63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 8. Mineralogia e Petrologia |
Estudo de minerais pesados de saprólitos do ortognaisse tonalítico Canoas, Minas Gerais |
Victor Hugo Proença Souza 1 Douglas Ruan Tavares Lisboa 1 Filipe Vidal Cunha Santa Rosa Soares de Oliveira 1 Romulo Campos Stohler 1 Ciro Alexandre Ávila 2 |
1. Graduando - Depto de Geologia - UFRJ 2. Graduando - Depto de Geologia - UFRJ 3. Graduando - Depto de Geologia - UFRJ 4. Graduando - Depto de Geologia - UFRJ 5. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Geologia e Paleontologia - Museu Nacional |
INTRODUÇÃO: |
Os corpos plutônicos da borda meridional do cráton São Francisco na região entre Nazareno, São João del Rei e Tiradentes vem sendo estudados detalhadamente tanto em relação a sua cartografia geológica, quanto a sua caracterização petrográfica, geoquímica e isotópica. Uma ferramenta adicional vem sendo acrescentada nesses estudos, que envolve a caracterização em estereomicroscópio dos minerais pesados do material saprolítico dos corpos plutônicos félsicos. Neste contexto já foi descrita a mineralogia do granitóide Ritápolis (fácies inequigranular média e grossa), do granodiorito Brumado de Baixo e do ortognaisse monzogranítico São Tiago . Neste sentido, o presente estudo visa à descrição em estereomicroscópio dos minerais pesados de saprólitos do ortognaisse tonalítico Canoas, objetivando a comparação da sua mineralogia com a dos demais corpos já estudados no intuito de caracterizar semelhanças e diferenças mineralógicas. |
METODOLOGIA: |
A metodologia da amostragem consistiu na coleta e pesagem de cerca de 24 quilos de material saprolítico de cada um dos três ponto amostrados. Inicialmente o saprólito de cada ponto foi deslamado, peneirado a 2mm, concentrado em bateia no próprio campo, armazenado em saco plático, identificado e levado para ser trabalhado em laboratório. Na fase seguinte, os mesmos foram colocados em beckers e processados no ultrassom por cinco vezes com duração de cerca de 3 minutos objetivando à retirada de partículas finas (fração argila). Em seguida procedeu-se a secagem dos concentrados a 80ºC em estufa e a retirada dos minerais magnéticos com ímã de mão visando facilitar o processamento dos concentrados no separador magnético Frantz nas frações 0,3A; 0,4A; 0,5A; 0,6A; 0,8A; 1,0A; 1,5A e não atraível. Após a conclusão desta etapa todas as frações foram descritas em estereomicroscópio. |
RESULTADOS: |
No estereomicroscópio foram identificados quartzo, epidoto, moscovita, biotita, monazita, zircão, ilmenita, rutilo e anfibólio. Como minerais secundários foram identificados limonita, hidrobiotita, pirita limonitizada e hidróxidos de Mn. |
CONCLUSÃO: |
Em termos mineralógicos, o ortognaisse tonalítico Canoas se diferencia do granitóide Ritápolis e do granodiorito Brumado de Baixo pela presença abundante de epidoto e pela ausência de xenotímio, apatita, granada e rutilo, sendo o epidoto de origem hidrotermal. Em relação ao ortognaisse monzogranítico São Tiago, as principais diferenças mineralógicas estão relacionadas à presença de martita, xenotímio, apatita, rutilo e turmalina. Porém epidoto é abundante em ambos, indicando que estes corpos foram afetados pelo mesmo evento hidrotermal. Nesse sentido, pode-se afirmar que o estudo mineralógico em estereomicroscópio é uma ferramenta que deve ser adicionada ao estudo petrográfico, pois facilita a identificação de diversos minerais presentes que não são normalmente estudados, principalmente os opacos. |
Palavras-chave: Canoas, epidoto, zircão. |