63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 2. Farmacologia Clínica |
PERFIL DE ANTIBIÓTICO PRESCRITO E POSSIVEIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM IDOSOS INTERNADAS EM ARAGARÇAS-GO. |
Jacqueline Viana Garcia Marques 1 Marcus Moreira Pinheiro 1 Eleomar Vilela de Moraes 1 Olegário Rosa de Toledo 2 Flávia Lúcia David 3 |
1. Graduação - Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Enfermagem - UFMT 2. Prof Ms - Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Farmácia-UFMT 3. Profa. Dra./Orientadora - Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Farmácia-UFMT |
INTRODUÇÃO: |
INTRODUÇÃO: Os fármacos de uso mais prevalentes em hospitais, acarretando significativos gastos hospitalares, são os antimicrobianos. A utilização dos mesmos deve ser criteriosa e restrita a algumas circunstâncias, pois o uso inadequado pode acarretar conseqüências, desnecessárias, prejuízo biológico e financeiro além da resistência microbiana. Os idosos tem apresentando maior propensão a essas reações adversas a este tipo de fármaco. Isso devido às alterações na farmacodinâmica e farmacocinética intrínsecas da idade avançada e da perda de reserva funcional no organismo. O objetivo foi avaliar as prescrições de antimicrobianos e conhecer o perfil dessas prescrições contendo antibióticos para pacientes idosos hospitalizados na clínica médica do Hospital Municipal Getúlio Vargas em Aragarças-GO, no período de setembro a novembro de 2010. Os idosos utilizam os serviços hospitalares de maneira mais intensa que os demais grupos etários, envolvendo maiores custos ao sistema de saúde e os antibióticos causam eventos adversos, gerando problemas aos idosos. |
METODOLOGIA: |
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, retrospectivos que avaliou os dados dos prontuários arquivados dos pacientes idosos acima de 60 anos submetidos à terapia antimicrobiana em algum momento do tempo de internação, durante o período de setembro a novembro de 2009. Para classificar farmacologicamente os antibióticos de uso sistêmico identificados nas prescrições analisadas foram classificados conforme a Anatomical Therapeutical Chemical (ATC) em seis grandes grupos farmacológicos (Betalactamicos, aminoglicosídeos, derivados imidazólicos, glicopeptídeos, lincosamidas, sulfas) e os menos frequentes foram agrupados em um único grupo (outros). Os diagnósticos foram classificados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). A verificação das potenciais interações medicamentosas foi feita a partir da consulta da base de dados Micromedex® de todos os medicamentos prescritos durante a internação dos idosos. As análises foram feitas pelo programa Epi info versão 3.5.2®. Os dados analisados foram considerados estatiscticamente diferentes os valores de p<0,05. Os dados médios serão representados com seus respectivos desvios-padrões (MÉDIA±DP) (protocolo n ° 987/CEP-SEP/HUJM/2011). |
RESULTADOS: |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O sexo feminino a idade dos pacientes foi de 62 a 101 (73,6±14,7) anos. O tempo de internação de 2 a 12 (5,4±3,5) dias. As classes ATC prescritos foram: betalactâmicos (ATC = J01D) com 60% mais freqüentes, e os menos freqüentes as sulfas com 20%, e antibióticos com representação inferiores a 5% cada foram agrupados em um único grupo (outros). O motivo de internação mais frequente foi Doenças do aparelho respiratório com 60%. A severidade das interações classificadas como “moderada” obteve uma frequência de 40,6%. Nos pacientes do sexo masculino as idades variaram de 65 a 96 (76,1±9,1) anos. O tempo de internação foi de 2 a 13 (5,0±2,5) dias. Os betalactâmicos com 57,1% foram os mais prescritos, e os menos freqüentes as sulfas com 7,1%. O motivo de internação mais frequente foi doenças do aparelho digestivo e circulatório com 30% dos casos cada. A severidade das interações “moderada” obteve uma frequência de 53,3%. Outros estudos relatam que em pacientes idosos, os antimicrobianos mais utilizados são as cefalosporinas. Também observamos na literatura que as interações consideradas “maiores” e “moderadas” são as mais frequentes em idosos. |
CONCLUSÃO: |
CONCLUSÃO: A hospitalização é considerada de grande risco especialmente para as pessoas mais idosas. Cerca de metade das internações hospitalares de idosos tem como causas mais freqüentes as doenças do aparelho circulatório e as do aparelho respiratório. Frente ao envelhecimento da população idosa brasileira, há a necessidade de estruturação de serviços e de programas de saúde que possam responder às demandas emergentes do novo perfil epidemiológico do País. Diante dos resultados apresentados, são propostas algumas medidas, como a elaboração de uma base de dados de acordo com as características da população do hospital, bem como das farmacoterapias protocoladas para uso de antibióticos. Apontamos estas medidas tendo em vista que os resultados do presente estudo demonstraram diferenças significativas na porcentagem de interações e na classificação de gravidade. Cabe ainda ressaltar a importância do monitoramento da ocorrência clínica destas interações e da realização de farmacovigilância. Os enfermeiros são profissionais que devem atuar em programas de farmacovigilância para trazer melhorias para a promoção do uso racional dos medicamentos. |
Palavras-chave: Idosos, Antibióticos, Farmacovigilância. |