63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal
PRODUÇÃO DE LEITE NO DIA DE CONTROLE DE BÚFALAS NA REGIÃO NORDESTE DO PARÁ
Lúcio Osvaldo Rabelo Mendes Neto 1
Tiéure Ribeiro de Oliveira 1
Brena Roberta Nascimento Cunha 2
Eduardo Riodades Daher Santos 2
Alex Sandro Schierholt 3
Luciara Celi da Silva Chaves 4
1. Graduando em Agronomia, Univ. Fed. Rural da Amazônia
2. Zootecnista, Univ. Fed. Rural da Amazônia
3. Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA
4. Profª Drª/Orientadora - Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA
INTRODUÇÃO:
As búfalas contribuem com 12,7% do total de leite produzido no mundo, sendo cerca de 40-50% mais produtivo na elaboração de derivados quando comparado com o leite bovino.
Em pastagens nativas de solos aluviais de várzeas da região do médio Amazonas, fêmeas bubalinas do tipo Baio produziram na 1ª e 2ª lactações, considerando uma ordenha diária, 1024,57 kg de leite, em 253 dias, com produção diária média de 4,05 kg. A média da produção de leite observada em duas fazendas localizadas na Zona da Mata Sul de Pernambuco, entre maio de 2007 e fevereiro de 2008, foi de 4,60 litros.
Considerando que os estudos sobre a produção e qualidade do leite bubalino de rebanhos criados na Amazônia são incipientes e, ainda, que a caracterização destes se constitui como ponto inicial para a melhoria da eficiência do sistema de criação a pasto (mais difundido na região), este trabalho teve como objetivo caracterizar a produção de leite no dia de controle de leite de búfalas criadas a pasto.
METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido em duas fazendas localizadas no município de Mojú, na Mesorregião do Baixo Tocantins, Estado do Pará, no período de março de 2009 até abril de 2010.
Na Fazenda 1, os animais foram criados em sistema de lotação rotacionada de Brachiaria humidicola (quicuio da Amazônia), em piquetes de quatro hectares divididos por cerca elétrica. Na Fazenda 2, os animais foram criados em um sistema de lotação semelhante em piquetes de 1,5 hectares divididos por cerca elétrica. A partir de dezembro de 2009, a área de pastejo desta última foi ampliada, com subáreas de pastagens cultivadas de Panicum maximum cv. Mombaça e Brachiaria brizantha. Água e sal mineral eram fornecidos ad libitum.
Em ambas as propriedades a ordenha era manual e os controles leiteiros foram realizados mensalmente com intervalo máximo de 45 dias. Sendo assim, foram avaliados 1175 registros de produção de leite no dia de controle (PLDC), referentes a 221 lactações de búfalas.
As PLDC foram submetidas à análise de variância, considerando classes de dias em lactação como efeito fixo no modelo. A comparação das médias foi feita por meio do Teste de Tukey, ao nível de 5% de significância, utilizando-se o procedimento PROC GLM do pacote estatístico Statistical Analysis System (SAS).
RESULTADOS:
A média de produção de leite no dia de controle foi de 3,05 kg, com desvio-padrão de 1,30 kg e coeficiente de variação de 42,67%.
A duração da lactação apresentou média de 208,12 ± 90,41 dias, com CV = 43,43%. A avaliação do número de observações por dias em lactação mostra que existem poucos registros a partir de 220 dias, indicando existir poucas lactações nos rebanhos em estudo que se encerram aos 305 dias.
A produção média de leite de acordo com classes de dias em produção se inicia com 3,20 kg, apresenta um discreto aumento até o pico (3,41 kg), que ocorre próximo aos 74 dias, e decresce com o avanço da lactação até atingir 2,68 kg. As médias de produção de leite no dia de controle representam uma curva de lactação típica de bubalinos leiteiros criados no Brasil, especialmente de rebanhos de base genética da raça Murrah.
A curva de lactação de búfalas leiteiras, sem um pico de lactação acentuado e com poucas lactações completas até 305 dias, demonstra a necessidade de seleção para incremento da produção de leite, sem, no entanto, prejudicar a persistência da produção dos animais.
CONCLUSÃO:
A média de produção de leite das fazendas estudadas está abaixo das médias encontradas na literatura brasileira, apesar de a curva de lactação demonstrar tratar-se de rebanhos com persistência de lactação desejável, sendo necessário, deste modo, nortear ações futuras de programas de planejamentos reprodutivo, nutricional e melhoramento genético.
Palavras-chave: Controle Leiteiro, Curva de Lactação, Persistência da Lactação.