63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal |
AVALIAÇÃO GENÉTICA DA PERSITÊNCIA DA LACTAÇÃO EM BÚFALAS LEITEIRAS |
Tiéure Ribeiro de Oliveira 1 Lúcio Osvaldo Rabelo Mendes Neto 1 Cayo Guerreiro Almeida 2 Eduardo Riodades Daher Santos 3 Alex Sandro Schierholt 4 Luciara Celi da Silva Chaves 5 |
1. Graduanda em Agronomia, Univ. Fed. Rural da Amazônia 2. Graduando em Zootecnia, Univ. Fed. Rural da Amazônia 3. Zootecnista, Univ. Fed. Rural da Amazônia 4. Profº Drº - Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA 5. Profª Drª/ Orientadora - Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA |
INTRODUÇÃO: |
As atuais estratégias de seleção em animais de exploração leiteira não consideram ainda a persistência como uma característica passível de seleção, embora vários estudos indiquem a utilização da persistência na avaliação genética de animais, já que se constitui um elemento de importância econômica reconhecida, fundamentada em quatro principais componentes: custos relacionados à saúde das vacas; desempenho reprodutivo; custos com alimentação; e retorno econômico obtido pelo diferencial na produção total de leite até 305 dias de lactação. Existem diferentes definições da persistência na lactação encontradas na literatura. De forma geral, esta é definida como a capacidade da vaca em manter sua produção de leite após atingir a produção máxima na lactação. Assim, este trabalho objetiva-se em avaliar seis medidas de persistência da produção de leite em primeiras lactações de búfalas da raça Murrah, a fim de estabelecer uma medida passível de utilização na avaliação genética dos animais utilizando modelos de regressão aleatória. |
METODOLOGIA: |
Utilizaram-se 9.219 registros de produção de leite no dia do controle (PLDC) provenientes da primeira lactação de 646 búfalas, controladas de 1987 a 2006, em 12 rebanhos localizados no estado de São Paulo.Consideraram-se somente registros entre a 2ª e a 43ª semana após o parto de búfalas (extremos inicial e final da lactação foram 14 e 301 dias, portanto) com idades entre 24 a 48 meses com, no mínimo, quatro controles de PLDC durante a lactação, sendo o primeiro registro realizado até 75 dias após o parto, e informações de reprodutores com proles em pelo menos dois rebanhos. A PLDC foi analisada por meio de modelo animal unicaracterístico considerando como efeitos fixos: grupo contemporâneo, definido por rebanho-ano-mês de controle; número de ordenhas, efeitos linear e quadrático da covariável idade da búfala ao parto em meses. A curva média da lactação ou a trajetória média da população foi gerada a partir da regressão sobre o tempo, modelada por polinômios ortogonais de Legendre de ordem três. As funções de covariâncias para os efeitos genético aditivo e de ambiente permanente foram modeladas pela função logarítmica de Ali e Schaeffer. Foram avaliadas seis medidas de persistência da produção de leite baseadas nos valores genéticos preditos para diferentes períodos da lactação. |
RESULTADOS: |
De modo geral, a similaridade entre variáveis dentro de cada grupo, pode ser explicada pela forma com que estas foram obtidas. As correlações positivas e altas encontradas entre as medidas de persistência dentro de cada grupo indicam que a magnitude da variação entre elas se dá no mesmo sentido, e ainda que quaisquer delas classificam os animais de modo muito similar. No que diz respeito às correlações entre os valores genéticos das variáveis de persistência e de produção de leite aos 301 dias, estas foram sempre negativas e variaram entre -0,02 e -0,34. Considerando que a mensuração ideal para persistência na lactação deve apresentar baixa correlação com a produção total de leite até 305 dias, a fim de alterar o formato da curva de lactação, sem, no entanto, provocar alterações adversas na produção total de leite, a variável mais recomendada PS1 (h2=0,37), que foi obtida a partir do somatório das diferenças entre cada valor genético de produção de leite dos 61 aos 280 dias e o valor genético aos 60 dias, como critério de seleção para persistência da produção de leite. Além disso, correspondeu a variável que obteve maior correlação com o valor genético predito aos 301 em produção, de 0,96. |
CONCLUSÃO: |
A variável de persistência da produção de leite obtida a partir do somatório das diferenças entre cada produção de leite dos 61 aos 280 dias e a produção aos 60 dias é a mais indicada como critério de seleção para avaliações genéticas em bubalinos leiteiros da raça Murrah. |
Palavras-chave: Critério de Seleção, Curva de Lactação, Parâmetros Genéticos. |