63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo |
AVALIAÇÃO DE PERDAS DE SOLO E ÁGUA EM SISTEMAS DE CULTIVO, SOB CHUVA NATURAL, NO AMBIENTE DE SAVANA EM BOA VISTA, RORAIMA |
Isabel Cristina Leão Pinheiro 1 Wellington Farias Araújo 1 Valdinar Ferreira Melo 1 José Frutuoso do Vale Júnior 1 Frank James Araújo Pinheiro 1 |
1. Profa. Centro de Educação Básica, Colégio de Aplicação – UFRR 2. Prof. Associado /Orientador – Depto de Solos e Engenharia Agrícola – UFRR 3. Prof. Associado – Depto de Solos e Engenharia Agrícola – UFRR 4. Prof. Associado – Depto de Solos e Engenharia Agrícola – UFRR 5. Prof. Associado – Centro de Estudos da Biodiversidade/CBio – UFRR |
INTRODUÇÃO: |
A remoção da savana para o cultivo agrícola tem influenciado na perda de água e solos, durante, principalmente, o período chuvoso da região, quando ocorrem chuvas de intensidade moderada a forte com freqüência. O objetivo do estudo foi avaliar a perda de solo e de água por erosão pluvial, que ocorre por meio do escoamento superficial (run off), em savana nativa, solo descoberto, e em plantios comerciais de milho (Zea mays L.), feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), melancia (Citrillun canatus) e capim braquiária (Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf). O período de estudo foi de junho de 2009 e julho de 2010 e as parcelas experimentais foram instaladas no Campus do Cauamé da Universidade Federal de Roraima - UFRR. Verificou-se que a cobertura vegetal obteve papel relevante para atenuar o efeito splash e diminuir a velocidade de escoamento superficial. Sua eficiência em reduzir as perdas de solo por erosão pode ser atribuída à proteção da superfície do solo proporcionada pelas plantas, impedido o impacto direto das gotas da chuva sobre a superfície, diminuindo a desagregação do solo, por redução da energia cinética. |
METODOLOGIA: |
Quadras coletoras de sedimentos, acopladas a tanques para captação do solo e água, foram instaladas em área de Savana sobre diferentes formas de manejo do solo, a saber: savana nativa, solo descoberto, plantios de milho (Zea mays L.), feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp.), melancia (Citrillun canatus) e capim braquiária (Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf). Cada quadra abrangia uma área de 20 m2 (2m de largura por 10 m de comprimento), tinha uma inclinação média de 2% e era circundada por uma parede de proteção de 30 cm de altura, de forma a impedir a entrada de água e solo proveniente das áreas vizinhas, durante a ocorrência de chuvas. No final da quadra, havia um afunilamento que acoplado a um cano de PVC de 100 mm, convergia à saída para dentro de um tambor de 100 litros. Na saída dos canos PVC proveniente das quadras, sacos de algodão, foram colocados para reter o sedimento grosso e liberar água e o sedimento fino, que vinha juntamente com a água, quando da ocorrência das precipitações. A intensidade de cada chuva era medida e a quantidade de água e solo escoados e armazenados nos tambores eram também quantificados. |
RESULTADOS: |
A cobertura do solo pôde proporcionar maior ou menor proteção em função do período de crescimento do vegetal, da intensidade de chuva e dos tratamentos. Os valores médios de perdas de solo (t ha-1 mês-1) para os tratamentos foram: de 4,75 para Solo Descoberto; 2,01 para Milho; 1,51 para Feijão, 1,38 para Braquiária e 0,36 para solo com a Cobertura Natural. Em 2010, o índice pluviométrico foi elevado, propiciando assim maiores perdas de solo e água. Em termos proporcionais os resultados de perdas indicam maiores perdas nos tratamentos feijão (419,4%); milho (558%) e braquiária (383,3 %) em relação à cobertura natural. As perdas de água também foram superiores, à cobertura natural, em 160,7; 176,8 e 189,8 % para o feijão, milho e capim braquiária, respectivamente. A perda de solo e água variaram em função da cobertura vegetal e do estádio de desenvolvimento da planta. Tratamentos com menores percentuais de cobertura foliar obtiveram valores mais elevados de transporte de sedimento. A cobertura foliar máxima foi 45 % para o feijão e 38 % para o milho, aos 75 dias após a germinação (DAG), no experimento I e 87,67 % para o feijão, 58,40 % para o milho, aos 45 DAG, no experimento II. |
CONCLUSÃO: |
As maiores perdas de solo foram de 20,53 t ha-1 mês-1 e de água de 3.559,04 m3 ha-1 mês-1, para o tratamento sem proteção vegetal. Em relação ao solo descoberto, houve uma redução de 63,0 % de perda de solo e 29,0 % de água para o tratamento com cobertura de feijão e uma redução de perda de solo de 57,0 % e de 21,8 % de água para a cobertura de milho. A cobertura com gramínea foi mais eficiente no controle da erosão, com redução de perdas de solo de 90,6 % e de água de 55,8 % para gramínea nativa e de 60,0 % de solo e 16,1 % de água para a gramínea exótica. |
Palavras-chave: Savana, Escoamento superficial, Amazônia. |