63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 16. Orientação e Aconselhamento
PRÁTICAS COTIDIANAS DE ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO EM UMA ESCOLA RESIDÊNCIA SOBRE O MUNDO DO TRABALHO: QUESTÕES DA/NA FORMAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Eliana Maria Ferreira Palmeira 1
Solange Castellano Fernandes Monteiro 2
1. Orientadora Educacional da Escola SESC de Ensino Médio -ESEM - Pontifícia Universidade Católica- PUC/RJ
2. Orientadora Educacional da Escola SESC de Ensino Médio - Professora Dra da Faculdade Geremário Dantas -FGD
INTRODUÇÃO:
Entende-se o campo da Orientação Educacional no Ensino Médio como aquele que está, em especial, compromissado com os alunos, e de modo geral, com toda a comunidade sempre tendo que “esclarecer”, também, a importância de se refletir sobre o mundo do trabalho. Este trabalho dá ênfase aos encontros de orientação para o mundo do trabalho para alunos de ensino médio de uma escola residência, no Rio de Janeiro. Nestes encontros passa-se a (re)significar os aspectos individuais e coletivos, sem deixar de levar em conta que este trabalho pode visibilizar questões importantes na formação de pessoas com pensamentos e contextos sociais tão diferentes. Isso porque esta escola possui a complexidade de ter alunos matriculados de todos os estados do Brasil. Neste contexto, as atribuições dos Orientadores Educacionais procura buscar práticas que ajudem esses alunos em suas escolhas e decisões para o mundo do trabalho com uma visão sócio-histórica observando a construção de um futuro com escolhas mais assertivas no mundo profissional e que atendam as demandas do mundo contemporâneo. Mais do que descobrir uma profissão, é preciso que o jovem possa conhecer melhor quais são suas aptidões, seus interesses e traços de sua personalidade. É por esta razão que buscamos o artifício da orientação profissional, como um processo de individuação no processo coletivo de significativas mudanças na complexidade do mundo contemporâneo.
METODOLOGIA:
Este trabalho foi desenvolvido com perguntas que pudessem contribuir no processo de reflexão dos alunos, a saber: que fazer no futuro? Que estudos prosseguir? Como solucionar as dúvidas a respeito da escolha de carreira ou de futuros trabalhos? Ao abrir janelas e indicar os caminhos o método de fazer escolhas mais conscientes, sem usar estereótipos, trazendo-o para a realidade.
Neste processo, buscamos conhecer as questões mercadológicas, a gama de profissões, as novas oportunidades oferecidas pelos cursos profissionalizantes e de tecnólogo. A oportunidade de comparar essas oportunidades com suas preferências, levando em consideração questões como empregabilidade, globalização e suas conseqüências no mundo atual, principalmente sobre o futuro do jovem e de suas famílias.
RESULTADOS:
Percebemos que diante da necessidade e urgência de fazer uma escolha, os jovens reagiram das seguintes maneiras: renunciar à possibilidade de escolher por si mesmo e submeter-se à escolha de outros (pais, amigos, educadores ou outros); apegar-se a velhas escolhas, negando-se a pensar sobre um campo de possibilidades que o crescimento e a aprendizagem vêm ampliando; escolher não escolher, livrando-se de um problema que, no futuro, poderá trazer prejuízo.
A partir da literatura estudada, tomamos como pressuposto que, futuramente, as empresas possivelmente não terão mais a visão fragmentada das profissões e sim buscarão profissionais que saibam pensar, resolver problemas e lidar com outras pessoas. Diante deste panorama, o trabalho realizado pelo Serviço de Orientação Educacional da Escola SESC de Ensino Médio do Rio de Janeiro, juntamente com os professores, buscou ajudar os jovens e adolescentes a conhecerem, discriminarem a realidade da fantasia, integrarem gostos pessoais e oportunidades reais e diminuírem sua insegurança diante da mudança. Tudo isso foi feito, acompanhando-os e assistindo-os na tarefa de escolher por si mesmo o que fazer.
CONCLUSÃO:
O embasamento teórico para o desenvolvimento do trabalho foi fundamental. Durante muitos anos o orientador educacional realizava os encontros fazendo uma sondagem com os estudantes e, mediante os resultados, organizava palestras e feira profissional, trazendo as universidades para demonstrar os seus cursos. A proposta de um novo olhar diante das pesquisas realizadas demonstra que a má escolha é a maior causa de evasão nas universidades. Assim, os jovens não terminam o curso em que ingressam no vestibular ou mudam no segundo ou terceiro ano do curso, escolhendo outra profissão. Essa realidade levou os profissionais em orientação profissional a utilizarem uma proposta diferenciada. Numa visão sócio-histórica vêm sendo desenvolvidos, contribuindo para um conhecimento de qualidade, mas ainda pouco trabalhado nas escolas, principalmente acerca do avanço da orientação educacional.Os caminhos abordados nos mostraram também a importância de entender o indivíduo na sua relação com a sociedade de forma dialética e dinâmica.
Com esta experiência, acredito que a prática dos encontros de orientação profissional buscaram uma boa sustentação teórica, considerando as diversas modalidades de conhecimento dos adolescentes. Quem é este adolescente? Suas influências familiares? O que quer para si? Como podemos ajudá-lo?
Palavras-chave: Orientação profissional, Autoconhecimento, Escolhas.