63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social

Famílias, Jovens e Formação Superior: as cotas na UFG

Claudia Regina Miranda Batista Gomes UFG Edna Mendonça Oliveira de Queiroz UFG

1. Aluna de Iniciação Científica -IC CNPq - Faculdade de Educação -Universidade Federal de Goiás 2. Profa. Dra./ Orientadora -Departamento de Educação -Universidade Federal de Goiás

INTRODUÇÃO:

O presente trabalho, resultado da investigação intitulada “Família, jovens e formação superior: as cotas na UFG”, vincula-se à pesquisa “Programa UFGInclui: mediações familiares e formação dos jovens”, coordenada pela Professora Drª Edna Mendonça O. de Queiroz. A investigação, inserida na temática da família e juventude, explora os elementos constituintes e constitutivos dos jovens e suas famílias em relação aos processos de inclusão/exclusão no âmbito das ações afirmativas para o ensino superior. Busca apreender a inserção da família como instância de mediação na formação de jovens que ingressaram na universidade por meio de cotas, na perspectiva de examinar os sentidos que dão aos processos vivenciados no âmbito dos mecanismos de inclusão/exclusão. O objetivo é investigar, por meio do inventário da produção divulgada em periódicos científicos nacionais, como tem sido tratada essa temática.

METODOLOGIA:

A proposta metodológica deste estudo foi o levantamento, análise e discussão de artigos científicos das áreas de Psicologia e Educação, classificados como Qualis A1 e A2, disponibilizados no portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), publicados no período de 2004 a 2008, acerca da temática das relações familiares dos jovens que ingressaram na universidade através de uma política de cotas para o ensino superior. Inicialmente, fez-se a seleção dos periódicos definidos como nacionais referentes ao período a que a pesquisa estabeleceu e disponíveis on-line na data em que a pesquisa teve início (setembro de 2009), resultando em dezessete periódicos. Ao mapeamento dos periódicos, seguiu-se a construção de um banco de dados dos resumos dos artigos, que foram lidos com o intuito de identificar aqueles resumos que se relacionassem com os objetivos do trabalho.

RESULTADOS:

Constatou-se a escassa produção científica acerca da temática específica deste trabalho. De 2891 artigos produzidos, apenas 0,1%, no total de três estudos, referem-se ao tema investigado. Após a leitura na íntegra dos artigos e submissão a uma planilha de análise objetivando apreender os referenciais teóricos e metodológicos, verificou-se um incipiente debate, deixando-se de lado uma discussão mais contundente que revele o sujeito da política de cotas nas suas relações sociais – o jovem – e as formas de enfrentamento às condições impostas pelos mecanismos de inclusão e exclusão constituidores desse processo. Os estudos analisados, que abordam a questão do jovem e sua família, apresentam discussões restritas, mais especificamente voltadas aos aspectos sócio-econômicos familiares características que se destacam quando da aprovação do vestibular, em detrimento de uma discussão mais ampla quanto à política de cotas e os sujeitos envolvidos nesse processo.

CONCLUSÃO:

Destarte, muitas indagações não foram ainda satisfatoriamente tratadas o que aponta para a necessidade de incluir no debate científico questões no sentido de contribuir para a compreensão dos sujeitos dessas políticas. Este debate certamente traria contribuições para a melhor percepção dos princípios que regem a adoção das políticas afirmativas para o ensino superior, permitindo apreender a universidade e o saldo histórico dos processos que assumem o propósito de “inclusão” desses sujeitos. De modo geral, no que se refere ao recorte deste estudo – a perspectiva de apreender as mediações familiares na formação dos jovens alunos oriundos da proposta de cotas para o ensino superior – evidencia-se a premente necessidade de se debruçar sobre o sujeito das cotas: o jovem e as condições de viver esse processo de inclusão/exclusão. Sabe-se que isso pode trazer mudanças substantivas para que se analise melhor o fim último de cada ação implementada na educação.

Palavras-chave: Família, Jovens, Cotas/Essino Superior.