63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
INFLUÊNCIA DO ESTADO CÍVIL NOS PROCESSOS DEPRESSIVOS EM IDOSOS NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA
Shuellem de Oliveira Jacomini Nunes Gondim 1,4
Bruna Lannuce Cabral 1,4
Ludmila Siqueira Moura 1,4
Adélia Yaeko Kyosen Nakatami 3
Eugênia Emília Walquiria Inês Molinari–Madlum 1,2
1. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás
2. Profa. Dra./ Orientadora – Depto de Imunologia–UFG
3. Faculdade de Enfermagem - UFG
4. Depto. de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia e Patologia Geral
INTRODUÇÃO:
A depressão está entre as enfermidades que afetam os idosos que merecem atenção especial por interferir na qualidade de vida do indivíduo e por ter características peculiares como: tristeza, perda de interesse nas atividades, da confiança e auto-estima, diminuição da capacidade funcional e perturbações no sono e do apetite, sendo considerada como fator de risco para processos demenciais. Apresenta influência direta na vida de idosos com doenças crônico-degenerativas ou incapacitantes, interferindo na evolução clínica do paciente e afetando diretamente a resposta imunológica e consequentemente a susceptibilidade aos processos infecciosos. No final do último século, assistimos a um verdadeiro crescimento da população na faixa etária acima dos 60 anos. Este aumento vem exigindo respostas do Estado e da sociedade, como a implantação do estatuto do idoso. Estima-se que no ano de 2025, haverá no Brasil cerca de 32 milhões de idosos, entre 1999 e 2009 o percentual de pessoas com 60 anos ou mais de idade no conjunto da população passou de 9,1% para 11,3%. O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do estado civil nos processos depressivos em idosos.
METODOLOGIA:
Foi realizado estudo de base populacional, descritivo e transversal, realizado no município de Goiânia – GO, aprovado pelo Comitê de Ética da UFG. O inquérito epidemiológico que avaliou a saúde dos idosos, foi realizado por amostragem sistemática com 934 idosos de ambos os sexos, não institucionalizados, que assinaram o TCLE. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares que ocorram de dezembro de 2009 a março de 2010, por entrevistadores treinados. Foram investigados os aspectos socioeconômicos, demográficos, da qualidade de vida, auto-medicação, imunológicos, fatores de risco cardiovasculares, morbidades associadas, atividades da vida diária e acesso aos serviços de saúde. Dos 934 idosos, em uma sub-amostra intencionalmente constituída por 223 idosos, foram investigadas as patologias associadas ao envelhecimento e dentre estas, os idosos com depressão auto-referida foram incluídos no presente estudos. As variáveis numéricas foram avaliadas teste de Kolmogorov-Sminov. O teste-t de student não pareado foi aplicado para analisar os dados obtidos quando a média de dois grupos amostrais foi comparada. O nível de significância adotado foi p<0,05. O processamento dos dados e a análise estatística foram realizados através do GraphPad Prism Software 3.02.
RESULTADOS:
Foram entrevistados 223 indivíduos idosos dos quais 65 se identificaram como depressivos, entre estes indivíduos 47 são mulheres (72,31 %), e 18 são homens (27,69%) dos indivíduos analisados. A média (M) de idade das mulheres com depressão auto-referida foi de 70,26 com desvio padrão (DP) de 7,722 e dos homens foi de 71,50 (DP=7,540; p<0,05), não havendo diferença significativa na incidência de depressão entre os sexos. Analisando as idades das mulheres idosas, foram observadas diferenças estatisticamente significativas, com o grupo de idosas viúvas (M=76,43; DP=7,28) que apresentou idade superior em relação aos grupos das casadas (M=67,95; DP=6,81 e p=0,0013), das solteiras (M=67,60; DP=6,22 e p=0,0279) e das divorciadas (M=66,29; DP=6,047 e p=0,0051). Os homens viúvos foram os mais idosos (M=80,67; DP=1,528), contrastando com o grupo de idosos casados onde a idade foi de 70,5 (DP=7,489 e p=0,0403) e solteiros (M=66,5; DP=1,528 e p=0,0013). Investigando se a ausência de companheiros estava correlacionada com quadros depressivos verificamos, que a ausência de companheiro não interferiu nos processos depressivos entre os idosos.
CONCLUSÃO:
A depressão é uma doença caracterizada pelo isolamento social, contudo no presente estudo os idosos com companheiros foram os mais atingidos pelos processos depressivos. Em conjunto, os resultados aqui obtidos indicam que a ausência de companheiro não interferiu nos processos depressivos entre os idosos da amostra analisada.
Palavras-chave: Idosos, Depressão, Ausência de companheiro.