpa, que é bastante oleosa, ser um meio propício para o desenvolvimento de microorganismos que deterioraram completamente os frutos.
Em relação à classificação das plântulas, no tratamento T2 as plântulas apresentavam-se 100% normais, seguidas do T3 com 99%, T4 com 90% e o T1 ou testemunha com 83% de plântulas normais.
CONCLUSÃO:
Nas condições que foi instalado o experimento, conclui-se que o corte com lâmina na região do embrião, foi o melhor tratamento para quebra de dormência no buriti.
Faz-se necessário a realização de um novo experimento com maior tempo de duração para determinar a velocidade de germinação de todos os tratamentos utilizados.
Palavras-chave: Germinação, Mauritia flexuosa L., Vigor.