63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade |
Atividade antifúngica do extrato alcoólico de camomila e hortelã sobre Colletotrichum gloeosporioides Penz. em frutos de manga var. Tommy Atkins |
David Vitor dos Santos 1 Georgia de Souza Peixinho 1 Anderson Dantas da Silva 1 Edna Peixoto da Rocha Amorim 1,2 Lais Peixoto da Rocha Soares 1 Milânia de Paula Duarte 1 |
1. Centro de Ciências Agrárias - CECA-UFAL 2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Fitossanidade - UFAL |
INTRODUÇÃO: |
A antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) é uma das doenças mais graves da mangueira. Afeta ramos novos, folhas, inflorescências e frutos. Os frutos começam por ficar com pequenas manchas escuras que vão aumentando de tamanho com a evolução da doença, podendo levar por vezes ao fendilhamento dos frutos. Os frutos são afetados em todas as fases, mesmo após a colheita. Na fase de maturação e pós-colheita, podem surgir manchas e podridões na casca que comprometem a boa qualidade dos frutos. A antracnose requer tratamento pós-colheita, para que os frutos cheguem aos mercados importadores em boas condições de comercialização. No tratamento pós-colheita, recomendam-se fazer a imersão dos frutos em tanques de água quente à temperatura de 55°C durante cinco minutos, adicionando-se ao tratamento o fungicida tiabendazol. A busca por produtos naturais menos agressivos ao consumidor se baseia na utilização de extratos vegetais em substituição aos fungicidas. Os componentes naturais produzidos pelo metabolismo das plantas são potencialmente uma importante fonte de novos tipos de antifúngicos.O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito dos extratos vegetais de camomila e hortelã e selecionar o período de tratamento mais eficaz para o controle da antracnose em frutos de manga. |
METODOLOGIA: |
Frutos de manga var.. Tommy Atkins foram desinfestados com hipoclorito de sódio (2%), lavados em água destilada esterilizada e pulverizados com os tratamentos:1) extrato de camomila 24h antes da inoculação; 2) extrato de camomila 48h antes da inoculação; 3) extrato de camomila 24h depois da inoculação; 4) extrato de camomila 48h depois da inoculação; 5) extrato de hortelã 24h antes da inoculação; 6) extrato de hortelã 48h antes da inoculação; 7) extrato de hortelã 24h depois da inoculação; 8) extrato de hortelã 48h depois da inoculação; 9) água 24h antes da inoculação; 10) água 48h antes da inoculação; 11) água 24h depois da inoculação; 12) água 48h depois da inoculação; 13) álcool (50%) 24h antes da inoculação; 14) álcool (50%) 48h antes da inoculação; 15) álcool (50%) 24h depois da inoculação e 16) álcool (50%) 48h depois da inoculação. A inoculação consistiu da deposição de três discos de BDA (Batata-Dextrose-Ágar) contendo crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides, em três pontos eqüidistantes dos frutos de manga. Os frutos foram submetidos a câmara úmida por 48h e após cinco dias, avaliados quanto ao aparecimento de lesões de antracnose. O delineamento foi inteiramente casualizado com 16 tratamentos e 6 repetições. |
RESULTADOS: |
Todos os tratamentos diferiram da testemunha (água), independente do período de tratamento utilizado. O extrato de camomila pulverizado 24h, 48h antes da inoculação do patógeno, bem como 24h após a inoculação do patógeno predispuseram os frutos de manga var. Tommy Atkins a uma maior severidade da antracnose, uma vez que induzirem maior número de lesões que a testemunha (38% a mais). O tratamento com extrato de camomila 48h após a inoculação do patógeno foi capaz de reduzir a infecção em 55%. Provavelmente a ação dos constituintes químicos da camomila (azuleno e derivados, tanino e flavonóides) só foi ativada quando o patógeno iniciou seu processo de infecção no hospedeiro (48h após a inoculação). O extrato de hortelã proporcionou a redução da infecção em todos os períodos de tratamento, obtendo-se o melhor resultado quando se tratou os frutos 48h após a inoculação do patógeno (76% de controle da doença). A pulverização dos frutos de manga com álcool (50%), independente do período de tratamento utilizado foi capaz de reduzir a infecção em 33%. Estudos relatam a ação antimicrobiana do extrato de hortelã sobre Bacillus subtilis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Streptococcus mutans, S. pyogenes, Aspergillus niger e Candida albicans. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados obtidos nesse estudo indicam o grande potencial de utilização do extrato aquoso de hortelã no controle da antracnose em frutos de manga var Tommy Atkins. |
Palavras-chave: Antracnose, Controle alternativo, Extrato vegetal. |