63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 2. Farmacologia Clínica
ANTIBIÓTICOTERAPIA E POSSIVEIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM CRINÇAS INTERNADAS EM UM HOSPITAL PUBLICO DE BARRA DO GARÇAS-MT.
Isabel Assunção Maia 1
Marcus Moreira Pinheiro 1
Jacqueline Viana Garcia Marques 1
Eleomar Vilela de Moraes 1
Olegário Rosa de Toledo 2
Flávia Lúcia David 3
1. Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Enfermagem-UFMT (graduando)
2. Prof Ms - Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Farmácia-UFMT
3. Profa. Dra./Orientadora - Instituto de ciências Biológicas e da Saúde/ICBS, Farmácia-UFMT
INTRODUÇÃO:
Os antimicrobianos são agentes farmacológicos com uma característica própria e única, que os diferenciam dos demais fármacos existentes. Atuando na célula microbiana, podem modificar a microflora do hospedeiro e do ambiente. Desse modo, eles podem trazer conseqüências danosas ao paciente e a todo o ecossistema hospitalar. Em unidades pediátricas, é essencial, pois, o uso racional desses fármacos; para alcançar esse objetivo, é necessário que os medicamentos sejam colocados à disposição da equipe de enfermagem que, desta forma, poderá administrá-los corretamente às crianças e aos adolescentes das diversas faixas etárias. Antibióticos estão entre os medicamentos mais prescritos em hospitais, responsáveis por 20% a 50% dos gastos com medicamentos e são os que mais causam eventos adversos e possíveis interações medicamentosas, gerando problemas aos pacientes e custos adicionais ao sistema de saúde. O objetivo foi identificar os antibióticos empregados na atenção a crianças internadas e possíveis interações medicamentosas durante a permanencia no Hospital público Dr Kleide Coelho de Lima de Barra do Garças - MT, no período de outubro a dezembro de 2010.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, retrospectivo que avaliou os dados dos prontuários arquivados de pacientes pediátricos submetidos à terapia antimicrobiana em algum momento da internação, durante o período de outubro a dezembro de 2010. Para classificar farmacologicamente os antibióticos de uso sistêmico identificados nas prescrições analisadas foram classificados conforme a Anatomical Therapeutical Chemical (ATC) em seis grandes grupos farmacológicos (Betalactamicos, aminoglicosídeos, derivados imidazólicos, glicopeptídeos, lincosamidas, sulfas) e os menos frequentes foram agrupados em um único grupo (outros). Os diagnósticos foram classificados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). A verificação das potenciais interações medicamentosas foi feita a partir da consulta da base de dados Micromedex® de todos os medicamentos prescritos durante a internação das crianças. As análises foram feitas pelo programa Epi info versão 3.5.2®. Os dados analisados foram considerados estatisticamente diferentes dos valores de p<0,05. Os dados médios foram representados com seus respectivos desvios-padrões (MÉDIA±DP) (Protocolo n° 987/CEP/HUJM/2011).
RESULTADOS:
No sexo feminino a idade dos pacientes foi de 1 a 9 (2,5±2,5) anos. O tempo de internação de 2 a 13 (3,5±2,6) dias. As classes ATC mais prescritas foram: betalactâmicos (ATC = J01D) com 72%, e os menos freqüentes as sulfas com 8%, e antibióticos com representação inferiores a 5% cada, foram agrupados em um único grupo (outros). O motivo de internação mais frequente foi doenças do aparelho respiratório com 58,8%. A severidade das interações classificadas como “leves” obteve uma frequência de 57,1%. Nos pacientes do sexo masculino as idades variaram de 1 a 9 (2,7±2,1) anos. O tempo de internação foi de 2 a 10 (3,7±1,8) dias e a média de duração dos tratamentos com antibiótico foi de 5 (5,1±4,6) dias. Os betalactâmicos com 74,0% foram os mais prescritos, e os menos freqüentes os aminoglicosídios com 26%. O motivo de internação mais frequente foi doenças do aparelho respiratório com 41,9% dos casos. A severidade das interações “leves” obteve uma frequência de 53,3%. Estudos mostram que o grupo etário de 0 a 12 anos compõe grupo de risco maior para interações a medicamentos. Estudos analisando prescriçäo de antibióticos em crianças com 1 e 5 anos relatam que amoxicilina é mais prescrita.
CONCLUSÃO:
Estudos relatam problemas na utilização de antibióticos na pediatria, relacionados à indicação, seleção e tempo de uso desses fármacos. Conclui-se que as informações construídas pelos estudos de utilização de medicamentos podem ser o caminho inicial para a mudança tão almejada nas práticas profissionais. Cabe ainda ressaltar a importância do monitoramento da ocorrência clínica destas interações e da realização de farmacovigilância. Esse cenário exige uma maior integração da equipe de saúde que atua na assistência pediátrica, cabendo também ao enfermeiro sugerir alternativas que propiciem a administração segura e adequada às especificidades de cada faixa etária do ciclo de desenvolvimento da criança quanto ao uso racional destes medicamentos.
Palavras-chave: Crianças, Antibióticos, Farmacovigilância.