63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental |
Educação e percepção ambiental: planejamento participativo junto à população do loteamento Ana Albuquerque. |
Heitor Henrique Félix Duarte 1 Marcos Francisco de Araújo Silva 1 Tágory Clementino do Nascimento 1 Jorge Henrique Duarte 2 Silvia Pereira Gomes 2 |
1. Alunos de Graduação em Engeharia Florestal -Dpto de Ciências Florestais - UFRPE 2. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Igarassu - Facig |
INTRODUÇÃO: |
A percepção ambiental está totalmente ligada à cultura, história, experiência, tempo e espaço de cada pessoa (LERMEN, H. S. 2008). É através da proximidade ambiente acadêmico-comunidade que se faz possivel que a população seja ouvida, tornando sua opinião efetiva no que diz respeito ao planejamento ambiental local. A visitação a localidade, juntamente com representantes comunitários, realizando entrevistas informais, identificando hábitos e opiniões dos residentes, objetiva identificar os pontos que afetam diretamente a qualidade de vida da população. Quando a população efetivamente participa dos processos de decisão e de implementação das políticas públicas, obtêm-se resultados mais dinâmicos (CUCHUKOS, ZMITROWICZ, 2002). Lermen (2008) sugere que é importante mostrar que a população não reconhece como parte de si o ambiente em que está inserido, não se apropriando e, conseqüentemente, não se responsabilizando pelos espaços públicos. Industrias de maior ou menor grandeza tem vital importância no que diz respeito à qualidade do ambiente em que estão inseridas. Este trabalho teve como objetivo levantar o conhecimento prévio sobre a realidade ambiental local dos residentes no Loteamento Ana Albuquerque, no município de Igarassu, Estado de Pernambuco tendo a visita ao loteamento no dia 30 de abril de 2009, sendo o trabalho em sala de aula efetuado no dia 02 de maio de 2009. |
METODOLOGIA: |
O trabalho desenvolveu-se em dois momentos. O registro documental foi feito através de vídeos e material escrito. O primeiro momento se fez com a visitação à comunidade, onde foram constatadas quais as problemáticas ambientais identificadas pela população através da realização de entrevistas curtas, mediados por membros da associação de moradores. No segundo momento o tema trabalhado foi à realidade local transformada em um instrumento didático, sendo iniciado com a aplicação de uma dinâmica do tipo quebra-gelo de nome Náufragos e Ilhas onde os presentes faziam alusão a náufragos e as folhas de jornal dispostas no chão da sala a ilhas. Quando uma música era tocada os participantes deveriam andar aleatoriamente na sala. Pausada a música náufragos deveriam procurar se acomodar numa ilha. Prosseguindo com a dinâmica as folhas de jornal eram gradativamente retiradas da sala, tornando-se mais difícil encontrar ilhas, exigindo assim que os náufragos se ajudassem, fazendo o possivel para que todos estivessem nas ilhas. Cerca de 40 pessoas de idade variável entre oito e 75 anos estavam presentes no segundo momento. Após a dinâmica, procedeu-se uma apresentação em slides, utilizando-se data show e notebook, onde foram retratados os pontos críticos da comunidade, encontrados na visita prévia, e os principais problemas de saúde acarretados pela configuração ambiental da comunidade. |
RESULTADOS: |
Notou-se através da visita, que o saneamento básico na área é precário, acarretando o aparecimento de doenças provenientes de situações como a identificada. Foi identificado que o rio Monjope, sofre assoreamento e poluição por conta de cerca de cinco fábricas que se encontram nos arredores da localidade, entre elas, uma de pré-moldados, uma de bebidas e uma indústria têxtil que veiculam seus dejetos de forma indiscriminada no rio. Ficou constatado que existem moradores que utilizam a água coletada nas margens do rio Monjope para atividades domésticas, como a culinária e a lavagem de roupas. Os moradores alegam o aparecimento ou agravamento de problemas respiratórios, problemas esses que são originários das chaminés das fábricas. Notou-se através de discussão após o segundo momento, que a população local acredita que o governo municipal tem grande parcela de culpa na precariedade de prestação de serviços de qualidade de vida para a população, como saneamento básico e coleta de lixo, atualmente ineficientes. A população alega que a associação de moradores tem função fundamental na mediação do contato entre população e governantes, mas que também é necessário que haja uma maior participação dos moradores nas reuniões periódicas da associação de moradores. |
CONCLUSÃO: |
A comunidade realmente deve ter influencia na tomada de decisões no tocante a causa ambiental de seu município. É importante que medidas de percepção e conscientização ambiental sejam tomadas para que a população residente continue identificando o que deve ser mudado na sua rotina para que sua qualidade de vida melhore. È muito importante ainda que indústrias e empresas tomem conhecimento da influência que tem no que diz respeito à qualidade ambiental do lugar, ao tipo de resíduo que veiculam e que elemento ambiental estão acelerando a degradação. Uma política ambiental eficiente começa dos menores sistemas para os maiores, como do individuo, em seguida para a casa, depois para a comunidade em que vive. Faz-se importante que trabalhos como o Facig Social realizado no dia 02 de maio de 2009 continuem a ser estimulados, no sentido de aproximar as instituições de ensino superior com as comunidades de seu entorno. |
Palavras-chave: Educação Ambiental, Planejamento Participativo, Ensino e Extensão. |