63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional
INOVAÇÃO, PESQUISA E DESENVOLVIMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR DO ESTADO DE GOIÁS
Tatiane Carvalho Silva 1
Bruno Stival Silva 2
Andréa Freire de Lucena 3
Luciano Martins Costa Póvoa 4
1. Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal de Goiás
2. Pontifícia Universidade Católica de Goiás
3. Prof.ª Dr.ª/ Coordenadora do projeto – Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – UFG
4. Prof. Dr./ Orientador da área de estudo – Departamento de Economia - UnB
INTRODUÇÃO:
A inovação garante inúmeros benefícios para uma empresa ou indústria. Uma empresa que inova pode ser beneficiada em vários aspectos no mercado, como um melhor posicionamento, aumento da fatia de mercado, redução dos custos, etc. Um dos aspectos levantados pelos pesquisadores é o impacto das atividades de pesquisa e inovação no desempenho externo das firmas.
Vários estudos já foram realizados e os resultados comprovam o impacto positivo gerado pela inovação sobre a performance externa de uma empresa. Mas existem poucos estudos neste aspecto sobre o estado de Goiás. Pesquisas voltadas ao estado de Goiás são interessantes e necessárias como forma de aumentar o conhecimento sobre a região e descobrir como promover seu desenvolvimento.
Sendo assim, o foco deste trabalho é analisar a intensidade tecnológica das exportações/importações goianas, fazer uma comparação desta análise com os índices brasileiros, e verificar se as indústrias exportadoras/importadoras goianas investem em inovação e pesquisa.
Estudos já revelaram que investir em inovação é de fato relevante no desempenho externo das firmas, em se tratando de Brasil. Espera-se verificar se o mesmo é constatado para a realidade do estado de Goiás, e assim salientar a importância de investimentos e incentivos nesta área.
METODOLOGIA:
Este trabalho tem como objetivo geral analisar o perfil tecnológico do comércio exterior do estado de Goiás, e verificar se os setores industriais que atuaram no comércio exterior são de fato aqueles que mais inovam.
Dentre os três tipos de estudos que há na economia (teóricos, empíricos e históricos), predomina neste trabalho o estudo empírico, o qual compreende a exposição do marco teórico e conceitual do trabalho, a descrição dos dados e a análise dos resultados encontrados.
O método utilizado é o método quantitativo, usando modelos teóricos já existentes para descrever a questão abordada. Fez-se análise de dados e dos resultados encontrados, sendo possível observar a relação entre as variáveis: inovação, nível tecnológico da indústria e sua taxa de exportação/ importação.
As fontes de dados usadas são fontes secundárias. As principais são os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior– MDIC, pela Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Receita Federal do Brasil.
RESULTADOS:
Os resultados mostram que as exportações do estado de Goiás concentram-se em produtos da indústria de baixa tecnologia, especialmente o setor de alimentos. Constatou-se, e não por acaso, que este setor é um dos grandes setores inovadores de Goiás, com uma taxa de inovação de 49,9%.
Para obter as tabelas com as exportações e importações goianas dos setores industriais por nível tecnológico, utilizou-se a classificação dos setores industriais por intensidade tecnológica extraída da OECD – Organization for Economic Cooperation and Development.
Foram consultados os ramos de atividades das principais empresas que atuaram na exportação e na importação em 2003 e 2008. Tendo o código CNAE na sua versão 1.0, foi possível fazer a correspondência com a ISIC (International Standard Industrial Classification of All Economic Activities), Rev.3. Obteve-se então uma classificação internacional dos setores de atividades goianos, agrupados por intensidade tecnológica.
Os números revelam que as exportações goianas concentram-se, de forma geral, em produtos de intensidade tecnológica inferior ao que é exportado pelo Brasil como um todo. Com relação ao que é importado, Goiás e Brasil apresentam importações com semelhantes características, concentradas nas indústrias de maior intensidade tecnológica.
CONCLUSÃO:
A exportação e a importação goiana apresentam características bem distintas, com destaque para o fato de as exportações concentrarem-se principalmente em produtos de baixa tecnologia, enquanto as importações concentram-se na indústria de média- alta tecnologia.
Juntamente com o setor de veículos automotores, as importações do setor de produtos químicos, fato provavelmente ligado à importação de fertilizantes e defensivos agrícolas, fazem com que dois terços da importação do estado de Goiás sejam caracterizados pela indústria de média- alta tecnologia.
A indústria farmacêutica (alta tecnologia) tem destaque na importação. E, mesmo se concentrando na produção de medicamentos genéricos, é um setor inovador no estado (especialmente em inovação de processo), apresentando uma alta taxa de inovação (56,9%), superior à do setor no país como um todo.
A indústria exportadora goiana, caracterizada por ser de baixa tecnologia, é representada, quase que exclusivamente, pelo setor de alimentos, bebida e tabaco. Não por acaso, o setor de fabricação de produtos alimentícios é um dos que mais se destacaram em Goiás quanto à taxa de inovação. Conclui-se, portanto, que o setor industrial goiano com maior participação nas exportações totais é um dos que mais inovaram no estado.
Palavras-chave: Inovação, Comércio exterior, Intensidade tecnológica.