63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
CORRELAÇÃO ENTRE POTÊNCIA AERÓBIA E DESEMPENHO EM ATIVIDADES ANAERÓBIAS EM JOGADORES DE FUTEBOL
Ewerton Gassi 1,2
Lucas Victória de Oliveira 3
Gilberto Reis Agostinho Silva 2
Eduardo Henrique Rosa Santos 4
Maria Sebastiana Silva 4,5
1. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás – IFG/Anápolis
2. Programa pós graduação em Ciências da Saúde - UFG
3. Universo Goiânia
4. Faculdade de Educação Física - UFG
5. Profa Dra./Orientadora Programa pós graduação em Ciências da Saúde - UFG
INTRODUÇÃO:
A maioria dos esportes coletivos é caracterizada por esforços intermitentes, onde a demanda energética é suprida alternadamente pelas diferentes vias metabólicas. Estas vias metabólicas não agem de forma isolada, mas apresentam interação, se alternado e se influenciando durante a realização do esforço. Especificamente no futebol, os esforços de alta intensidade, mesmo em menor proporção, são considerados determinantes, e a via metabólica anaeróbia alática, seguida pela lática, é o sistema predominante na ressíntese do ATP necessário ao esforço. As atividades intermitentes de alta intensidade provocam alterações na disponibilidade de substratos e alterações no ambiente interno e estão associadas a instalação da fadiga e queda no rendimento. A participação da via oxidativa na realização de esforços de alta intensidade é pequena, todavia, sua participação aumenta nos momentos de recuperação, promovendo a remoção dos metabólitos resultantes do processo de glicólise, restabelecendo a homeostase corporal, além de contribuir para renovação dos estoques de ATP e PCr. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi relacionar a potência aeróbia e o desempenho de atletas de futebol da categoria juniores em atividades anaeróbias.
METODOLOGIA:
Participaram deste estudo 55 jovens do sexo masculino, atletas de futebol da categoria juniores de dois dos maiores clubes da cidade de Goiânia. Os atletas foram informados dos objetivos e procedimentos pelos quais seriam submetidos antes da realização dos testes. As avaliações faziam parte do calendário anual dos clubes e todos os testes selecionados são realizados periodicamente pelas comissões técnicas das agremiações. Em relação às posições o grupo foi constituído por nove goleiros, dez zagueiros, sete laterais, nove volantes, onze meias e nove atacantes. Como indicador da potência aeróbia foi utilizado o YO-YO Test e, a partir dos resultados, foi calculado o consumo máximo de oxigênio (VO2max). A potência anaeróbia foi estimada a partir do RAST (Running-based Anaerobic Sprint Test), foram selecionados os valores referentes à potência pico relativa, potência média relativa e o índice de fadiga (maior potencia – menor potencia/ maior potencia * 100).
RESULTADOS:
A potência aeróbia média dos jogadores investigados foi de 56,1±2,7 ml/kg/min, valor que se aproxima daqueles apresentados na literatura para a mesma categoria, e em alguns casos até para os profissionais. Em relação ao desempenho anaeróbio, a potência pico relativa (PPICO) foi igual a 11,0±1,3 W/kg, a potência média relativa (PMEDIA) 9,3±1,0 W/kg e o índice de fadiga (IFADIGA), representando queda no desempenho apresentado ao longo dos seis tiros foi de 31,1±8,1%. Estes resultados também estão próximos aqueles apresentados na literatura para as diferentes categorias de jogadores de futebol. Após a confirmação da normalidade dos dados, os valores referentes ao VO2max foram relacionados aos indicadores de desempenho anaeróbio com auxílio do coeficiente de correlação linear de Pearson, com p<0,05. Os resultados apresentaram correlações moderadas e significativas entre o VO2max e a PPICO e a PMEDIA, com r = 0,41 (p=0,002) e r = 0,49 (p<0,001) respectivamente. Por outro lado, o IFADIGA apresentou uma correlação fraca (r = -0,18) e não significativa (p=0,19).
CONCLUSÃO:
Estes resultados apontam a influência positiva do condicionamento aeróbio no desempenho anaeróbio, provavelmente por evitar o acúmulo de ácido lático, acelerando sua remoção e desta forma favorecendo a capacidade de suportar o esforço em altas intensidades.
Palavras-chave: Potência aeróbia, Potência anaeróbia, Futebol.