63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
BARALHO QUÍMICO: UM AUXÍLIO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA SOB UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA
Filippy Odebrecht Marques 1
Maria Fernanda Henrique Odebrecht 1
Maysa Ramos Vieira 1
Umberto Gomes da Silva Junior 2
1. Coord. de Licenciatura em Química, IFPB
2. Prof. Dr./ Orientador - Coordenação de Licenciatura em Química, IFPB
INTRODUÇÃO:
Este trabalho teve como objetivo propor um método alternativo para o ensino de Química, tendo o lúdico como subsídio diferenciado para a inclusão de alunos surdos e ouvintes. De acordo com a política educacional se faz a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns nos níveis de ensino, na perspectiva de abolir as práticas separatistas, garantindo a todos, um espaço de acolhimento e de aceitação das diferenças individuais. Diante das dificuldades encontradas na rede regular de ensino que utiliza como metodologia a transmissão-recepção de conhecimentos, empecilho para o desenvolvimento das habilidades cognitivos dos discentes, tornando os mesmos agentes passivos no processo de aprendizagem, as atividades lúdicas, por sua vez, pode diferenciar-se dessa metodologia, se permitir o desenvolvimento das habilidades cognitivas (resolução de problemas, percepção, raciocínio rápido, etc.) dos alunos. Sendo assim, foi desenvolvido um baralho químico trabalhando o conteúdo de ligações químicas. O jogo foi aplicado com a turma do 1º ano do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. Propiciando aulas dinamizadas que contribuem de maneira eficaz no desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem dos alunos acima citados.
METODOLOGIA:
Inicialmente foi escolhido o conteúdo a ser trabalhado (ligações Químicas), e em seguida foi confeccionado o baralho químico, que consiste em formar ligações químicas e ligas metálicas através de combinação de cartas. O jogo foi utilizado como ferramenta complementar no processo de ensino-aprendizagem após a aplicação de uma aula diferenciada referente ao conteúdo.
O baralho químico é constituído por 62 cartas no total, sendo elas divididas em: 40 cartas de elementos químicos onde a partir dessas é possível formar ligações Iônicas, covalentes e Metálicas, também é composto por 15 perguntas usadas quando o jogador faz um jogo referente a qualquer tipo de ligação, possui 3 cartas curinga utilizada para compor qualquer jogo pré-formado e 4 cartas repulsão eletrônica utilizadas para deixar o jogador inerte por uma rodada.
O jogo foi aplicado numa turma de 1º ano do ensino médio integrado a edificações, havendo um total de 20 alunos em sala de aula, sendo a turma dividida em quatro grupos de cinco pessoas, onde cada pessoa dispõe inicialmente de três cartas e o jogo se encerrar após a formação de três ligações químicas que condizem com o conteúdo trabalhado em sala de aula.
RESULTADOS:
Para a aplicação do jogo, os grupos utilizaram uma tabela periódica para consulta e foi proposto um tempo de 50 minutos para a execução da atividade. Através da atividade foi possível perceber uma grande interação, por parte dos alunos, na tentativa de completar as ligações químicas presentes no jogo. Percebeu-se também que ao usar as cartas do baralho químico os alunos individualmente questionavam-se a respeito de todo o conteúdo anteriormente trabalhado, o qual seria necessário para a formação da ligação química. Sendo assim, uma atividade que seria de cunho individual se fez em grupo, uma vez que todos contribuíram para a formação das ligações.
Desse modo, comprovamos a aplicabilidade do baralho químico, proporcionando uma melhora na aprendizagem, além de propiciar um maior interesse por parte dos discentes em aprender a ciência Química.
Sendo um dos alunos, surdo, presente em sala de aula e com o auxílio de uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), pode-se perceber que a metodologia utilizada, permitiu a efetivação do conteúdo antes ministrado de modo a incluir todos os alunos que por fim adquiriram competências e habilidades necessárias para desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem referente a ligações química e suas aplicações.
CONCLUSÃO:
Essa atividade proporciona estímulo e o ambiente necessários para o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos permitindo também que o professor expanda seus conhecimentos sobre metodologias ativas de ensino e desenvolva suas capacidades pessoais e profissionais, estimulando-o a recriar sua prática pedagógica.
O lúdico apresenta um diferencial frente a outras atividades já conhecidas e difundidas no âmbito escolar, pois os jogos são elementos muito valiosos no processo de apropriação do conhecimento, permitindo o desenvolvimento de competências em diversas áreas, como: relações interpessoais, liderança e trabalho em grupo e utilizando a relação cooperação/competição em um contexto formativo, pois o aluno coopera com os colegas de equipe e competem com as outras equipes que são formadas pelos demais colegas da turma.
Finalmente, a partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que a introdução de jogos e atividades lúdicas no ensino de Química é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois tornam a aula mais atrativa propiciando uma maior interação e assimilação do conteúdo.
Palavras-chave: Baralho químico, Ensino de química, Inclusão.