63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica |
DIFERENÇAS SAZONAIS NA RIQUEZA DE ESPÉCIES DE MACROALGAS DA PRAIA DO PACHECO, CAUCAIA - CE |
José Wellington Leite Teófilo 1 Rejane Soares Silva 1 Rochelly Reis de Sousa 2 Ewerton Gomes dos Santos 2 Aleff Silva de Lucena 2 Pedro Bastos de Macedo Carneiro 3 |
1. Prof. - Orientador - EEEP Júlia Giffoni 2. Alunos - EEEP Júlia Giffoni 3. Orientador técnico - Laboratório de Ciências do Mar – UFC |
INTRODUÇÃO: |
As algas constituem um grupo diversificado de seres vegetais que realizam fotossíntese, encontradas em ambientes marinhos e continentais. As macroalgas habitam os costões rochosos e são classificadas em: Chlorophyta, Rhodophyta e Ochophyta. (SORIANO et al,2009). Em relação a sua importância, as algas fornecem produtos essenciais para a vida do homem moderno, como: alginatos, ágar e carragenano, com valores que ultrapassam alguns bilhões de dólares por ano (OLIVEIRA, 1997), utilizados para a fabricação de cosméticos, sorvetes, farinha, pudins, iogurtes, patês e na indústria de bebidas. (MELO MOURA, 2009; BARATA, 2006, al.1990; OLIVEIRA, 1997). A praia do Pacheco, localiza-se no município de Caucaia, ao norte do Estado do Ceará, possui uma vasta diversidade de macroalgas, influenciada por diversos fatores controladores, como: geológico, climático e biótico destacando-se a ação antrópica (QUEIROZ, 2003). O objetivo é identificar as espécies de macroalgas marinhas, levando em consideração a diferença sazonal. |
METODOLOGIA: |
Realizaram-se 4 coletas, nos dias 11/08/2009, 21/11/2009, 28/02/2010 e 12/05/2010, durante a maré-baixa e de sizígia. As coletas ocorreram de forma manual e aleatória, com o auxílio de espátulas, em diferentes locais, como áreas sujeitas aos impactos das ondas, porções protegidas pelas rochas ou em poças, na zona entre as marés, ou eventualmente através de mergulhos no infra-litoral. Todo material ficológico coletado foi acondicionado em sacos plásticos, em seguida fixado em álcool a 70%, identificado e herborizado. No laboratório de ciências da EEEP Júlia Giffoni, todas as amostras de material foram examinadas, organizando as espécies por característica morfológica, fixando-as em álcool a 70% e em água destilada, para devida classificação. A identificação foi baseada em observações morfológicas e anatômicas, cortes histológicos das frondes através de consultas à bibliografia especializada como Joly (1995), Soriano (2009), Dantas (2005) e ao site algaebase.org. Parte do material não identificado no Laboratório de ciências da EEEP Júlia Giffoni, foi levado ao Laboratório de Macroalgas do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará (UFC), além das pesquisas bibliográficas também foi possível a verificação junto ao herbário. |
RESULTADOS: |
Nas 4 coletas, foram identificadas um total de 70 espécies. 27 espécies na 1ª coleta, sendo 5 Chlorophytas, 3 Ochrophytas e 19 Rhodophytas; 50 espécies na 2ª coleta: 9 Chlorophytas, 6 Ochrophytas, 34 Rhodophytas e 1 Cyanophyta; 42 espécies na 3ª coleta: 11 Chlorophytas, 6 Ochrophytas e 25 Rhodophytas; 47 espécies na 4ª coleta: 8 Chlorophytas, 7 Ochrophytas, 31 Rhodophytas e 1 Cyanophyta.A curva de acumulação de espécies mostrou que a 1ª para a 2ª coleta houve um acréscimo acentuado na riqueza de espécies, sendo 46%. Esse valor diminuiu na 2ª para a 3ª coleta em 16%. Em seguida percebe-se um discreto aumento nas espécies, em 10%. A curva de acumulação da Chrolophyta: da 1ª para a 2ª coleta houve um acréscimo de 36% das espécies, da 2ª para a 3ª observou-se um novo aumento de 19% e da 3ª para a 4ª uma redução de 28%. A curva de acumulação da Ochrophyta: da 1ª para a 2ª coleta houve um aumento de 43%, da 2ª para a 3ª manteve-se o valor da segunda coleta e da 3ª para a 4ª ocorreu um aumento de 15%. A curva de acumulação da Rhodophyta da 1ª para a 2ª coleta houve um acréscimo de 45% de espécies, da 2ª para a 3ª uma redução de 27% e da 3ª para a 4ª houve um aumento de 18%. A divisão Cyanophyta apareceu apenas nas 2ª e 4ª coletas. |
CONCLUSÃO: |
O ano de 2009 foi atípico para o estado do Ceará, com o volume de chuvas muito maior do que a média e com um período chuvoso se estendendo até agosto. A maior quantidade de chuva que, em um primeiro momento poderia favorecer o florescimento de algas devido a um de maior aporte de nutrientes, pode ter sido prejudicial no médio prazo, resultando na baixa riqueza de espécies registrada na primeira coleta. Essa hipótese é reforçada pelo aparecimento de algumas algas filamentosas (Rhizoclonium sp., Cladophora sp., etc.) apenas na terceira coleta (início de uma nova estação chuvosa). Novos estudos que levem em consideração escalas maiores de tempo são necessários para confirmar quais fatores estruturam essa comunidade. |
Palavras-chave: Ficologia, Sazonalidade, Praia. |