63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
AVALIAÇÃO CITOTÓXICA DE EXTRATO DA GUABIRABA, Campomanesia lineatifolia, UTILIZANDO O TESTE DE LETALIDADE FRENTE Artemia salina
George Laylson da Silva Oliveira 1
Carlos Ferreira Lima Júnior 2
Ícaro Fillipe de Araújo Castro 3
Maria Fernanda Freitas de Brito 4
Rafael da Costa Almeida 5
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
3. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
4. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
5. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
INTRODUÇÃO:
Desde os tempos antigos as plantas vêm sendo utilizadas na sociedade com propósitos terapêuticos, sendo que suas propriedades tóxicas ou curativas foram descobertas pelo homem principalmente enquanto este buscava alimento. De fato, o conhecimento etnobotânico/farmacológico acumulado ao longo de gerações tem servido como base para o desenvolvimento de fármacos de grande importância.
A espécie Campomanesia lineatifolia, popularmente conhecida por guabiraba, pertence à família Myrtaceae Juss, representada por cerca de 140 gêneros, os quais reúnem mais de 3.000 espécies que se distribuem nas regiões tropicais e subtropicais. Várias propriedades terapêuticas têm sido atribuídas à espécie, tais como: antiinflamatória e anti-reumática. Apesar disso, percebe-se que são poucos ainda os estudos realizados em relação à mesma, o que despertou o interesse no desenvolvimento da pesquisa.
O objetivo deste trabalho é a avaliação do potencial citotóxico do extrato etanóico da espécie Campomanesia lineatifolia em diferentes concentrações utilizando o teste de letalidade frente Artemia salina, um microcrustáceo bastante utilizado em teste de toxidade por possuir um baixo nível de diferenciação celular.
METODOLOGIA:
As folhas utilizadas da C. lineatifolia foram coletadas no Parque Ambiental do Mocambinho, no município de Teresina-PI, no período de agosto de 2010. O material coletado foi prensado e conduzido para o Laboratório do Instituto Federal do Piauí. Logo após, as folhas foram trituradas, moídas e extraídas quatro vezes com etanol 99% durante 16 dias. O material dissolvido em etanol foi filtrado e concentrado parcialmente em evaporador rotatório sob pressão reduzida e determinado o peso seco. O extrato obtido nesse processo de extração foi submetido ao teste citotóxico.
Foi utilizada a metodologia descrita por Meyer et al. (1982). Os ovos de Artemia salina foram colocados em um aquário com água do mar artificial por 48 horas em presença de luz para eclodirem. Após a eclosão, o extrato etanóico foi diluído em água/DMSO (3:2), e dez larvas foram transferidas para cada tubo de ensaio contendo solução em concentrações de 1, 10, 50, 100, 250, 500, 1000μg/mL. O experimento foi realizado em triplicata. Após 24h, foi realizado a contagem das larvas mortas. Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico. Para obtenção dos valores de DL50, foi utilizada a análise PROBIT, através do software SPSS com 95 % de índice de confiança.
RESULTADOS:
Depois de feita a análise estatística, obteve-se DL50 < 1000 ppm para o extrato da C. lineatifolia. Quanto menor o valor de DL50, mais tóxico é o composto frente a um organismo-teste, e maior é sua atividade citotóxica. Não houve morte de nenhuma A. salina no teste controle, o que mostra que o solvente utilizado é inofensivo a este microcrustáceo, e as mortes foi resultado unicamente da ação do extrato da C. lineatifolia. O potencial citotóxico do extrato da C. lineatifolia demonstrou-se alto frente ao teste de letalidade da A.salina a partir da concentração de 500 μg/mL, apresentando um percentual de mortalidade de 100%.
CONCLUSÃO:
A utilização do bioensaio de letalidade da A. salina na avaliação de extratos em diferentes concentrações da espécie Campomanesia lineatifolia foi simples e eficiente revelando que concentrações acima de 500 μg/mL indicam alta atividade citotóxica. Estudos posteriores serão feitos nos laboratório do Instituto Federal do Piauí, campus central, para realizar o isolamento dos compostos responsáveis por esta toxicidade, pois a mesma esta normalmente relacionada à atividade biológica.
A partir dos resultados desse ensaio de citotoxidade com Artemia salina, é possível fazer uma projeção e ter uma base experimental para realização de outros testes biológicos de maior complexidade como ensaios larvicidas e fungicidas.
Palavras-chave: Campomanesia lineatifolia, Citotoxidade, Artemia salina.