63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 10. Odontologia |
EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA DE MAXILA SOBRE AS DIMENSÕES INTERNAS NASAIS EM CRIANÇA COM FISSURA LABIOPALATINA UNILATERAL: AVALIAÇÃO POR RINOMETRIA ACÚSTICA |
Gabriela Moura Chicrala 1 Maíra de Paula Leite Battisti 1 Ricardo Leão Castilho 2 Ana Claudia M. Sampaio-Teixeira 2 Ivy Kiemle Trindade-Suedam 3 Inge Elly Kiemle Trindade 3 |
1. Graduanda de Odontologia – Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP) 2. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação do HRAC/USP 3. Depto. Ciências Biológicas, FOB/USP, Bauru/SP |
INTRODUÇÃO: |
As fissuras labiopalatinas têm grande impacto sobre o complexo nasomaxilar, levando à redução das dimensões internas nasais. Nos pacientes em que o defeito envolve lábio e palato, a segmentação do arco alveolar leva à deficiência do crescimento transversal da maxila, cujo tratamento é feito pela expansão rápida da maxila (ERM), que promove aumento transversal da arcada dentária superior por meio de aparelhos ortodônticos. Em estudos anteriores, a movimentação transversal das paredes laterais nasais e o conseqüente afastamento dos cornetos nasais em relação ao septo nasal foram observados, o que sugeriu a melhora na respiração nasal como resultado da ERM. Para os respectivos estudos foram usados apenas radiografias, as quais são de caráter bidimensional, além de relatos subjetivos da permeabilidade nasal. Nesse contexto, tornou-se necessário o uso de métodos mais objetivos para a avaliação da permeabilidade nasal após a ERM com a introdução da rinomanometria e, mais recentemente, da rinometria acústica. A rinometria acústica permite medições consecutivas das áreas seccionais desde as narinas às coanas, de uma forma não invasiva e rápida. |
METODOLOGIA: |
Este estudo se propôs a caracterizar as dimensões internas nasais de uma criança de 8 anos de idade com fissura transforame incisivo unilateral, a qual apresenta deficiência transversal maxilar, e analisar as mudanças causadas pela ERM. A paciente já havia sido submetida às cirurgias plásticas primárias na primeira infância e foi encaminhada para a ERM. A rinometria acústica foi realizada em dois momentos: antes do tratamento (PRÉ-ERM) – 1 ou 2 dias antes da instalação do aparelho expansor e pós tratamento (PÓS-ERM) – 60 dias após o início da fase ativa da expansão. Foram analisadas as áreas de secção transversa (AST), em cm2, e os volumes (V), em cm3, de dois segmentos: válvula nasal (AST1; V1) e conchas média e inferior (AST2; AST3; V2). |
RESULTADOS: |
Os valores resultantes da soma das cavidades direita e esquerda, antes da aplicação tópica de vasoconstritor nasal, foram: PRÉ-ERM: AST1=0,58; AST2=1,03; AST3=1,33; V1= 1,55; V2=3,90; e PÓS-ERM: AST1=1,17; AST2=1,73; AST3=3,82; V1=2,16; V2=6,50. Os valores aferidos após a aplicação tópica do vasoconstritor nasal foram: PRÉ-ERM: AST1=0,90; AST2=1,93; AST3=2,41; V1= 2,49; V2=7,74; e PÓS-ERM: AST1=1,42; AST2=2,43; AST3=4,88; V1=3,13; V2=8,85. A variação individual nas áreas seccionais e volumes produzidas pela expansão foram consideradas significativas quando superiores aos coeficientes de variação observados em estudo anterior no Laboratório de Fisiologia do HRAC-USP, de 7%, 9% e 8% para AST1, AST2 e AST3, respectivamente e, 6% e 8% para V1 e V2, respectivamente (Gomes et al 2003, Garbino et al 2003). Para fins de simplificação esse valor foi aproximado para 10%. |
CONCLUSÃO: |
A rinometria acústica demonstrou que, a curto prazo, a ERM provocou aumento das dimensões internas nasais em toda a extensão da cavidade nasal. Na população de portadores de fissura transforame unilateral, a atresia maxilar é de observação freqüente e deve contribuir ainda mais para a redução da permeabilidade nasal. Assim sendo, era de se esperar que a correção ortopédica da deficiência transversal maxilar levasse a uma melhora substancial da permeabilidade nasal. |
Palavras-chave: Expansão Maxilar, Cavidade Nasal, Fissura Labial. |