63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
O USO DE SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) DURANTE AS AULAS DE QUÍMICA.
Hawbertt Rocha Costa 1
Clayane Carvalho dos Santos 2
Rosane Saraiva Melo 2
Adilson Luis Pereira Silva 3
Jaldyr de Jesus Gomes Varela Júnior 4
1. Programa de Pós-Graduação em Química - PPGQ/UFMA
2. Departamento de Química - UFMA
3. Programa de Pós-Graduação em Química - PPGQ/UFPB
4. Prof. Ms./Orientador-Colégio Universitário - COLUN/UFMA
INTRODUÇÃO:
É indubitável o processo de transição que vem ocorrendo no âmbito educacional, em face do grande avanço tecnológico. Assim, inúmeras pesquisas indicam que o uso do computador pode se tornar um grande aliado para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, viabilizando a realização de novos tipos de atividades e de novas formas de pensar, agir e aprender.
Nesse sentido, a utilização de simulações computacionais, no processo educacional torna-se mais eficiente se uma interface apropriada, entre o aluno e a máquina, estiver disponível, fazendo com que o aprendiz possa aprimorar sua estrutura cognitiva a partir de seus “subsunçores” (conhecimentos prévios), tornando, assim, a aprendizagem significativa à medida que os “organizadores prévios” (material educacional) funcionam como “pontes cognitivas”, preenchendo a lacuna entre o que o aluno já sabe e o que precisa saber.
Entretanto, o uso de simulações, não garante por si só a criação de melhores situações de aprendizagem, comparada ao método tradicional de ensino, nem a compreensão conceitual de diferentes fenômenos.
Diante disto, o objetivo do presente trabalho é o de analisar a potencialidade didática do uso de simulações computacionais no processo ensino-aprendizagem das transformações gasosas, durante as aulas de Química da EJA.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede pública estadual de São Luís do Maranhão, o Centro de Ensino “Bernardo Coelho de Almeida”, com cinquenta alunos de duas turmas da segunda etapa da EJA, num total de onze horas-aula em cada turma.
A coleta de dados foi realizada utilizando questionários na forma de testes avaliativos aplicados antes e depois da utilização das simulações (pré-teste e pós-teste) e um questionário de satisfação da proposta. Procedeu-se a análise dos dados através da abordagem quantitativa (modelagem estatística).
O desenvolvimento da pesquisa se deu inicialmente com a realização de cinco aulas expositivas, versando sobre as variáveis de estado, e as transformações gasosas; Na aula seguinte houve a aplicação do pré-teste, com cinco questões objetivas, após as aulas teóricas.
Na sequência, houve a realização de três aulas no laboratório de informática, com as duas turmas separadamente, com intuito de mostrar como utilizar o computador, as simulações, e promover a interação dos alunos com a tecnologia utilizada; Na aula seguinte aplicou-se o questionário satisfação.
Finalizando, na décima primeira aula, houve a aplicação do pós-teste, similar ao pré-teste, para verificar e comparar o nível de entendimento dos alunos acerca das transformações gasosas.
RESULTADOS:
Após as cinco aulas expositivas, foi aplicado o pré-teste com cinco questões objetivas, obtendo-se a média de 4,15 ± 0,34, entre os trinta e nove alunos que participaram dos três questionários, isto se deve ao fato de a metodologia expositiva apresentar alguns problemas básicos, como, por exemplo, desconsideração de diferentes estágios de desenvolvimento dos alunos.
Já quanto ao questionário de satisfação, aplicado após as três aulas no laboratório de informática, constatou-se que 95% dos alunos se sentiram satisfeitos com a utilização das simulações computacionais, indicando assim, que o material utilizado de alguma forma favoreceu uma disposição em aprender por parte dos alunos.
Em seguida, com a aplicação do pós-teste, constatou-se um aumento de cerca de 60%, obtendo-se a de 6,72 ± 0,28, contudo, já esperávamos este comportamento, pois acreditamos que uso sistemático das simulações, mediado pelo educador, superam os problemas básicos enfrentados pela metodologia expositiva. Ademais, de forma individual houve avanço no entendimento de 90% dos alunos.
Finalizando, utilizou-se a estatística ANOVA (Análise de Variância), para verificar se a diferença encontrada entre os testes poderia ser atribuída ao uso das simulações, isto foi confirmado ao nível de confiança superior a 99%.
CONCLUSÃO:
Neste trabalho, mostrou-se a que metodologia expositiva é suficiente para promover a aprendizagem dos alunos da EJA, confirmado pela baixa média, de 4,15 ± 0,34, obtida no pré-teste.
Confirmou-se um alto nível de satisfação em relação à utilização das simulações, com 95% dos alunos, indicando que os alunos adquiriram uma disposição favorável ao aprendizado.
Após a utilização das simulações, obteve-se a média de 6,72 ± 0,28, no pós-teste, revelando 60% de aumento, na média geral, em relação ao pré-teste, ademais, a diminuição do erro padrão (de 0,34 para 0,28) indica que o avanço no entendimento dos aprendizes deu-se de forma menos dispersa. Isto foi confirmado, pois no desempenho individual cerca de 90% dos alunos conseguiram evolução na aprendizagem acerca das transformações gasosas (mais acertos no pós-teste).
Finalizando, mostrou-se através da Análise de Variância, que as médias obtidas no pré-teste e no pós-teste são diferentes num nível de significância estatística inferior a 1%, com valor-p ≈ 0, indicando que o nível de confiabilidade do resultado é superior a 99%, ou seja, este resultado é “verdadeiro” ao nível de confiança maior que 99%. Isto mostra que o uso sistemático das simulações, mediado pelos educadores, se constituem como um diferencial para a aprendizagem.
Palavras-chave: Processo Ensino-Aprendizagem, Transformações Gasosas, Simulações Computacionais em Química.