63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 6. Genética |
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MUTAGÊNICA DO LÁTEX DA Synadenium umbellatum PELO TESTE DE AMES |
Bruno Franco Fernandes Barbosa 1 Lee Chen Chen 2 |
1. Faculdade de Farmácia – UFG 2. Profª. Drª/Orientadora – Instituto de Ciências Biológicas – UFG |
INTRODUÇÃO: |
A Synadenium umbellatum é popularmente designada como cola-nota ou cancerola. Esta planta é indicada para o tratamento de câncer, doença de Chagas, cólica de menstruação, diabetes, dores no corpo, gripe, hemorragias internas, impingem, impotência sexual, lepra, obesidade, tumores e úlcera nervosa. É uma espécie vegetal pertencente a ordem Geraniales e a família Euphorbiaceae. Esta família está distribuída em todo o mundo, principalmente, em regiões tropicais. Há estudos com outras espécies do gênero quanto à atividade antiinflamatória. Existem, para outros gêneros das Euforbiáceas, relatos da atividade antitumoral. Estudos recentes utilizando folhas de S. umbellatum identificaram mutagenicidade, citotoxidade, atividade antitumoral e anti-angiogênica. Considerando a grande utilização da planta pela população e seu potencial terapêutico, o presente estudo tem como objetivo avaliar a atividade mutagênica do látex da Synadenium umbellatum através de um teste de mutação bacteriana in vitro (Teste de Ames). |
METODOLOGIA: |
As linhagens TA-97a, TA-98 ou TA-100 foram inoculadas no Caldo Nutriente estéril e mantidas a 37°C sob agitação por 12 horas. Em seguida, as culturas “pernoite” de cepas bacterianas de Salmonella typhimurium TA-97a, TA-98 e TA-100 , em fase estacionária de crescimento, foram incubadas em diferentes concentrações do látex de S. umbellatum durante 25 minutos, em tubos, em triplicata, com agitação e aeração constantes. Após o período de incubação, foram adicionados 2 mL de ágar glicosado liquefeito, à temperatura de 45ºC, contendo a solução de histidina / biotina a 0,5 mM. A mistura foi vertida em placas, em triplicata, contendo meio mínimo glicosado sólido, as quais foram incubadas a 37ºC durante 48 horas. Posteriormente, foi contado o número de colônias revertentes prototróficas para a histidina. No controle negativo, utilizou-se água destilada. Nos controles positivos, os reagentes foram específicos para cada cepa: 4NQO – para a cepa TA-97a e TA-98 e azida sódica – para a cepa TA-100. Considera-se como resultado positivo quando o número de colônias revertentes nas placas for igual ou superior ao dobro do número de colônias revertentes espontâneas do controle negativo. Os resultados também foram avaliados pelo teste de ANOVA e o valor de p< 0,05 foi considerado significativo. |
RESULTADOS: |
Os resultados obtidos indicam que a dose de 500 μg do látex da Synadenium umbellatum apresentou atividade mutagênica para as cepas TA-98 e TA-97a. Todavia, as linhagens TA-98 e TA-97a tratadas com a dose de 200 μg do látex de S. umbellatum e a linhagem TA-97a tratada com a dose de 50 μg, apresentaram diferença significativa em relação à taxa de revertentes em comparação ao controle negativo (p<0,05), porém nessas doses, o látex testado não apresentou uma considerável ação mutagênica. Dessa maneira, pode-se sugerir que o látex de S. umbellatum pode causar mutações do tipo “frameshift” (alterações no quadro de leitura do DNA) na maior dose testada. Para a linhagem TA-100, o número de colônias revertentes para todas as doses testadas foi inferior ao dobro do número de colônias revertentes espontâneas, indicando que o látex de S. umbellatum não apresentou mutagenicidade. Porém, o número de revertentes prototróficos da maior dose (100 μg) foi significativamente diferente em relação aos de revertentes espontâneos do controle negativo (p<0,05), porém nesta dose não há verificação de mutagenicidade. |
CONCLUSÃO: |
O látex de Synadenium umbellatum apresentou atividade mutagênica na maior dose testada nas linhagens TA-98 e TA-97a. Para a linhagem TA-100, estudos deverão ser conduzidos para a verificação da atividade mutagênica do látex, em doses mais elevadas. |
Palavras-chave: Synadenium umbellatum, Látex, Mutagenicidade. |