63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 5. História - 10. Teoria e Metodologia da História

Historiografia Britânica: Temas, Autores, Referenciais Teóricos.

Leonardo de Jesus Silva 1

1. Prof. Doutor Cristiano Pereira Alencar Arrais - Faculdade de História - UFG

INTRODUÇÃO:

Em se tratando do debate sobre o pensamento histórico que envolve o século XIX e o XX pouco é dito em relação aos debates e contribuições da tradição britânica no que diz respeito a formulação de uma teoria da história. Principalmente no Brasil, devido a grande influência francesa.Com uma concepção individualizante os ideais historicistas propunham que o objeto do historiador não era a ideia, a razão, a providência, a utopia final, mas o mundo humano datado e localizado, uma situação humana espaço-temporal, concreta, única: o evento (Reis, 2003). É nesse ambiente e com essas possibilidades de leitura que objetivamos a análise de textos de teoria e metodologia da história produzidos pela historiografia britânica, particularmente a inglesa, no final do século XIX até o início do século XX. Textos pouco conhecidos e mesmo que não traduzidos oferecem questões relevantes para se pensar a História produzida na Inglaterra e suas contribuições, seus debates, as influências no período.

METODOLOGIA:

A tarefa a se realizar seria a tradução e análise dos textos. Num primeiro momento nos concentramos na catalogação e identificação de autores, de temas e de referências teóricas presentes nas fontes encontradas. Inclusive esse o objetivo do plano de trabalho que originou esse texto. A pesquisa se concentrou em dados, construindo primeiramente uma visão quantitativa dessa historiografia. Atentando para revistas publicadas; seu período; o local; atentando para títulos e temas de artigos publicados; seus autores e as referências, os diálogos com outros autores. Achamos duas fontes, disponíveis em arquivos digitais – um deles é o Internet Archive, um site com livros, revistas, textos, para downloads gratuitos. As fontes eram a The English Historical Review, de 1886 e a Mind Review, de 1876. A segunda de um caráter mais filosófico e por dificuldades de arquivo, foi menos explorada. Já a Revista Histórica Inglesa demonstrou ser uma espécie de resposta daquele país (Inglaterra) às correntes e aos centros efervescentes em História da época na Europa. E mais que resposta seria o centro de referência ao se falar de historiografia, agora de uma história científica inglesa. Podemos partir com essa definição de historicismo como característica do século XIX para nos localizar no ambiente de aparição desta revista.

RESULTADOS:

Essa fonte como nos é apresentada pelos arquivos digitais se inicia com o título da revista destacado ao centro, e no meio o editor (es), e na parte inferior o local de publicação, o ano e a editora. Segue-se o índice dos artigos, as resenhas e as notas. Há também listas de livros publicados no mundo acerca de diversos temas da história. A partir desse índice começamos a catalogação. Nele estão todos os textos e autores que publicaram naquele ano nas quatro edições do periódico. Ela é quadrimestral, seus números saem em Janeiro, Abril, Julho e Outubro. Para tal catalogação usamos planilhas com as seguintes colunas: título da revista, ano e o volume, local de publicação, editor, autor, título do artigo, referências bibliográficas e observações gerais. Cada artigo publicado de 1886 a 1922 passou por esse crivo de análise. Identificação da fonte e análise do conteúdo dos artigos. Esse recorte se deu devido à disponibilidade dos volumes deste período na internet, ainda assim faltando cinco exemplares (1893, 1900, 1907, 1908 e 1914). Mas esses 31 anos de escrita histórica recortados já denunciam algumas tendências e autores que contribuíram para o que podemos chamar de transição intelectual, ou seja, da maneira como se pensava e se fazia história na Inglaterra no momento.

CONCLUSÃO:

A partida de nossa análise foi os textos de teoria da história, mas como se observa na Tabela que colocareii no pôster para apresentação, pela minha classificação não houve sequer um artigo deste tipo na Revista. Os que eu considerava relacionados foram para a coluna história das idéias. Quando pensamos nos trabalhos relacionados a essa temática pressupunham-se reflexões sobre o problema das fontes, da filosofia da história, o método histórico, o ofício de historiador, o sentido da história. Questões de como é possível o conhecimento histórico. Na verdade essas reflexões estão implícitas nas diversas discussões colocadas. Eu diria que não há de maneira direta, isso na Revista, uma vez que o cenário é repleto de trabalhos que propõe uma análise mais epistemológica.

Palavras-chave: História da Historiografia, Historiografia Inglesa, Teoria da História.