63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
Usuárias de uma unidade de saúde da familiar há mais de três anos sem realizar o exame Papanicolau, há orientação?
Miriã Silva Brito 1
Mayara dos Santos Miranda 2
Larissa Clara Barros 4
Dayara Rufino Mota 4
Rafaianne Queiroz de Moraes Souza 4
Queli Lisiane Castro Pereira 3
1. Acadêmica de Enfermagem/Relatora - Campus Universitário do Araguaia -UFMT
2. Enfermeira -UFMT
3. Profa. Ms/ Orientadora - Campus Universitário do Araguaia - UFMT
4. Acadêmica de Enfermagem - Campus Universitário do Araguaia -UFMT
INTRODUÇÃO:
Dentre as neoplasias, o câncer de colo uterino tem um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando perto de cem por cento quando diagnosticado precocemente. Para impedir o avanço da doença no Brasil, o Ministério da Saúde, por intermédio do INCA, em parceira com as secretarias de saúde, desenvolve o Programa Viva Mulher, Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama, onde são desenvolvidas ações para a detecção precoce do câncer do colo uterino, através do exame de papanicolau (INCA 2007). Este exame tem sido o método de prevenção secundária adotada para detecção desse tipo de câncer, sendo a prevenção primária o uso de preservativos durante relações sexuais. Objetivo: Verificar a ocorrência da orientação à realização do exame Papanicolau.
METODOLOGIA:
Caracterizou-se qualitativo, exploratório e descritivo. A pesquisa foi realizada na cidade de Aragarças – GO, mais precisamente na Estratégia de Saúde da Família (ESF) 303 ou no domicilio das mulheres que contemplaram os critérios não ter realizado o exame de Papanicolau nos últimos três anos ou que nunca o realizaram; idade superior a 18 anos e inferior a 60, usuárias da ESF 303; ter disponibilidade e interesse em participar do estudo; autorizar a gravação das entrevistas; assinar o consentimento livre e esclarecido em duas vias; permitir a divulgação, respeitando os princípios éticos.A busca ativa dessas mulheres foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2009, juntamente com os agentes comunitários de saúde da ESF 303, nos domicílios das pesquisadas e na sala de espera da ESF 303. Após aprovação do comitê de ética sob o número 667/CEP/HUJM/09 e com a finalidade de atingir o objetivo proposto, optou-se por utilizar a técnica de entrevista semi-estruturada para a coleta de dados, posteriormente, utilizou-se a análise temática segundo passos de Minayo (2007).
RESULTADOS:
Ao questionar as usuárias da ESF 303 se haviam sido orientadas a realizar o exame Papanicolau observou-se que a grande maioria, oito delas, já foram orientadas a realizar o exame preventivo do câncer de colo uterino. As orientações recebidas podem não ser claras, as mulheres podem ter resistência ao serviço e a ação de saúde prestadas na USF. Essas atitudes evidenciam o legado do modelo antigo de saúde, o modelo cartesiano/biomédico/reducionista focados na doença contemplando apenas o aspecto curativista com respostas pontuais de procedimentos curativos individuais. (PEREIRA, SIQUEIRA, 2009). As demandas por serviços de saúde segundo Pereira (2007) resultam da conjugação de fatores sociais, individuais e culturais prevalentes na população. Os dados ainda demonstraram que apesar de ser uma área coberta pela ESF, três usuárias nunca foram orientadas a realizarem o exame. Para a realização de ações de prevenção e detecção precoce do câncer de colo uterino, além dos profissionais e do material necessário para o procedimento é preciso que as mulheres sejam orientadas a procurarem o serviço de saúde para realizarem o exame preventivo.
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados apresentados, referentes à ocorrência da orientação à realização do exame Papanicolau pelas usuárias de uma USF, na cidade de Aragarças – GO verificou-se que o PSF é um programa que visa a prevenção e promoção da saúde, pode-se observar deficiências no serviço quanto a prevenção de doenças, como por exemplo o câncer de colo uterino. Por outro lado, observou-se que os profissionais de saúde, principalmente os da USF, orientam e estimulam suas usuárias a realizarem o exame, talvez de forma incorreta, pois das entrevistadas algumas nunca realizaram o exame e outras não realizam há mais de três anos.
Palavras-chave: Saúde da mulher, Enfermagem, Neoplasia de colo.