63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA QUE NÃO REALIZAM HEMODIÁLISE.
Fernanda Dallazen 1
Karlyse Claudino Belli 2
Kelly Pieczaki Pertile 3
Leticia Szymczak 3
Olvânia Basso Oliveira, 4
Eliane Roseli Winkelmann 5
1. Depto Ciências da Saúde, Fac.de Fisioterapia, Bolsista PIBIC/UNIJUÍ - UNIJUÍ
2. Fisioterapeuta, mestranda em Ciências da Saúde - Cardiologia e Ciências Cardiovasculares - UFRGS
3. Fisioterapeuta, Egressa da Fac.de Fisioterapia - UNIJUÍ
4. Médica nefrologista e Coord. Técnica da Hemodiálise do Hospital de Caridade de Ijuí
5. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Ciências da Saúde - UNIJUÍ
INTRODUÇÃO:
A insuficiência renal crônica (IRC) consiste em uma lesão, perda progressiva e irreversível da função dos rins provocada por uma variedade de nefropatias que, devido a sua evolução progressiva, determinam de modo gradativo e quase sempre inexorável uma redução global das múltiplas funções renais, apresentando fadiga, fraqueza muscular e baixa tolerância ao exercício e redução na qualidade de vida (QV). Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a capacidade funcional máxima e submáxima em portadores de insuficiência renal crônica que não realizam hemodiálise (HD).
METODOLOGIA:
Foram analisados aproximadamente 40 prontuários, sendo que 29 indivíduos não aceitaram participar da pesquisa, totalizando uma amostra de 11 indivíduos, portadores de IRC que não realizam hemodiálise, residentes em duas cidades do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Esse estudo foi do tipo transversal descritivo. A idade média entre os indivíduos foi 55±20 anos, sendo sua maioria do gênero feminino (54%). Para avaliar a capacidade máxima foi realizado o teste cardiopulmonar em esteira rolante, protocolo rampa, com velocidade inicial de 1 km/h e final de 6 km/h, inclinação de 0 a 10%, durante 10 minutos, os gases expirados foram analisados através de um sistema validado, conectado a um computador (Total Metabolic Analysis System, TEEM100, Aero Sport, Ann Arbor, Michigan), mensurando o consumo de oxigênio (VO2máx). A distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (TC6min) avaliou a capacidade funcional submáxima. Os resultados foram expressos com freqüências e M±DP ou mediana e valor mínimo e máximo, de acordo com a normalidade avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.
RESULTADOS:
No teste ergoespirométrico não houve diferença significativa entre os gêneros. A capacidade funcional apresentou-se reduzida, em média o VO2máx foi baixo, 19 ± 4 (ml/Kg/min.) atingindo uma relação consumo de oxigênio e produção de gás carbônico quase o ideal de 0,97. Os indivíduos apresentaram déficit na capacidade funcional submáxima atingindo em média 78 ± 13% dos valores previstos e um comportamento hemodinâmico e respiratório comparando valores em repouso e final do teste, sendo estatisticamente significativo os valores da PAS (p=0,005), FR (p≤0,001), FC (p≤0,001), SpO2 (p=0,019), BORG dispnéia (p=0,045) e das pernas (p=0,022). Foi encontrada correlação nos dados iniciais e finais de FR (r= 0,907 e p=≤0,001), FC (r=0,702 e p=0,016), SpO2 (r=0,738 e p=0,010), BORG dispnéia (r=0,727 e p=0,011).
CONCLUSÃO:
Os indivíduos portadores de insuficiência renal crônica embora não estejam ainda submetidos a hemodiálise já apresentam redução da capacidade funcional. Portanto, esta pesquisa apresenta dados úteis para incentivarmos uma intervenção física que possa alterar este quadro físico-funcional nos pacientes deste estudo, aumentando a longevidade, reduzindo a morbidade e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica, Avaliação em Saúde, Capacidade Funcional.