63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino Profissionalizante
REPENSANDO O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO EXTENSIONISTA: O CASO EMATER GOIÁS.
Marco Antônio de Carvalho 1,2
Maria Esperança Fernandes Carneiro 3,4
1. Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFGoiano - Campus Ceres
2. Mestre em Administração - UFLA e Doutorando em Educação - PUC/GO
3. Doutora em Educação - Depto. de Educação do Programa de Mestrado e Doutorado da PUC/GO
4. Assessoria de Avaliação Institucional da UEG
INTRODUÇÃO:
O presente estudo busca refletir sobre papel das instituições formadoras do extensionista, como parte dos ajustes da extensão rural pública goiana, em fase de reestruturação. Para tanto, utilizou-se a pesquisa exploratória e o enfoque qualitativo de pesquisa. Na fase de sua criação, o enfoque metodológico predominante foi o “humanismo assistencialista”, passando ao “difusionista produtivista”, e, mais recentemente, ao “humanismo crítico”. Entretanto, tais transformações levaram ao seu afastamento do modelo original, reduzindo sua demanda o que levou a perca de sua função social, particularmente em fins dos anos de 1980. Com isso, o sistema entrou em decadência, inclusive em Goiás. Esta fase de recriação da Emater/GO é apenas formal ou promove mudanças metodológicas? Os atuais extensionistas estão preparados para mudar sua postura em relação ao assistido? Os currículos dos cursos de formação e metodologias estão adequados ao contexto atual? A partir desta realidade é pertinente refletir sobre as bases curriculares dos cursos que proporcionam a formação básica dos potenciais extensionistas, em geral egressos dos cursos técnicos e superiores, particularmente aqueles voltados para o campo de conhecimentos agropecuários, sendo que este é o foco precípuo que norteará o presente ensaio.
METODOLOGIA:
Foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória que, de acordo com Andrade (2005 p.124), é o primeiro passo de um trabalho científico, sendo que o procedimento foi possibilitado a partir de uma revisão bibliográfica relacionada aos temas propostos, quais sejam: extensão rural, educação e formação de extensionistas. Além disso, no período entre os meses de agosto e setembro de 2009, foram realizadas entrevistas livres junto ao escritório central do sistema extensionista estadual, localizado em Goiânia, onde está sediada a SEAGRO, assim como no Sindicato dos Trabalhadores do Setor Público Agrícola do Estado de Goiás – SINDIAGRI – , onde foi possível levantar informações, datas e documentos históricos a respeito da trajetória do extensionismo goiano. A pesquisa foi de caráter qualitativo que, segundo Richardson (1999), pode ser caracterizada como uma tentativa de compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos.
RESULTADOS:
A retrospectiva histórica do sistema extensionista brasileiro se faz necessário, especificamente a EMATER Goiás, sua estrutura e suas metodologias de intervenção e abordagem junto aos diferentes públicos, assim como serão feitas, inferências sobre as instituições de ensino profissionalizantes na formação do extensionista que atenda às necessidades do contexto atual. Considerando que somente a rede federal possui em todas as unidades da federação diversos cursos técnicos e superiores, tais como: técnico em agropecuária, bacharelados em agronomia, medicina veterinária, zootecnia. Foi realizado, no mês de junho de 2010, processo de coleta de informações o acesso à página de todas as universidades federais e Institutos Federais, isso feito especificamente para discutir o papel das instituições formadoras dos profissionais da extensão rural, onde, mesmo não tendo conseguido acessar os currículos de todos os cursos pela sua indisponibilidade nas páginas da web, foi possível constatar a presença de disciplinas de extensão rural e similares ofertadas em todos os acessados, sendo que a oferta semestral ou anual ocorre uma, duas e até três módulos no caso dos cursos superiores, bem como semestral ou anual no caso dos cursos técnicos.
CONCLUSÃO:
Especificamente no caso goiano, cabe observar que a agricultura familiar, segundo o Censo Agropecuário 1995/1996, é um segmento formado por 4.139.369 unidades produtivas e ocupa uma área de 107.7658.450 hectares em todo o país. Sua atividade tem importância estratégica, visto que é responsável pela produção de mais de dois terços dos gêneros alimentícios da cesta básica. Goiás possui 246 municípios, os quais possuem dimensões significativas, sendo que, segundo dados da SEPLAN/GO (2009). Em geral todos os municípios possuem peculiaridades relativas a vocação econômico-produtiva e características ambientais que podem dificultar o serviço extensionista da forma devida.
Refletir sobre a necessidade de repensar a formação, qualificação e requalificação do extensionista é uma ação imprescindível para viabilizar a retomada por parte do sistema EMATER como ferramenta de apoio ao desenvolvimento rural sustentável. É pertinente para o atual momento de recriação da EMATER-GO a retomada da função social do sistema extensionista, visto que a demanda por parte de pequenos produtores familiares é real e latente, porém há que se adequar a tecnologia de assistência técnica e a extensão rural à realidade atual.
Palavras-chave: Educação, Extensão Rural, Instituições Formadoras Educacionais.