63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia |
ANÁLISE FARMACOECONÔMICA DO IBUPROFENO GOTAS COMERCIALIZADO NA CIDADE DE ANÁPOLIS-GOIÁS |
Elvânia Gomes de Souza Rocha 1 Sarah Caixeta Cardoso 1 Rosane Alves Neves 1 Daniella Silva Prado Branquinho 2 Tiago Branquinho Oliveira 3 |
1. Depto.de Farmácia, Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica 2. Profa. Co-orientadora - Depto.de Farmácia , Faculdade Anhanguera de Anápolis - FAA 3. Prof. M.Sc./Orientador - Depto.de Farmácia - UniEvangélica |
INTRODUÇÃO: |
Os medicamentos representam boa parcela dos gastos públicos com saúde, o que possibilitam a aplicação da farmacoeconomia e da farmacoepidemiologia como ferramentas no combate à utilização inadequada de medicamentos e a gastos desnecessários. A farmacoeconomia é a aplicação da economia da saúde aos medicamentos como objetivo da investigação procura-se identificar, medir e comparar os custos da utilização dos medicamentos e aperfeiçoar a utilização de recursos financeiros sem prejuízo à qualidade do tratamento. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) como um instrumento facilitador do uso racional de medicamentos e da organização da assistência farmacêutica traz em sua lista o ibuprofeno. As principais indicações terapêuticas do ibuprofeno são como analgésico, antiinflamatório e antipirético, além de ser uma substância segura no tratamento pediátrico. É uma alternativa no tratamento da febre, especialmente em pacientes pediátricos, uma vez que, formas farmacêuticas líquidas de administração por via oral são mais fáceis de administrar em crianças menores de dois anos. O objetivo deste trabalho é fazer a análise farmacoeconômica do ibuprofeno gotas avaliando os custos deste medicamento durante o tratamento. |
METODOLOGIA: |
Foram utilizados ibuprofeno suspensão oral de 50 mg/mL com frascos de 30 mL. Foram analisados 6 frascos de cinco marcas diferentes, sendo o referência, dois genéricos e dois similares, A, B, C, D e E, respectivamente. Utilizou-se balança analítica Gehaka modelo AG 200 Classe 1, calibrada, a 20 ºC. Para obtenção das medidas, o frasco de ibuprofeno foi invertido a 90º, e pressionado a fim de proporcionar o peso de cada medida. Todos os frascos foram agitados, abertos e testados. Foram pesados em becker seco em estufa a 105 °C por 2 horas e esfriado em dessecador. O restante do medicamento contido em cada frasco foi pesado, somou-se sua medida e obteve-se o peso total dos frascos. A densidade relativa foi encontrada pela pesagem do picnômetro vazio, com água e com ibuprofeno, a 20ºC. O cálculo do volume de cada gota e do volume total foi estabelecido através da equação da densidade relativa. Através das medidas obtidas na determinação do volume das gotas, número de gotas e volume total em cada um dos frascos, foi possível calcular o custo diário do tratamento para cada uma das amostras. O software utilizado para o armazenamento dos dados e a construção das tabelas deste trabalho foi a Microsoft Office Excel 2007. |
RESULTADOS: |
Os medicamentos relatam em sua bula que cada gota corresponde a 5mg de ibuprofeno. O uso de ibuprofeno suspensão oral está relacionada com a gota/Kg de peso, não podendo exceder 40 gotas/dose em 4 doses diárias. O custo de tratamento com o medicamento A na dosagem máxima de 40 gotas foi o que ficou mais elevado, R$ 1,83 e o que ficou mais acessível foi o medicamento B, R$ 0,74, a diferença entre eles foi de 147,29%. O medicamento D em relação ao medicamento B obteve uma diferença de R$ 0,16 (Dezesseis centavos). O medicamento E teve uma diferença para o medicamento C de R$ 0,40. O medicamento C deveria ter ficado mais próximo do medicamento B, visto que os dois são genéricos. A diferença entre eles é de 70,27%. O similar E também teve uma diferença para o similar D de 74,35%. A média do preço da gota, também variou, sendo a gota mais barata o medicamento B e a gota mais cara o medicamento A. Todos os medicamentos utilizados na pesquisa tinham volume declarado de 30 mL, o único medicamento que obteve este volume foi o medicamento A. Segundo a Farmacopéia Brasileira, para cálculos de determinação de volume, pode haver variação de 2%. Os medicamentos B, C, D e E não estão com o volume condizente com o que diz na embalagem e também não estão na faixa dos 2% aceitáveis. |
CONCLUSÃO: |
O medicamento B obteve o menor custo de tratamento. Em se tratando de medicamento genérico, este produto está de acordo com os objetivos da política de medicamentos genéricos em relação ao preço. Com exceção do medicamento A, todos os outros medicamentos estavam com a capacidade inferior a declarada no frasco, o que contribui para o aumento do custo de tratamento. Verificou-se que não há uma padronização dos orifícios do batoque, pois cada laboratório tem um padrão diferente. A uniformização dos mesmos poderá ocorrer em doses mais exatas e diminuir o custo de tratamento, levando uma racionalização do medicamento e uma melhor qualidade de vida do paciente. |
Palavras-chave: Antiinflamatório, Custo de tratamento, Economia da Saúde. |